PROSUB_Itaguaí
A Marinha do Brasil está planejando uma frota de seis submarinos nucleares e mais 20 convencionais, 15 novos e cinco revitalizados. Com seus torpedos e mísseis, será a mais poderosa força dissuasória do continente nos termos do Plano de Articulação e Equipamento da Marinha (Paemb). A meta é de longo prazo, só será atingida em 2047. O custo estimado de cada navio de propulsão atômica é de 550 milhões de euros.

O primeiro deles, incluído no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub), já em andamento, sairá por 2 bilhões de euros, valor composto pelos custos de transferência de tecnologia e outras capacidades (como a de projetar os navios) por parte do estaleiro francês DCNS. As outras unidades estão cotadas apenas pelo preço de construção, no novo estaleiro de Itaguaí, no litoral sul do Rio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita as obras em dezembro.

O núcleo industrial será instalado ao lado da nova base da Força de Submarinos. Os dois projetos estão sendo executados pelo grupo Odebrecht. A empresa também vai produzir os submarinos.

Segundo o almirante Júlio Moura Neto, a importância da Força de Submarinos pretendida pela Marinha está na defesa do pré-sal, na necessidade de segurança marítima e na nova posição do Brasil no contexto internacional. “São fatores que reforçam a necessidade de priorizar a estratégia de dissuasão”, afirma.

FONTE: estadao.com

NOTA DO BLOG: “viagem ao fundo do mar” seria um título melhor para esta matéria, pois o autor simplesmente “viajou na maionese”. Se somarmos todos os submarinos que a Marinha já teve em toda a sua história e que não estão mais em operação (21), teríamos um número inferior ao proposto pela matéria. Em outras palavras, a Marinha do Brasil atingiria daqui a 37 anos um número superior de submarinos (todos operados simultâneamente) que ela chegou a possuir durante 75 anos de história!

Em relação aos cinco submarinos atuais da classe IKL 209/209 mod, que passam por processo de revitalização, eles dificilmente eles estarão em operção em 2047, data informada pelo texto quando o número de unidades chegará a 20 submarinos convencionais. O Tikuna, atualmente o mais novo submarino da MB, terá na data proposta 42 anos de operação, tempo demasiadamente grande para um submarino. Fica difícil imaginar o S-30 Tupi, quase um sexagenário, ainda prestando bons serviços ao país data indicada.

Com relação aos submarinos nucleares, este sim é um verdadeiro exercício de futurologia sem bases razoáveis. É de conhecimento geral as enormes etapas que o país terá que vencer para chegar ao primeiro exemplar. Vencida as etapas técnicas, será necessário reunir os recursos para tal empreitada. Não é uma tarefa simples. Basta ver que marinhas tradicionais e de grande expressão mundial como a Royal Navy e a Marine Nationale possuem grandes dificuldades para manter frotas de SSN deste porte (a RN possui sete SSN e a MN possui seis). É possível imaginar a Marinha do Brasil com uma frota de SSN equivalente às frotas da França e do Reino Unido investindo apenas frações dos valores que estes países investem?

Imaginar que um país quetem pouca experiência na construção de submarinos , que pouco investe em pesquisa e desenvolvimento e não trata a área de defesa como prioridade nacional terá seis SSN junto com outros 20 submarinos convencionais é ser otimista ao extremo.

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