Caso Battisti congela aprovação de acordo militar entre Brasil e Itália
A Câmara dos Deputados da Itália resolveu reenviar para a comissão competente o texto do acordo de cooperação militar que o país planeja firmar com o Brasil.
Por unanimidade, os parlamentares aderiram à proposta de “congelamento” apresentada ontem pela deputada do partido governista PDL (Povo da Liberdade) e vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores, Fiamma Nirenstein.
Esta posição dos políticos italianos em relação à aprovação do acordo já era esperada. A atitude é vista como uma retaliação ao Brasil, que não concedeu a extradição do ex-militante italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua em seu país por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, época em que integrava o grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).
O acordo na área de Defesa prevê o desenvolvimento bilateral de projetos para a construção de navios e fragatas, além da realização de patrulhas.
A aprovação do texto pelo Parlamento italiano é o último passo para a entrada em vigor do acordo, que foi negociado em junho pelos ministros da Defesa da Itália e do Brasil, Ignazio La Russa e Nelson Jobim, respectivamente.
No próximo dia 18 de janeiro, a Câmara dos Deputados da Itália também votará uma moção apresentada pela UDC (União Democrática de Centro) pela extradição de Battisti. A decisão de manter o italiano no Brasil foi tomada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 31 de dezembro. Lula acatou o parecer da AGU (Advocacia Geral da União).
FONTE: Folha de São Paulo