Modernização da esquadra: o contra-ataque francês
A França proporá um “pacote naval” que incluirá navios de patrulha(OPV), fragatas e unidades de apoio logístico com o propósito de contrapor as propostas da Grã Bretanha e da Itália em relação ao programa de reaparelhamento da força de superfície da esquadra, informou o diretor da DGA (Direction Générale de l’Armement) no último dia 20 de setembro.
O Brasil não abriu oficialmente uma concorrência, mas esta realizando consultas com países europeus, disse Jacques de Lajugie, chefe do departamento de desenvolvimento internacional.
“Não temos o hábito de formular ofertas não solicitadas” disse de Lajugie. A oferta francesa será baseada em requerimentos específicos feitos pelas autoridades brasileiras, que procuram por três tipos distintos de navios: um OPV, uma fragata de uso múltiplo e um navio-tanque, disse ele.
A França oferecerá a mesma classe de fragata (FREMM) que é fornecida à Marinha da França.
Reino Unido e Itália estão preparando ofertas similares, disse de Lajugie.
Uma outra autoridade francesa disse que o Brasil quer cinco OPV, um número semelhante de fragatas e um navio-tanque.
O almirante Georges Bosselut, responsável pelo departamento de relações internacionais da Marinha da França, disse que uma delegação de oficiais da Marinha do Brasil visitará aquele país europeu no próximo mês por alguns dias como parte de um acordo militar bilateral.
Oficiais da Marinha do Brasil têm acompanhado o desenvolvimento dos submarinos Scorpene como parte da cooperação Brasil-França. A DCNS, contratante principal para as FREMM e os Scorpene, inaugurou recentemente uma escola de projetos de submarinos para o Brasil em Lorient.
“A escola proporcionará ao Brasil a assistência tecnológica para o projeto das partes não-nucleares do futuro submarino de propulsão nuclear do país, que deve entrar em atividade em 2025,” informou a empresa em um comunicado.
Perto de 30 engenheiros brasileiros e técnicos estão matriculados no curso e nos próximos 18 meses eles terão aulas com especialistas em submarinos da DCNS.
O setor naval representou aproximadamente 10 bilhões de euros (cerca de US$13,1 bilhões), algo como 30% das exportações totais do setor de defesa entre 2005 e 2009, disse Lajugie. No ano passado os sistemas navais contribuirão com 45% do total de vendas externas.
“Equipamentos navais representam um dos pontos mais forte no setor de exportação de material de defesa”, completou.
A França exportou para o Brasil quatro submarinos convencionais da classe Scorpene. O pacote de defesa ainda incluiu 50 helicópteros EC 725 Caracal.
O Brasil também pretende comprar novos caças. A França espera vender o Rafale, feito pela Dassault, mas este compete com o F/A-18 da Boeing e o Gripen NG da Saab.
FONTE: DefenseNews
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Poder Naval