Tripulação indiana ainda não absorveu todo o conhecimento necessário para operar o INS Chakra por conta própria

A Marinha da Índia deveria ter recebido seu submarino nuclear de ataque (SSN) Akula II da Rússia há quatro meses atrás, mas problemas surgiram no caminho. Batizado inicialmente com o nome Nerpa, o SSN foi arrendado para a Índia por dez anos.

A tripulação indiana, após mais de um ano de intensos treinamentos, ainda não está devidamente apta a operar o submarino por conta própria. E não deverá estar pelos próximos seis meses. Os russos receberam parte da culpa por serem responsáveis pelo treinamento e porque fizeram diversas modificações internas.

A outra parte da culpa coube aos indianos, que subestimaram o desafio e foram incapazes de absorver todos os conhecimentos diante das dificuldades de operar um submarino nuclear moderno. Um Akula II exige uma tripulação de 73 homens altamente qualificados e cerca de cem indianos estão em treinamento. Soma-se a isto o fato de os marinheiros indianos especialistas em submarinos nucleares estarem todos aposentados (entre 19888 e 1991 a Índia operou um submarino classe Charlie arrendado da URSS).

O Nerpa foi completado graças aos recursos provenientes da Índia e foi aceito pela Marinha da Rússia em dezembro do ano passado. A Índia deveria assumir o controle do submarino em maio, mas ocorreram atrasos. Boa parte destes atrasos teve como causa o acidente que vitimou fatalmente 20 homens a bordo. A origem do acidente estava na baixa qualidade do projeto e da construção dos sistemas de segurança. Com medo do submarino, boa parte dos funcionários do estaleiro construtor ficaram com receio de voltar ao mar com o navio e os testes de mar sofreram atrasos mesmo após os reparos. Quando navios novos sofrem fatalidades a bordo eles adquirem a fama de azarados. Marinheiros são muito supersticiosos.

Renomeado INS Chakra (mesmo nome utilizado pelo Charlie arrendado em 1988), os reparos no ex-Serpa custaram 65 milhões de dólares. Agora a Índia paga algo como 178.000 dólares por dia para ter o submarino. A Índia possuía os recursos financeiros necessários para tirar a indústria naval russa do ostracismo após o colapso da URSS. Foi assim que a Rússia conseguiu concluir a construção de dois submarinos classe Akula, cujos trabalhos estavam suspensos desde o colapso da URSS.

A Índia trabalha no desenvolvimento e na construção do seu próprio submarino de propulsão nuclear, mas a primeira unidade será apenas uma plataforma de desenvolvimento e testes. A produção em larga escala de submarinos naconais deve acontecer dentro de cinco ou dez anos. O Chakra cumprirá a missão de treinar e adaptar os marinheiros indianos no processo de condução, manutenção e reparos em submarinos nucleares de construção moderna.

FONTE: Strategypage

NOTA DO BLOG: é interessante acompanhar o desenvolvimento indiano na busca por uma frota submarina de capacidade nuclear. Assim como o Brasil, a Índia também possui grandes dificuldades para atingir auto-suficiência nesta área. Operar um submarino nuclear apresenta desafios únicos. Estaremos preparados para esta tarefa quando chegar o momento?

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