Encomendas MB - imagen OESP via MB

Projeção de investimentos para 20 anos foi feita por diretor em evento para executivos do setor

Nicola Pamplona

vinheta-clipping-navalOs investimentos no novo plano de reaparelhamento proposto pela Marinha podem superar os 70 bilhões de euros, segundo projeção feita pelo diretor de engenharia naval da Marinha, Francisco Deiana. “São entre 70 e 80 bilhões, mas para um prazo de 20 anos”, afirmou.

Em evento no Rio para executivos do setor naval, o militar detalhou a carteira de encomendas do programa que prevê a construção de diversos tipos de embarcações, sempre a partir da parceria entre uma empresa detentora de tecnologia e umestaleiro brasileiro.

Dois primeiros lotes de pequenas embarcações de patrulha já foram licitadas. Ainda este ano, a Marinha pretende contratar um terceiro lote, de navios-patrulha de grande porte, com custo estimado em R$ 230 milhões cada. O processo é semelhante ao promovido pela Aeronáutica na compra dos caças. A Marinha analisará as propostas de cada interessado e enviará um parecer para a Presidência, que tem a palavra final.

No caso dos caças, o governo se posicionou em favor da proposta da empresa francesa Dassault, após negociações entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy. O contrato, noentanto,aindanãofoi assinado.

“A Marinha emite um posicionamento técnico, mas sabemos que há também componentes estratégicos e políticos na decisão. Acredito que todos os pontos possam ser conciliados”, afirmouDeiana. Secolocadoemprática, o plano de encomendas também deve ter grande disputa, pela dimensão das contratações.

Apenas no pacote de navios patrulha de grande porte são 12 embarcações. Há ainda um grande pacote de 18 navios-escolta, com canhões e capacidade para transportar helicópteros, com custo estimado em 500 milhões de euros cada. A Marinha vai contratar ainda lotes menores, de 4 navios-patrulha fluviais e cinco navios de apoio logístico.

Submarinos nucleares.

De todas as compras previstas no programa, a Marinha já encomendou dois lotes de navios-patrulha de pequeno porte, um deles junto ao Estaleiro Inace,no Ceará, e outro do Estaleiro Ilha, no Rio. O custo estimado de cada unidade é de R$ 80 milhões.

Além disso, a Marinha fechou um contrato com a francesa DCNS e a Odebrecht para a construção de submarinos nucleares em estaleiro que será construído em Itaguaí, região metropolitana do Rio. A pedra fundamental será lançada em junho em cerimônia que deve contar com a participação do presidente Lula.

Análise: Roberto Godoy

A Marinha do Brasil está recuperando investimentos que deveriam ter sido feitos há 33 anos, quando a frota naval deixou de ser regularmente renovada. O governo do Brasil reivindica 4,5 milhões de km² de área de exploração econômica no Atlântico Sul. É o cenário de86% das principais rotas comerciais de interesse do País, sobre as quais, para garantir o direito de exploração, está assumindo responsabilidades de controle e da segurança da navegação.

Quando estiver em pleno funcionamento, a província petrolífera do pré-sal implicará numa espécie de arquipélago artificial onde devem trabalhar e viver cerca de 45 mil pessoas. O Comando da Marinha terá de assegurar a integridade desses recursos e negar o acesso a agressores. A frota pretendida, moderna, ágil e com elevado poder de fogo, é o instrumento de dissuasão adequado à situação.

Roberto Godoy é jornalista do ESTADO

FONTE / IMAGEM: O Estado de São Paulo, via sinopse diária da MB

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