46 desaparecidos no desastre naval sul-coreano
Navios e aeronaves continuam a procurar sobreviventes nas águas geladas entre as duas Coreias, mas a esperança de encontrar sobreviventes fica cada vez mais remota. A tragédia ocorreu perto da tensa borda do Mar Amarelo, a cerca de 2 Km da ilha sul-coreana de Baekryongdo, que foi palco de outros embates sangrentos entre as duas marinhas, em 1999 e 2002.
O capitão Choi Won-Il, comandante da corveta classe “Pohang” afundada, disse aos parentes dos desaparecidos que o navio foi partido ao meio e afundou.
Ele disse que estava em sua cabine revisando um plano de operação quando ouviu o som de uma explosão e o navio se inclinou para boreste. O capitão ficou preso dentro de sua cabine por cinco minutos, até que outros militares conseguiram quebrar a janela e tirá-lo de lá. Quando o comandante saiu, a popa do navio já tinha desaparecido.
O Joint Chief of Staff (JCS) da ROK Navy disse que resgatou 58 marinheiros, mas 46 ainda estavam desaparecidos até a manhã deste sábado. 13 militares estão feridos, mas em condição estável.
Foi dito também que muitos dos desaparecidos ficaram presos dentro do navio, segundo um membro do JCS.
Uma equipe de 18 mergulhadores da Marinha teve que adiar uma busca na parte do casco que ficou emborcada, por causa do tamanho das ondas e da escuridão.
O ministro da defesa Kim Tae-Young disse que imagens feitas indicam que o navio partiu-se ao meio, mas ainda não se pode dizer qual a causa exata.
A corveta Cheonan levava a bordo mísseis, torpedos e outras munições, mas de acordo com sobreviventes, a explosão teria vindo de fora.
A possibilidade de que o navio tenha sido atacado está sendo investigada. Os militares sul-coreanos disseram que não detectaram nenhuma atividade anormal nos movimentos do lado norte-coreano.
O JCS afirmou que os militares estão muito cautelosos em apontar o dedo para a Coreia do Norte no momento.
Em novembro passado, as marinhas das duas Coreias trocaram tiros e um navio patrulha norte-coreano se retirou em chamas.
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, após o conflito de 1950-1953. O lado Norte se recusa a aceitar a fronteira marítima imposta pelas Nações Unidas após o conflito. Os norte-coreanos querem que a linha seja empurrada mais para o Sul.
FONTE: Reuters