Confusão Naval
Acompanhando de perto a história de nossos navios por trinta anos nos deparamos com muitas curiosidades, algumas engraçadas, outras nem tanto.
Um dos casos que mais nos intriga, desde a adolescência, quando fomos pela primeira vez a bordo no Navio-Museu Bauru, em Santos, é a dúvida gerada sobre o seu verdadeiro nome na Marinha dos EUA.
Nós (eu e Marcelo Lopes) lembramos de ter conferido a marca de solda que delimita o molde da pintura do indicativo de casco do navio, DE 179, que confere com o nome USS McAnn que é atribuído pela MB como o nome do navio na Marinha dos EUA, mas varias fontes estrangeiras dão o nome de USS Reybold (nosso Bracuí – Be 3) para o Bauru, e, McAnn (nosso Bauru – Be 4) para o Bracuí.
Entre essas fontes podemos citar o “U.S. Destroyers: An Illustrated Design History”, do renomado autor Norman Friedman e o site Navsource.org, entre outras.
Conspiração, confusão ou uma trapalhada.
Mas não para por aí. O que poderia estar por trás desse caso?
Hipótese 1 – Foi colocado um navio para representar outro? Pouco provável, já que na época em que foi transformado em museu o Bauru era o último sobrevivente da classe no Brasil e havia deixado a função de Aviso Oceânico a pouco tempo.
Hipótese 2 – As fontes externas se baseiam em documentos da U.S. Navy o que as exime de qualquer culpa, mas o erro é perpetuado. Esses documentos podem ter sido trocados, preenchidos de forma errada ou os navios eram programados para ter esse nome e na ultima hora foram mudados.
Hipótese 3 – Por ultimo surge àquela alternativa mais macabra: A conspiração.
É importante notar que essa alternativa não anula por completo a segunda (a trapalhada).
Os dois navios foram transferidos da U.S. Navy para Marinha do Brasil na mesma ocasião, em 15 de agosto de 1944, em cerimônia conjunta realizada na Base Naval de Natal com a presença de representantes da 4º Esquadra e da Força Naval do Nordeste, incluindo provavelmente o próprio Almirante Soares Dutra e quem sabe o Almirante Ingram. Tentando bem desempenhar suas funções de Ajudante de Ordens, poderia um jovem segundo-tenente (ensign), um tanto atrapalhado, ter tropeçado e caído com a documentação no cais, e depois no afã de recuperá-los ter trocado a ordem dessa documentação?
Seria esse jovem oficial um antepassado de Paulo de O “Osso” Ribeiro, no caso de um brasileiro, com o mesmo nome, no caso de um norte-americano Paul Olive Tree “Bone” Small River.
Caso alguém encontre esse elemento que tantos prejuízos causou a História Naval Brasileira, cuidado, o elemento deve ser detido imediatamente.
Seguem algumas fotos para identificar o “procurado”; na última imagem, a aparência atual, fazendo planos para dominar o Mundo:
Glossário explicativo das Fotos:
Foto do alto – 1944 – O local da ocorrência: Base Naval de Natal, com dois CTE da classe “Cannon” atracados, o Beberibe e o Benevente. (imaginem a cena em 1944, o pier, as guarnições pelo pier, os dois navios, a banda, o Almirante gritando pela demora, um monte de gente e um o tal do cadarso do sapato desamarrado ….
Foto (1) – 1983 – Quase um ano após a visita em Santos no ex CTE, AvOc Bauru, o CFN se reúne para apurar e verificar as primeiras evidências sobre as hipóteses possíveis.
Foto (2) – 1985 – Nesta época, já com um grupo reduzido, pois alguns membros originais entraram no curso de astronauta, pois era mais facil lançar um cearence em orbita que concluir nosso questionamento.
Foto (3) – Em busca da verdade, Paulo Osso, após projetar, desenvolver e construir um navio que revolucionou os então manuais de guerra anfibia e PHIBGROUP, o (na época) mundialmente famoso NDCC ‘Sir Osso’, parte para pesquisa de campo tentando coletar evidências que provassem sua inocência no caso, dando inveja até ao Capt. Costeau.
Foto (4) – Data desconhecida, aparentemente Paulo Osso num raro momento que indique o surgimento de uma nova teoria sobre o fato ( presumível, claro …)
Foto (5) – 2005 – Mais uma tentativa, através de seus contatos, Paulo Osso tenta utilizar o Royal British and England (including Scotland Wales as well Northern Ireland and Isle of Man) Search Institute, utilizando um empurrão de seus amigos no HMS Liverpool – D 92, em uma tentativa de agilizar as buscas.
Foto (6) – Após não obter sucesso do RB&EiSWNIandIM, não conseguindo explicar e provar que não houve seu envolvimento na dita confusão criada na Base Naval de Natal, Paulo Osso se transforma no Dr. Heinz Doofenscshmirtz e funda a Doofenschmirtz Evil Inc., para tentar (novamente, pois em sua última tentativa de fazer isso foi detido pelas forças da Harpia, sob o comando do Galante, lá nos idos de 1984) dominar o mundo.
Hoje, 66 anos depois, este mistério ainda permanece. Seria o Reybold o Bracuí, o Mac Ann o Bauru, o Bracuí o Bauru e o Mac Ann, o Reybold, ou seria o Mac Ann, o Bracuí e o Reybold, o Bauru ?. O que uma “paulice” não pode eventualmente causar.
NOTA: Post para consumo restrito.