O navio da Marinha de Guerra do Brasil, Corveta Barroso, um dos mais modernos da esquadra brasileira, encontra-se atracado desde a passada sexta-feira, no Porto de Luanda. O comandante Luiz Roberto Cavalcanti Valicente disse, ao Jornal de Angola, que a estadia no país serve para reforçar os laços de cooperação entre a marinha dos dois países.

O Corveta Barroso, com 103,4 metros de comprimento, com uma tripulação que pode ser gerida durante 30 dias, está aberto a visitas. Luiz Roberto Valicente considerou um grande prazer estar em águas angolanas, “porque é uma nação irmã dos brasileiros”.

O comandante do navio disse que o objectivo da marinha brasileira em África é estreitar os laços de cooperação e amizade entre as marinhas. “Já estivemos em Walvis Bay, na Namíbia, agora em Angola, estaremos também na Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipie, Nigéria e Ghana, onde vamos exercer várias actividades de cooperação”, salientou o comandante.

Para o brasileiro, o navio de guerra é o solo brasileiro, mesmo em terras angolanas, “porque tem a capacidade de levar em todo mundo o prazer da nossa pátria, e aqui em Luanda vamos organizar um simpósio das marinhas de guerra da CPLP”.

A construção da Corveta Barroso começou em 1994, no Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro. O seu lançamento ocorreu a 20 de Dezembro de 2002, foi incorporada na armada a 19 de Agosto de 2008, e transferida para o sector operativo, tornando-se o mais moderno navio da esquadra brasileira. É o quinto navio a ostentar este nome, em homenagem ao Almirante Barroso, barão do Amazonas.

A Corveta Barroso apresenta sistemas com elevado grau de complexidade técnica desenvolvida no Brasil. Destacam-se os sistemas de controlo e monitorização da propulsão, auxiliares e de controlo de avarias, sistema de lançamento de torpedos, sistema de lançamento de despistadores de mísseis e sistema de governo do navio.

A construção da Corveta Barroso representa, para a Marinha do Brasil, a consolidação da obtenção de todas as etapas de uma tecnologia que poucas nações possuem, que inclui a especificação de requisitos técnicos e operacionais. A concepção, o projecto, a avaliação operacional e de engenharia, a revisão do projecto original em função dos resultados obtidos nessa avaliação obedece aos requisitos para a construção de uma nova classe de modernos navios de guerra.

A Corveta Barroso possui no armamento canhões, sistema de lançamento de mísseis, de torpedos e de despistadores. Nas operações aéreas tem a aeronave orgânica, que pode ser armada com míssil ar-superfície, torpedo Mk-46, bomba de profundidade Mk-9, indicador visual estabilizado de rampa de aproximação. Nos sensores existem quatro radares, um de busca combinada, de superfície, de direcção de tiro e de navegação, possui também alça optrónica e óptica, sonar de casco, sistema de navegação inercial, hodômetro, anemómetro e ecobatímetro.

FONTE: Jornal de Angola

FOTO: Guilherme Wiltgen/Poder Naval

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