riachuelo2010

ORDEM DO DIA Nº 1/2010

Assunto: 145º Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo – Data Magna da Marinha

Completam-se, nesta data, 145 anos desde o momento em que o Brasil escreveu, nas páginas de sua história, uma de suas mais gloriosas passagens: a Batalha Naval do Riachuelo. Foi um acontecimento que deixou, para as gerações futuras, um legado de atos heróicos e ricos em lições de abnegação e amor ao País, protagonizados por pessoas que, no ardor dos combates, souberam dignificar, com coragem e extrema doação, o seu patriotismo. Aqueles fatos seguem nos ajudando a corroborar a grandeza da Nação.

Considerada como o ponto de inflexão da Guerra da Tríplice Aliança, a contenda ocorrida naquele afluente do rio Paraná foi de suma importância para a vitória dos aliados.

Na ocasião, os nossos navios não estavam preparados para uma operação fluvial, pois possuíam cascos inapropriados às pequenas profundidades e que eram feitos de madeira, o que os tornavam bastante vulneráveis às peças de artilharia inimigas, dispostas, furtivamente, ao longo das margens. Contudo, o ânimo para a luta e a adaptabilidade do pessoal foram o fator impulsionador necessário à superação dos obstáculos que se apresentaram.

Como Comandante-em-Chefe da Esquadra estava o nosso Patrono, o Almirante Joaquim Marques Lisboa, então Visconde de Tamandaré. À frente do grupo-tarefa local, cuja missão era participar da retomada da cidade argentina de Corrientes e realizar o bloqueio dos rios Paraguai e Paraná, vias essenciais para o apoio logístico do oponente, encontrava-se o Chefe-de-Divisão Francisco Manoel Barroso da Silva.

Dotado de fibra e sendo muito perspicaz, o Almirante Barroso pôde, naquela manhã de 11 de junho de 1865, contrapor-se à investida do adversário, consagrando-se herói nacional. Também merecem ser lembrados os Guarda-Marinha Greenhalgh e Imperial Marinheiro Marcílio Dias que, como muitos outros, sacrificaram suas vidas defendendo a nossa bandeira.

Marinheiros, Fuzileiros Navais e Servidores Civis de hoje! Homens e mulheres que se dedicam, diuturnamente, à nossa Instituição! Ressaltar a dignificante saga dos antepassados permite refletir sobre a magnitude das responsabilidades que nos são confiadas pela sociedade. A Pátria clama por gente à altura de sua grandiosidade!

Nesses tempos atuais, em que o mundo se transforma rapidamente, o incrível avanço das comunicações e dos transportes encurta as longas distâncias de antigamente e dita profundas mudanças comportamentais nos seres humanos. Há uma notória percepção de que os povos estão permanentemente interagindo, o que requer estarmos atentos para a resultante dessas dinâmicas sociais.

Assim, a Marinha, em plena consonância com a evolução do pensamento moderno, porém sem se afastar dos valores de outrora, procura, incansavelmente, construir uma Força capaz de contribuir para a garantia dos interesses e da soberania de um Estado pujante e cada vez mais influente, como o nosso.

São muitos os motivos que nos levam a meditar.

As riquezas existentes em nosso território, tais como as jazidas de minerais estratégicos, de petróleo e de gás; as reservas de água doce; o clima e o solo fértil para a produção de alimentos; e a longa tradição de buscar soluções pacíficas para as controvérsias, podem gerar atitudes alienígenas indesejáveis às nossas pretensões, caso não estejamos suficientemente preparados para dissuadi-las. Temos, portanto, que enfrentar o desafio de ser grande, fruto do papel, cada vez mais atuante, que estamos desempenhando no cenário internacional e, da mesma maneira que ocorreu no passado, sermos obstinados na execução das tarefas que nos são cometidas.

A construção do submarino com propulsão nuclear, por sua complexidade, bem demonstra o espírito que devemos cultuar. Tendo iniciado o nosso Programa Nuclear há cerca de 31 anos, jamais nos abatemos diante das dificuldades, estando, agora, em decorrência de uma reconhecida necessidade estratégica, aproximando-nos de ver concretizada essa meta maior.

Além disso, precisamos nos conscientizar que somos uma Instituição respeitada entre as diversas Marinhas. As nossas capacidades tecnológicas e operativas, adquiridas ao longo dos anos, refletem, claramente, as potencialidades de um País predestinado a ser um ator relevante, não só em face das suas dimensões geográficas, como também do seu desenvolvimento sócio-econômico. Dentro desse enfoque, posso citar, além do domínio de tecnologias sensíveis, a capacitação em construir navios, o que inclui submarinos convencionais; a operação de navios-aeródromos com aeronaves de asa fixa embarcadas; e a manutenção de tropas de fuzileiros navais em condições de pronto emprego e com características eminentemente expedicionárias.

Acresce que, em dezembro de 2008, foi aprovada a Estratégia Nacional de Defesa, cuja divulgação tem incentivado a sociedade a discutir questões que envolvem a segurança externa; trata-se de um documento de alto nível que orienta os esforços, dos mais variados setores, no sentido de criar-se uma sinergia capaz de proporcionar o devido aparelhamento e a eficaz distribuição territorial das organizações militares, além do fortalecimento sustentável da indústria, com geração de empregos e mais renda para os brasileiros.

A Força, alinhada com essa perspectiva, vem empreendendo esforços importantes com a finalidade de se equipar com os meios necessários à garantia dos interesses brasileiros no mar e na vasta rede fluvial.

Meus Comandados!

A nossa Data Magna, que estamos comemorando, nos remete a incontáveis reflexões que, seguramente, irão nos ajudar a entender o passado, analisar o presente e planejar o futuro. Homens corajosos, como os que participaram da Batalha Naval do Riachuelo, nos deixaram suas heranças de bravura, combatividade, idealismo e, principalmente, valor.

Assim sendo, exorto a todos a manterem vivos, dentro de si, os ideais que guiaram aqueles heróis de 1865. A eles devemos a gratidão por terem ajudado a construir uma Nação soberana e unida, da qual muito nos orgulhamos!

JULIO SOARES DE MOURA NETO
Almirante-de-Esquadra
Comandante da Marinha

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sette

Parabens a Marinha do Brasil , um orgulho para o nosso pais!!!!!

MO

Com todos os anos de MB, seu maior feito (?) e cultuado (?? sera mesmo ?? *) é uma batalha fluvial Nada contra Riachuelo, mas com duas guerras mundiais com, participação naval, nosso maior feito ainda é um feito de 1865 ??? Pera um pouco, neste momento vc pode estar pensando la vem o MO criticando, não não é isso, meu ponto é que não é possivel a nivel nacional (será ???) apenas ser lembrado este fato de 1865. Claro que houve outros fatos, nestes tempos todos, alguns paises cultuam isto a todo momento, fazem até museus como os inglesicos… Read more »

Tito

MO, o buraco é mais embaixo.

Pergunte a um Portugésio sobre Dio, a um Espanholeiro sobre Lepanto ou a um Iglésio sobre Trafalgar, depois pergunte a um Brasilianico sobre Riachuelo, um ou outro vai lembrar da loja e olhe lá.

Abs

Dalton

MO ! acho que houve uma pequena confusão de sua parte… “com o HMS Arizona ou os americanianos com o USS Norfolk, fazem filmes a fins e..” independente do Arizona ser USS, talvez no lugar do Norfolk vc tenha pensado no HMS Belfast que é de fato um museu,o HMS Norfolk foi um daqueles “feinhos” de 3 chaminés que foi para o ferro velho depois da guerra. Quanto a Batalha do Riachuelo, penso que a importancia/brilho dela reside pelo fato de ter sido travada unicamente por nós, decorrente de uma guerra iniciada com a invasão de nosso territorio, ao contrario… Read more »

MO

oi Dalton

Em tese vc esta certo

Nas a troca do USS Belfast pelo Norfolk foi proposital mesmo

Mas sim, a bem de esclarecimento o navio correto em Londres é o HMS Belfast

No mais, mantenho meu pensamento, não aceito o unico (?) fato naval nacional a ser lembrado (?) ser esta batalha fluvial

Abs
MO

Dalton

A Guerra do Paraguai continua sendo de longe o embate que mais ceifou vidas de brasileiros…e a batalha do Riachuelo foi vital. Na Segunda Guerra tivemos uma participação secundária, mesmo a Italia era considerado um teatro secundário perdendo para a França e leste europeu e foram as aeronaves americanas aqui sediadas que afundaram e/ou avistaram a grande maioria de submarinos alemães. O Bahia infelizmente auto afundou-se e a corveta Camaquã virou devido a mau tempo , portanto perdemos apenas o Vital de Oliveira vitima de submarinos. Ainda penso que a guerra do Paraguai teve uma importancia maior quando comparada a… Read more »

MV

A MB ainda “está de pé” devido a abnegação de seus integrantes atuais e de outrora.
Se dependessemos dos governantes dos ultimos 40 anos……. Estariamos igual a marinha de paises africanos.

O q devia ser motivo de comemoração são as pessoas que integram esta maravilhosa força.