Dixmude, o terceiro BPC classe Mistral, substituirá TCD Foudre em 2012

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construção BPC Dixmude - foto Marine Nationale

Espera-se que o Dixmude, que teve sua primeira seção de casco finalizada e instalada no local de construção, seja lançado em 2010, para entrar em operação em 2012

vinheta-destaqueNo último dia 20 de janeiro, foi realizada a cerimônia de instalação, no dique de montagem final, da primeira seção construída do navio de projeção e comando (bâtiment de projection et de commandement – BPC) Dixmude, em Saint Nazaire.

Trata-se do terceiro BPC da classe Mistral a ser construído (os dois primeiros, Mistral e Tonnerre, já estão em serviço na Marine Nationale –  Marinha Francesa). O almirante Pierre François Forissier, chefe-de-estado maior da Marinha Francesa, realizou pessoalmente o início da manobra de posicionamento da primeira seção do casco, com peso de 439 toneladas. Seguiu-se a tradição de depositar algumas moedas no fundo do bloco instalado. Estavam presentes autoridades navais e das empresas responsáveis pela sua construção / integração de sistemas, a STX France e a DCNS.

construção BPC Dixmude - foto 2 Marine Nationale

construção BPC Dixmude - foto 3 Marine Nationale

O contrato de aquisição do navio foi notificado em abril de 2009, sendo o mesmo destinado a substituir o navio transporte de lanchas de desembarque  (transport de chaland de débarquement – TCD – designação equivalente aos nossos navios de desembarque doca – NDD) Foudre. O Dixmude deverá ser lançado ao mar ainda no final deste ano, para receber sua tripulação na base de onde operará, Toulon, em 2011, de forma a entrar em serviço ativo em 2012.

Os BPC, que mostraram sua capacidade recentemente durante o último conflito no Líbano, entre outras operações, receberam o apelido na Marine Nationale de “canivetes suíços”, devido à versatilidade.

Os BPC da classe Mistral

BPC INTERIEUR.jpg

BPC classe Mistral - foto Marine Nationale

05BST207CE17

Características:

  • Comprimento : 199 metros
  • Boca: 32 metros
  • Calado : 6,20 metros
  • Deslocamento carregado: 21.500 toneladas
  • Velocidade máxima : 19 nós
  • Área do convoo: 5 200 m²
  • Número de spots para helicópteros : 6 (sendo um compatível com helicópteros do porte do CH 53 Super Stallion, de 33 toneladas)
  • Capacidade de transporte de helicópteros : até 16 unidades  do porte do NH90 ou Tigre (hangar com 1.800 m²)
  • Capacidade de transporte de veículoss : 13 carros de combate Leclerc ou 59 veículos de menor porte
  • Capacidade de transporte de lanchas de desembarque : 4 CTM (Chaland de Transport de Matérielou – lancha de desembarque de material) ou 2 LCAC (Landing Craft, Air Cushioned – veículos de desembarque a colchão de ar)
  • Geração de energia: 3 geradores diesel principais Wärtsilä 16 V 32, de  4.850 Kw – 1 gerador diesel auxiliar  Wärtsilä de 3000 Kw – 1 gerador diesel de emergência SDMO de 800 Kw
  • Propulsão: 2 hélices em pods azimutais conectados a dois motores elétricos  Mermaid de 7 000 kW
  • Alcance: 11.000 milhas náuticas a 15 nós
  • Tropas: 450 em deslocamentos de grande duração, 900 para curta duração

Os navios da classe também são equipados com um hospital com 750 m² e duas salas de cirurgia, além de uma de radiologia, 69 leitos, podendo ser ampliado com a instalação de módulos médicos no hangar.

Destacam-se também os sistemas de combate (derivado do SENIT 8 que equipa o navio-aeródromo Charles de Gaulle), de navegação e comunicação, incluindo radar 3D para vigilância de superfície e aérea, além de radar de aproximação, permitindo que sejam utilizados como navios de comando para a condução de operações aeromóveis complexas e combinadas. A defesa de ponto é proporcionada por duas montagens Simbad, que disparam mísseis Mistral.

O primeiro da classe, o Mistral, foi comissionado em 2006, e o segundo, o Tonnerre, em 2007.

Os TCD da classe Foudre, dos quais o líder  (da classe de duas unidades, Foudre e Siroco) deverá ser substituído pelo Dixmude

TCD Foudre - foto Marine Nationale

TCD Siroco - foto Marine Nationale

Características:

  • Comprimento: 168 metros
  • Boca : 23, 50 metros
  • Calado: 5,2 metros
  • Deslocamento carregado: 12.000 toneladas
  • Velocidade máxima: 20 nós
  • Alcance: 11.000 nautiques a 15 nós
  • Dimensões da doca alagável para lançamento de veículos de desembarque: 122 metros de comprimento x 14 de largura x 7,7 de altura
  • Propulsão e geração de energia
  • 2 motores diesel SEMT Pielstick, de 15 290 kW
  • Capacidade de transporte: 8 CTM ou 4 CTM + 1 CDIC ou 2 CDIC – blindados / veículos: até 150
  • Hélicópteros : 2 a 4
  • Carga: 1 880 toneladas
  • Tropas: 416 em deslocamentos de longa duração, 2000 para deslocamentos com duracão de 48 à 72 horas

São equipados com um hospital com área de 500 m², 51 leitos e duas salas de cirurgia, além de gabinete dentário, sala de radiologia e laboratório de biologia. A defesa de ponto é proporcionada por duas montagens Simbad, que disparam mísseis Mistral. O total da guarnição é de 224 tripulantes, sendo 19 oficiais.

O primeiro da classe, o Foudre, foi comissionado em 1990, e o segundo, o Siroco, em 1998.

FONTE, FOTOS e ILUSTRAÇÃO: Marine Nationale (Marinha da França)

NOTA DO BLOG 1: já há algum tempo se especula, na mídia especializada em defesa, que o Foudre poderá ser adquirido pela Marinha do Brasil quando de sua baixa na Marine Nationale.

NOTA DO BLOG 2: a Marinha Francesa já operou um navio-aeródromo de nome Dixmude, no caso, um pequeno porta-aviões de escolta (escort carrier – CVE) normalmente classificado como classe Bogue (por se assemelhar mais aos navios dessa classe, dentre as classes de CVE construídas nos EUA), antes denominado HMS Biter, recebido da Marinha dos Estados Unidos (USN) em 9 de abril de 1945 – na verdade, estava sendo utilizado pela Marinha Real, daí seu nome HMS Biter tendo sido devolvido à USN no mesmo dia em que foi transferido à Marinha Francesa, no estado em que estava, tendo sido reparado antes de começar a operar com os franceses. O navio foi utilizado principalmente como transporte de aeronaves para a Indochina, embora tenha sido utilizado brevemente como porta-aviões de escolta, operando aeronaves Dauntless em apoio a desembarques de forças francesas. Após ser empregado (atracado) de meados dos anos 50 até 1965 para acomodar e servir de base para fuzileiros navais, foi devolvido à USN e afundado como alvo em 1966.

O nome Dixmude é uma homenagem a uma sangrenta batalha travada por fuzileiros navais franceses (alguns deles aprendizes de 17 anos) na Primeira Guerra Mundial, em outubro de 1914, no vilarejo belga de Dixmude. O nome também foi dado um dirigível alemão recebido como reparação após a guerra.  Segundo a Marinha Francesa, a decisão de batizar o navio com esse nome foi do Ministro da Defesa da França, Hervé Morin, em dezembro do ano passado. O Dixmude recebido em 1945 pode ser visto nas fotos abaixo, a primeira sem data definida e a segunda provavelmente de 1950,  do site navsource:

Dixmude 1 via navsource

Dixmude 2 via navsource

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Cabral

E a MB nada?

Ricardo

“NOTA DO BLOG 1: já há algum tempo se especula, na mídia especializada em defesa, que o Foudre poderá ser adquirido pela Marinha do Brasil quando de sua baixa na Marine Nationale.”

A MB sempre foi discreta, se ela for realmente pegar o Foudre, acho que so saberemos proximo a data de descomissionamento dele na França…

Os entendidos ai que se pronunciem 🙂 sera uma boa ou não aquisição da MB se realmente isto ocorrer ?

[ ]´s

Rodrigo Rauta

Olha, boa aquisição seria se construissimos aqui os substitutos do Ceara e Rio de Janeiro, mas em se tratando da idade avançada dos dois foram incorporados a US Navy em 56) , seria realmente uma boa compra de oportunidade, é um otimo navio é que seria muito util a MB.

Abraços.

humberto

Procurei o artigo mas não achei.
Neste artigo (de um gringo ex navy) ele comenta que o Mistral é um ótimo navio de guerra na paz, ou seja, fácil e barato de construir e de manter, pois utiliza muito das soluções civis, mas que num pega para capar, teria que ser utilizada em locais não tão quentes pois não aguentaria o tranco como um da classe Wasp.
Particularmente acho o Mistral muito legal para a nossa marinha…
[]

Dalton

Uma pequena observação…

a unica fonte que conheço que citou porta-avioes de escolta da
classe “BOUGE” foi o “Escort Carriers in action” number 9 da
squadron/signal, todas as demais incluindo modelos para montar
citam “BOGUE”, portanto um erro na escrita.

Na verdade o HMS Bitter, que tornou-se o francês Dixmude não
pertencia a classe Bogue, embora fosse muito semelhante, os
Bogues, que os EUA forneceram aos britanicos foram classificados como classe Attacher e o Bitter/Dixmude foi classificado como classe Avenger justamente pelas poucas mas existentes diferenças entre as classes.

sds

CANGA

Isso sim e que prescisamos! 🙂
tem gente que defende o Nae Sao Paulo, vive parado nas docas e mesmo que estive-se 100% operacional deque serviria? de Nada!
O Dinbheiro gasto com ele vai para o ralo, seria melhor usar esse diheiro na compra de mais helicopteros e um LHD OU LPD novo ou semi-novo, seria mais util!

marujo

Há quantos anos o Foudre está em operação? A aquisição dele pela MB é uma boa?

Marco Antonio

pessoal bom dia,em 1 lugar espero que a marinha do Brasil nunca mais compre navios de guerra de 2ou3 mão,é um barato que sai caro,e que ela siga o que esta escrito ,não mais fazer compra de ocasião

marujo

Nunão, obrigado por sua atenção. Realmente dei uma “barrigada. Está lá no texto a data da incorporação. Em se tratando de um navio relativamente novo em sua categoria na época da desincorporação, é uma plataforma muito atraente para a MB.

Guarda Marinha

Srs,

Mesmo sendo unidades distintas o BPC e o SP não poderiam operar em patrulhamento em nosso litoral, um na parte norte/nordeste outro no sudeste/sul.

ivanildotavares

Pessoal

Qualquer navio que nos seja útil, que estejamos precisando e cuja aquisição nos seja favorável, é interessante sim. Não temos condições de planejarmos e construírmos tudo que precisamos. Então, sem essa de não efetuar compra de ocasião. Surgiu a oportunidade, pimba! Esse aí do post(Foudre), ainda tem muito caldo para dar. Se for do interesse da MB, não percamos tempo. E assim deverá ser em relação a outros meios. Não é o que a MB tem feito com navios antárticos, oceanográficos, etc? Vejam como o Chile tem aproveitado ofertas.
Abraços

Fábio Mayer

Dois BCP classe Mistral, um para a armada do Norte/Nordeste e outro para a armada do Sul/Sudeste, seriam uma solução muito mais barata que 2 porta-aviões. Claro que o ideal seriam 3, naquela linha de ter um sempre em manutenção.

O Brasil deveria é debater exatamente o seguinte:?

a) Precisamos de porta-aviões?
b) Se sim, quantos?
c) Se não, quais os melhores meios para substituí-los no setor opérativo?

airacobra

espero q realmente se concretize essa aquisição do foudre depois da baixa da MN, ha alguns meses atras ja existiam rumores de uma possivel aquisiçao do foudre pela MB, q ainda pode ser usada como coringa para a vitoria do rafalle no fx2, pois a baixa dos nossos NDD estao programadas para meados de 2014

boas vantagens a serem tiradas na parceria com a frança alem da contruçao dos sub scorpene e SUBNUC:
compra do foudre/siroco e uma futura construçao de um BPC(NAeHA Navio Aerodromo de Helicopteros de Assalto, pela terminologia da MB)
alem de algumas FREMM

abraços a tds

caravlhomtts

Pessoal boa tarde,eu espero que a marinha do Brasil não queime mais etapas com compras de ocasião,que ela siga o que foi proposto pelo ministério da defesa,eu até concordo que o tempo de uso destes TDC é baixo,mais é um vicio que nos atrasa.
abraço a todos

Challenger

Dada a idade media dos navios da nossa Esquadra, estes aí parecem novos, basta ver a idade dos NDD e do Porta Aviões.

Se seria uma boa aquisição já não sei, acho que precisamos de Navios com a nossa cara e que atendam exatamente nossas necessidades e não adaptações.

Compramos um NAe que parecia nos atender bem, mas agora se fossemos comprar Caças modernos e o Navio é pequeno.