O afundamento do cruzador ARA ‘General Belgrano’ nas Malvinas
O almirante Woodward em seu livro “One Hundred Days” conta que a Frota Britânica, no dia 2 de maio de 1982, estava dentro da zona de exclusão de 200 milhas imposta pela Inglaterra à Argentina em torno das Malvinas, posicionada em algum ponto à nordeste das ilhas.
Às 3h20 da manhã, Woodward foi acordado por seu staff, com o aviso de que um avião Tracker tinha iluminado sua Força-Tarefa com o radar de busca e que os argentinos agora sabiam sua posição.
Um jato Sea Harrier foi enviado para a marcação do contato, a fim de investigar. O jato britânico mais tarde informou que durante o voo, seu RWR (Receptor de Alerta Radar) registrou que o caça foi iluminado por um radar de direção de tiro, Type 909, que equipava os destróieres Type 42 argentinos. Desta forma, confirmou-se a presença, a cerca de 200 milhas de distância da FT britânica, do NAe 25 de Mayo e de suas escoltas Type 42, Santissima Trinidad e Hercules.
Woodward sabia que o 25 de Mayo levava 10 jatos Skyhawk com 3 bombas de 500kg cada, o que significava um possível ataque de 30 bombas à FT britânica, logo após o amanhecer. E ainda havia o temor de que os jatos Super Étendard também pudessem decolar do 25 de Mayo, com Exocets.
Para piorar a situação, 200 milhas ao sul das Ilhas Malvinas, o cruzador General Belgrano e duas escoltas estavam à espreita e poderiam chegar em poucas horas à distância de tiro de seus Exocet contra a FT britânica.
O cruzador General Belgrano era o ex-USS Phoenix da classe “Brooklin”, de 13.500t de deslocamento, armado com 15 canhões de 6 polegadas, oito canhões de 5 polegadas, todos maiores que os canhões da FT britânica.
O navio era o sexto da classe, com construção iniciada em 1935 e lançamento em 1938. Ele escapou do ataque japonês à Pearl Harbor em 1941 e foi descomissionado em 1946, sendo transferido à Argentina em 1951.
Além dos canhões, o General Belgrano também tinha recebido lançadores de mísseis Exocet MM38, assim como suas escoltas.
O almirante britânico percebeu que o 25 de Mayo e o Belgrano estavam fazendo um movimento em pinça e que um dos dois precisava ser eliminado. Como a posição do navio-aeródromo argentino não era conhecida, o Belgrano foi o escolhido.
O submarino nuclear HMS Conqueror, comandado por Christopher Wreford-Brown, estava acompanhando o cruzador argentino de perto há dois dias, enquanto o submarino HMS Spartan ainda não tinha encontrado o navio-aeródromo argentino.
O HMS Conqueror descobriu um navio-tanque argentino e o acompanhou até o ponto de encontro com o Belgrano e assistiu à operação de reabastecimento.
As ROE (Regras de Engajamento) não permitiam ao HMS Conqueror disparar contra o Belgrano, pois o mesmo se encontrava fora da Zona de Exclusão.
O almirante Woodward precisava pedir ao Comandante-em-Chefe na Inglaterra para alterar as ROE e ordenar ao Conqueror o afundamento do Belgrano imediatamente. Mas o pedido enviado à Inglaterra por satélite iria demorar muito, o que poderia fazer com que o submarino britânico perdesse contato com seu alvo.
Sendo assim, Woodward ordenou o ataque enviando a seguinte mensagem ao submarino: From CTG (Commander Task Group) 317.8 to Conqueror, text prority flash – attack Belgrano group. Ao mesmo tempo, solicitou permissão da revisão da ROE, esperando que ele fosse atendida, pela emergência da situação.
O Grupo-Tarefa do Belgrano estava navegando a 13 nós, acompanhado pelo HMS Conqueror, que fazia perseguição padrão “sprint-and-drift”, que consiste em navegar em grande profundidade a 18 nós por 15 ou 20 minutos, depois indo para a cota periscópica, navegando a 5 nós, a fim de atualizar a posição do alvo pelo oficial de controle de tiro. Depois, a perseguição começava novamente.
O temor de Woodward e do comandante do submarino era o Belgrano rumar para o Banco Burdwood, uma elevação no fundo do mar que obrigaria o submarino a navegar numa profundidade menor e perder o contato com o cruzador e seu grupo. Por isso a pressa em tomar logo a iniciativa de afundá-lo, enquanto havia contato com ele.
Às 0810Z do dia 2 de maio, o GT do Belgrano mudou de curso, agora rumando para o continente. Às 1330Z, o Conqueror recebeu o sinal de mudança de ROE vindo da Inglaterra.
O Comandante do HMS Conqueror, Christopher Wreford-Brown, comentou mais tarde suas impressões sobre a navegação tática do Belgrano. O comandante do navio, capitão Hector Bonzo, parecia não estar nem um pouco preocupado em ser alvo naquele momento.
Navegava a 13 nós, com os escoltas mais à frente, num leve ziguezague. O comandante do navio argentino não era submarinista e parecia conhecer pouco de submarinos, principalmente de nucleares. Se conhecesse, estaria navegando em velocidade bem mais alta, com os escoltas lado a lado protegendo seu costado e fazendo um ziguezague mais agressivo, para evitar possíveis torpedos.
Para completar, os escoltas do Belgrano estavam navegando com os sonares ativos desligados.
Às1830, o HMS Conqueror aproximou-se do Belgrano em alta velocidade por bombordo, passando por baixo dele e indo para a cota periscópica por boreste, a fim de conseguir uma boa solução de tiro.
O comandante Christopher já tinha se decidido em usar velhos torpedos de tiro reto Mk.8 da Segunda Guerra Mundial, pois levavam maior carga explosiva e eram mais confiáveis que os novos Tigerfish Mk.24, guiados a fio.
Os tubos foram carregados com 3 torpedos Mk.8 e 3 Mk.24, por precaução. Os torpedos foram disparados à proa do Belgrano, para que encontrassem o navio numa posição futura.
Segundo o comandante do Conqueror, os disparos dos torpedos foram feitos à “queima-roupa”, à distância de 1.380 jardas (1.255m), com os operadores de sonar do Conqueror ouvindo bem alto o característico som dos hélices do Belgrano, algo parecido com “Chuff-chuff-chuff… chuff-chuff-chuff…”.
Após 55 segundos do primeiro disparo, o primeiro torpedo explodiu na proa do cruzador, no ponto após a âncora e antes da primeira torreta. A proa foi arrancada pela explosão. O comandante Christopher viu a explosão pelo periscópio e ficou abismado.
Logo veio a explosão do segundo torpedo, que atingiu o navio na altura da superestrutura.
O terceiro torpedo acabou errando o Belgrano e explodiu por acionamento da espoleta de proximidade, na popa do destróier argentino ARA Bouchard, sem maiores danos. Vinte minutos depois do ataque, o comandante do Belgrano ordenou à tripulação o abandono do navio, o que foi feito sem pânico, em botes salva-vidas infláveis.
Como estava escuro, as escoltas do Belgrano não sabiam ainda o que havia acontecido, pois o cruzador após o ataque ficou sem rádio. Quando as escoltas perceberam o ocorrido, tentaram inutilmente o lançamento de cargas de profundidade.
Navios argentinos e chilenos resgataram 770 tripulantes do Belgrano do mar, entre os dias 3 e 5 de maio. Um total de 323 homens pereceram no ataque, entre eles dois civis.
A foto abaixo mostra o HMS Conqueror, retornando à Inglaterra após a Guerra das Malvinas, com sua bandeira de pirata Jolly Roger hasteada, que ao invés dos tradicionais dois ossos cruzados com a caveira, tem dois torpedos.
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Creio que uma licao dada eh o temor que a marinha inglesa tinha da marinha argentina mesmo com a superioridade. Mesmo contra uma marinha superior, uma pequena dificuldade pode fazer a diferenca. Brasil deve investir nesse tipo de tatica. E o submarino nuclear brasileiro se encaixa justamente ai. Um enorme perigo silencioso no mar que ninguem sabe de onde vira.
Abracos!
Se a Argentina tivesse planejado melhor (investido),a tomada das Ilhas talvéz a história tivesse sido diferente (principalmente tivesse investido em aviões, submarinos, e exocets), digo talvez por que se a coisa ficasse preta pro lado da Inglaterra certamente os EUA,irria intervir!
chuff-chuff-chuff…bum!
rs
tem um documentario da Discovery muito interessante quem não viu vale apena. aquela foto do HMS Conqueror com bandeira “pirata” eu ainda não tinha visto (ou notado). serviu pra aumentar minha indignação com os Argentinos que inventa uma Ação sem um planejamento decente que serviu apenas para aumentar a pompa Inglesa, me fez lembrar de como era o tempo que piratas Ingleses (e outros) infestavam os mares fazendo todo o tipo de horror (inclusive no Brasil) e retornavam pra Inglaterra como Heróis.
É consensual, parece-me, que o episódio sublinha a necessidade do investimento sólido na esquadra de submersíveis da MB. Esperava ver nos próximos 15 anos ao menos 6 em cada esquadra, na 1 ª e futura 2ª. Isso, a meu ver, é mandatário.
A MB deve ser reestruturada de baixo para cima…, ou do fundo para superfície.
Dell72… como vc levantou o fato da bandeira pirata arvorada no HMS Conqueror talvez vc goste de saber o motivo da mesma,.. Basicamente é o seguinte: Durante a Primeira Guerra, um Almirante Britanico considerava o submarino uma arma covarde e que se dependesse dele, todo tripulante de submarino inimigo seria enforcado como se fosses PIRATAS ! Então os submarinos britanicos também começaram a afundar navios alemães e um comandante britanico lembrando a estapafurdia declaração do Almirante resolveu confeccionar uma bandeira pirata, a “jolly roger”…e sarcasticamente arvorou-a do seu submarino , e acabou virando tradição, apenas isso, não trata-se de honrar… Read more »
Que lições poderiam ser tiradas do fato? que os subs são armas taticas ou estrategicas? ou que a falta de um melhor planejamnto e meios mais modernos prejudicaram os “hermanos”?
Alguém percebeu a quantidade de armamento a bordo do NAe Hermes, na foto do Sea Harrier decolando? imaginem uma bomba argentina caindo ali.
Não precisaria nenhuma bomba argentina, uma quebra de segurança (incidente/acidente) nas operações com esses armamentos já poderia deixar a retomada das ilhas em xeque. A o Imperio em serios apuros no contexto, mesmo que decadente, da Guerra Fria…
Claro ficou que a Argentina pagou o preço por não se preparar minimamente para um combate moderno, ainda que governada por generais, seu investimento em defesa foi pífio.
Tivesse implementado melhorias no aeroporto das malvinas à tempo (permitindo a decolagem-pouso dos jatos) e não se fiasse em material da WWII e o resultado do conflito seria diferente.
Fica a lição para o Brasil.
Escoltas novas, subs (mesmo que convencionais) e aviãção naval de asa fixa de longo alcance certamente tornariam mais facil a vida dos defensores da soberania nacional argentina.
Justamente o que defendemos como aquisições urgentes para nossa marinha.
Os navios argentinos navegavam como se estivessem em tempos de paz, o que pode revelar despreparo ou grande sentimento de invulnerabilidade. Incrível que tenham navegado com os sonares desligados, mesmo sabendo que nas imediações havia uma grande esquadra em operaçóes de guerra.
Adquirir isto e aquilo é o de menos, o negócio pega qndo vc tem que dispor e não tem pq não há peças de reposição, pessoal treinado, a logística é deficiente.
Isso que dá arrumar guerra para satisfazer a opinião pública, cansada da didatura argentina!
Caracteriza também a falta de planejamento tático, material e político (por acreditar que outras nações do continente americano iriam dar apoio à ação Argentina).
Fica a lição para o Brasil e principalmente para a Marinha!
Mas se em 1982 estava ruim para a Argentina, imaginem hoje? Com suas forças armadas todas sucateadas! Se não me engano o que eles tinham em 82 é o que eles tem hoje!!!!
Opa, erro de digitação, digo ditadura!
Seria um “Midway Revival” Galante !!!! Imagine pelo menos uns 2 A4 dos 10 existentes do 25 de Mayo furando o PAC do Hermes e atingindo-lhe pelo menos 2 bombas de 500kg !!!! Um efeito em cadeia devastador contribuído pelas próprias bombas inglesas deixadas ao convés !!!! Sem os esquadrões aéreos do Hermes, e menos uma pista de pouso para os Ingleses, os EEUU interviriam mais efetivamente com uma 4ª frota ? Um Nae “emprestado” ? “Se” não ganha guerra, mas as hipóteses nos deixam um ar de essa guerra poderia ter contornos de uma paz negociada, e não incondicional,… Read more »
se o navio hermano tivesse um comandante experiente e seus sistemas ligadoas a historia seria outra os ingleses naõ afundariam o navio teriam muita dificuldade creio eu numa guerra naõ se comete erros pagasse um preço alto………
Achei interessante também:
http://i22.photobucket.com/albums/b336/Bager1968/Carriers/primarycarriercomparison.gif
Dalton obrigado pelo exclarecimento
off tópic , alguém saberia me dizer como está a construção do segundo NAPA 500 o Macau, ele não já deveria ter siso entregue?
Afundar o Cruzador argentino foi covardia. Ele era um tanque marítimo da 2º G.M., de uma outra época, de outros meios. Não era pareo para submarinos nucleores ou aviação embarcada.
Mesmo com esse elevado nº de canhões (23) não teria capacidade de enfrentamente contra uma marinha moderna, que utiliza-se de diferentes meios complementares. Ele poderia ter vantagem em um combate mano a mano com outro navio da marinha inglessa menor, que não tivesse capacidade de lançar mísseis anti-navio.
Com a popularização dos torpedos foi-se a era dos grandes encouraçados.
Não foi covardia…
a artilharia do Belgrano era perigosa além do que , ele estava escoltado por 2 destroyers armados com misseis exocets e fazia parte de uma manobra argentina onde ele atacaria por um lado e o porta-avioes 25 de maio de outro, o que enfraqueceria a defesa britanica.
Em 1982, 4 encouraçados americanos estavam sendo trazidos novamente à ativa, reconhecimento da importancia da artilharia naval.
Qualquer navio, de qualquer marinha por mais moderno que fosse teria serios problemas ao ser localizado por um submarino nuclear.
Caro Dalton
Adorei os esclarecimentos sobre a bandeira pirata e o perigo que o Belgrano representava naquele momento.
Abraços
Senhores, o que essa história do Belgrano tem a ver com essa daqui:
http://www.naval.com.br/blog/destaque/submarinos/o-afundamento-da-fragata-ins-khukri-na-guerra-indo-paquistanesa-de-1971/
Poderiam traçar comparações entre os dois casos?
Engana-se quem pensa que a Argentina estava mal equipada. Se o Brasil tivesse os equipamentos argentinos de 1982, teria feito muito melhor. Talvez se a Armada Argentina que detivesse em caçar os submarinos nucleares em vez de se retirar do Teatro de operações os Skyhawk e SuperEtandard tivessem mais facilidade em atacar o hermes e o Invencible. Tudo são suposições.
De novo a história da humilhação argentina. Em 72 dias os ingleses vieram de 15000 km de distância, limparam as ilhas e inflingiram uma das maiores humilhações de todos os tempos. Agora vem o pessoal e fala: SE o vento ajudasse, SE as bombas explodissem, SE os argentinos tivessem sorte, SE estivessem equipados, etc. etc,etc. Acontece que “SE” não ganha guerra… No final, quem lê inglês e vê o site da Royal Navy percebe que afundar o Belgrano foi um recado. Foi mais ou menos assim: só um sub nuclear afunda TODA a frota argentina. Fiquem no porto! E o… Read more »
Ivan, Toda guerra é cheia de SE. A Batalha de Midway, lembrada pelo Ozawa acima, que mudou a direção da 2ª Grande Guerra, no Pacífico, está recheada de SE. Entre os muitos SE, segue mais um. Tanto em Midway, como nas Malvinas, a marinha que perdeu o combate usou um plano complicado, com movimentos diversionários que só serviram para dividir as forças. SE Yamamoto, da Marinha Imperial Japonesa, optasse por concentrar todos os seus meios navais e aeronavais em um único ataque a Midway, sem ações diversionárias nas Kurilas (Alaska), poderia ter concentrado cerca de 6 (seis) porta-aviões e não… Read more »
Caro Ivan… no caso de você ainda estar acompanhando… você confundiu Ilhas kurilas com Ilhas Aleutas, mas este não é o maior problema e sim que não houve nenhuma diversão por parte dos japoneses. Como você, cresci com esta falsa impressão, até muitos dos mitos referentes a batalha de Midway terem sido esclarecidos no livro “Shattered Sword” e que na verdade tais mitos já haviam sido desmistificados no proprio Japão, mas ainda não havia sido feito um trabalho na lingua inglesa. Se fosse uma diversão, as Aleutas teriam sido atacadas com varios dias de vantagem ao ataque a Midway e… Read more »
Belos coments sobre Midway e Malvinas.
Agora, quanto às comparações ensejadas pelo Galante em comentário mais acima, diria que nas Malvinas o ‘Conqueror’, por ser de propulsão nuclear teve muito mais facilidade(riscos mínimos de ser detectado) para efetuar o ataque e, naturalmente, para escapar de qualquer contra-ataque, enquanto o que se viu no caso do submarino paquistanês foi só sofrimento(muito trabalho com muita paciência) para conseguir o momento ideal para lançar seus torpedos e muito mais sofrimento para não ser afundado depois do ataque. Tudo por causa das limitações de ser convencional, principalmente limitações de velocidade.
Abraços
Ivan de Recife, Dalton, Guppy e amigos Sou fã do Reino Unido de da RN. Sou fanático pela paz. Acompanhei a Guerra das Falklands na época. Conheço a maioria dos oceanos, muitas passagens marítimas, e as próprias Ilhas Falkland… O que me causa indignação é o revisionismo argentino. Milhões de desculpas para uma Guerra estúpida. Perderam jovens despreparados. Perderam boa parte de seus equipamentos, e não recuperaram até hoje. Quem vai a Ushuaia, que os hermanos chamam de “capital de las Malvinas” vê a penúria dos navios argentinos… Os argentinos foram enganados por um grupo de militares do pior tipo.… Read more »
Dalton, Obrigado pela correção. Me enganei com as Ilhas. Contudo, não conhecia a existência destes novos documentos dando as Aleutas como alvo primário simultâneo. Me parece estranho e fora de medida, pois Midway era essencial, estendendo a linha de defesa japonesa para o meio do Pacífico. Aleutas, no extremo Norte, não protejeria muita coisa, inclusive porque as grandes demandas aliadas (Austrália, Nova Zelândia e a passagem para a Ìndia estavam ao Sul. De qualquer forma, Yamamoto dividiu as forças de ataque a Midway em 4 (quatro): – Força de submarinos que deveria ultrapassar Midway e formar um cordão de isolamento,… Read more »
Dalton, Ainda em tempo. O tradicional movimento em pinça só se justifica quando a força (terrestre ou naval) tem superioridade de recursos materiais e humanos, naquele Teatro de Operações, para cercar o inimigo. Os imcompetentes e presunçosos almirantes argentinos não tinham nada disso, muito pelo contrário. Entretanto as Malvinas/Falklands estam no extremo sul do Atlantico Sul, quase que no fundo do pote, cercada pelo sul pela antártica, com o Cabo Horn como impossível passagem à sudoeste e o longíquo Cabo da Boa Esperança, no sul da África, à leste-sudeste. Penso que, no caso da Marinha Argentina tentar alguma manobra, seria… Read more »
Parabéns, Guppy! É isso aí.
Ivan… no caso de vc ainda não ter se cansado de Midway, mais alguns comentarios do chato de plantão aqui: Mesmo que os japoneses tivessem se concentrado apenas no ataque a Midway, esquecendo as Aleutas,eles não conseguiriam invadi-la, bombardea-la com canhões sim, mas a invasão seria no minimo muito custosa e mais, não poderia ser mantida devido a distancia do Japão. Seis meses antes eles invadiram a ilha de Wake e os fuzileiros lá deram uma canseira tal que 2 dos porta-avioes que atacaram Pearl Harbor, o Hiryu e o Soryu foram desviados do caminho de casa para auxiliar na… Read more »
Dalton, Nunca me canso de discutir sobre a II Grande Guerra, em particular as batalhas aeronavais do Pacífico. Quando garoto discutia com meu pai sobre qual a batalha mais importante daquela Guerra Mundial, se Stalingrado ou Midway. Tolice a minha. Eram duas frentes diferentes, com adversários diferentes, mas ambas representaram limites do avanço e ponto de virada contra o Eixo. Quanto a Midway acredito (atrevidamente) que Yamamoto errou, com todo o respeito que tenho à memória deste grande Almirante. Há momentos em que cabe um movimento em pinça, como em Kursk – 1943 ou Falaise – 1944. Há momentos que… Read more »
Grande Ivan… não acho que o grupo aereo de Midway pouco influenciou no combate. A medida que os aviões terrestres eram enviados contra Nagumo, e sistematicamente repelidos, este decidiu que seria necessário um segundo ataque contra a ilha e sua písta e assim uma série de decisões já tomadas tiveram que ser reavaliadas, como por exemplo a troca de torpedos por bombas e voce sabe que estas decisões acabaram comprometendo um ataque aos porta-avioes americanos quando estes foram localizados. Estes ataques apesar de serem repelidos, exigiram manobras evasivas reorientação dos caças, estresse nas tripulações o que certamente comprou tempo para… Read more »
Dalton, Na forma que vc apresentou dá para encarar de forma diferente os aviões de Midway, particularmente os hidro Catalina de reconhecimento. Contudo dar a ela o valor de um porta aviões fica difícil, em face da dificuldade de coordenação das operações em terra e navais. Quanto ao Yamamoto diria que sua maior influência era a forma japonesa de planejar, cheio de sutilezas, que por vezes dividiu esforços. Em tempo, deixa Sun Tzu fora disso… he he he… até porque era Chinês. Mas, só como referência, A Arte da Guerra tem, salvo engano, um capítulo inteiro sobre espiões, que modernamente… Read more »
Dalton,
Seria interessante uma série de matérias sobre as batalhas aeronavais da Segunda Guerra Mundial, ou mesmo sobre as batalhas navais do século XX.
Talvez, quem sabe, possamos montar uma força tarefa para esta empreitada. Se achar conveniente podemos nos comunicar por e-mail depois.
Abç,
Ivan.
Ivan disse para Dalton:
“… Se achar conveniente podemos nos comunicar por e-mail depois.”
Por favor não façam isso. Continuem comunicando-se por aqui porque todos ganham com as opiniões dos senhores. Eu, particularmente, quase não comento mais estou acompanhando. Esta batalha(Midway) é a minha preferida. Já li bastante a respeito mais continuo aprendendo com vocês e acredito que muitos estão gostando.
Obrigado e Abraços
Caro Guppy… provavelmente apenas você está gostando, mas atendendo seu pedido, postarei aqui mais algumas “perolas” (rs) Ivan… Sun Tzu era chines, portanto oriental e era reverenciado pelos japoneses, fazia parte da cultura militar japonesa agir sorrateiramente, foi a melhor palavra que encontrei de momento mas que fazia parte dos ensinamentos de Sun Tzu…não estou colocando a culpa nele…foi apenas uma observação a mais. Lembra-se de Pearl Harbor ? Funcionou as mil maravilhas…e os japoneses acreditavam que precisavam e conseguiriam novamente um ataque surpresa a Midway e para conseguir isso, nada melhor que “espalhar” os navios para tentar confundir os… Read more »
Caro Dalton,
Somente para reforçar o modo japonês(sorrateiramente) de atacar, lembremos que três século e meio antes de Pearl Harbor, enquanto diplomatas japoneses ainda conversavam em Seul, os navios japoneses do Shogun Hideyoshi destruíram os coreanos e, no início do século passado, o Almirante Togo também atacou os russos de surpresa em Porto Artur. A história se repitiria em Pearl Harbor.
Abraços
Alguém pode me esclarecer, qual a participação da Marinha do Brasil, diante do conflito das Malvinas. Soube que na época a Marinha mandou uma força-tarefa para o Rio Grande do Sul…É verdade? O que é zona de Guerra e Teatro de operações? Houve algum contado dos navios da Marinha com belonaves britânicas? Abdulaziz@bol.com.br
Durante a guerra das Malvinas, a área do Rio Grande do Sul fazia parte da zona de guerra? Abdulaziz@bol.com.br
A Argentina estava numa tentativa desesperada de manter a ditadura militar, face ao desgaste da mesma junto à opinião pública e as novas tendências políticas mundiais, os generais sabiam que a ditadura serviu ao seu propósito e que era hora de deixar de existir, mas nãso queriam “largar o osso” com facilidade por isso criaram esse factóide com o propósito de unir a nação em torno do militarismo, porém sem planejamento, estratégia, logística. Foi uma campanha fadada ao fracasso que mais aumentou o desgaste do que propriamente resgatar a credibilidade. Por isso, jovens argentinos foram sacrificados numa guerra fabricada e… Read more »
[…] O afundamento do cruzador General Belgrano […]
Acho que o comandante da operação da Marinha Argentina deveria saber mais sobre guerra submarina e como fazer para escolher seuas almirantes para tal missao! Pois faltou taticas anti-submarinas.