‘Falcão Cinza, torre do Minas, vento zero, zero, zero, com vinte e cinco nós, livre decolagem!’

No dia 16 de janeiro de 2001, começava uma nova etapa da Aviação Naval Brasileira, pela primeira vez o A-4KU Skyhawk (AF-1 N-1006), codinome “Falcão Cinza” , pilotado pelo Comte. Cannin, decolava do convoo do saudoso NAeL Minas Gerais, fazendo ressurgir na Marinha do Brasil a operação embarcada com aeronaves de asas-fixa.

Este capítulo se inicia em 13 de janeiro as 15:52hs, à 19 milhas de Cabo Frio, quando o Falcão 06 realizou o primeiro pouso enganchado no NAeL Minas Gerais (A-11), pilotado pelo piloto de teste da Kay, Capitão-de-Corveta (USN Ret.) Danny G. Cannin, que engachou o cabo nº5, orientado pelo LSO da Kay, Capitão-de-Fragata (USN Ret.) Curtis Francis.

Neste pouso a aeronave pesava 14.500 Lbs, vento real de 080 graus, 20 nós de intensidade, mar com força 4 e foi realizado após uma única passagem baixa e um único toque e arremetida.

No dia 17 ainda foram realizados mais quatro pousos e três catapultagens com o AF-1 N-1008.

FONTE: O Voo do Falcão Cinza – Pedro Lynch / FOTOS: SRPM via Navios de Guerra Brasileiros

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Elizabeth

Acredito que passados 10 anos da reativação da aviação embarcada na MB, seria de bom tom uma analise critica a ser realizada sobre sua situação atual bem como possibilidades futuras.

Veja, não estou questionando se aviação embarcada é ultil ou não, apenas se o Brasil com este modelo de aviação embarcada produz efetivamente resultados militares válidos ou se estamos apenas perdendo preciosos recursos operacionais, bem como se os planos pro futuro são factiveis economicamente e tecnicamente.

Ozawa

Elizabeth, você mexeu num assunto, infelizemente, pacífico na MB: ela quer ter um Nae de qualquer maneira, mesmo que não saia do cais, e se sair, mesmo que não tenha nenhum valor militar efetivo. Muitas e muitas linhas, em diversos posts, desde a aquisição do Nae São Paulo, já foram debatidas aqui neste espaço, com muitos blogueiros posicionando suas opiniões num dos assuntos mais polêmicos da trilogia blog, talvez perdendo apenas pro “FX2”. Eu mesmo, no início das operações do A4 no “Mingão”, fiquei esperançoso, quiçá orgulhoso, com a evolução daqueles acontecimentos, vividamente descritos e pormenorizados no excelente livro do… Read more »

Elizabeth

Ozawa, eu concordo com suas palavras, já a 13 anos que opino sobre este tema no Poder Naval sobre isto. Tem uma piada que escutei o Chico Anysio contar uma vez, sobre um time de futebol que foi a um jogo em um velho caminhão emprestado de um amigo. “Quando a gente encarava uma subida, o motorista gritava: – Desce pra empurrar que o motor é recauchutado. – Nas ladeiras abaixo, ele pedia: – Desce pra escorar que o freio não agüenta. – Quando finalmente, chegamos ao nosso destino alguem disse – “Tá certo que a gente não podia deixar… Read more »

joseboscojr

E será que o submarino nuclear também não vai virar um caminhão?

Antonio M

Depois de tanto tempo em reforma, tal modernização seria inovadora se fizessem sua conversão para uma classe tipo LHD/LPD ou algo parecido, talvez uma classe híbrida.

Claro que estou especulando mas, com os avanços da engenharia e um porta-aviões que não custo quase nada, talvez um pouco de ousadia rendesse algo interessante. Acho que falta ousadia embora reconheça que sem $$$ fica difícil.

Mas concordo com a discussão acima, do papel de um porta-aviões em nossa Marinha atualmente.

Antonio M

E muitos afirmam que não há exatamente falta de $$$, é que enorme parte dos recursos das FAs vão para o pagamento das pensões.

Sendo verdade, já passou da hora então de viabliizar a reforma desse sistema senão nunca as FAs terão como investir mais e melhor na manutenção de seu poder de fogo.

GUPPY

Acredito que o problema de termos um PA é uma consequência da realidade vivida pela Marinha nos anos 50. A aquisição do NAel ‘Minas Gerais’ por JK, representou a concretização de um sonho da MB, muito em função da Armada argentina ter sido pioneira nesse tipo de navio na América do Sul. Precisávamos também de um equivalente para equilibrar mais o poder naval no Atlântico Sul. Acho que os hermanos chegaram a possuir dois Classe ‘Colossus’ jistamente a Classe que o ‘Minas’ pertenceu. Depois da Guerra das Malvinas(1982), a Marinha argentina entrou em um processo de decadência do seu outrora… Read more »

MO

Não querendo ser o chato da história, mas baseado no modus operandi e sua real carreira operacional ate este momento de agora (MB), deveria ser mudado o seu nome para BNS Santo Expedito Pois ja que são parcos recursos AD Eternum, quanto se justifica empregar recursos de uma esquadra que vive na mingua em beneficio de algo que até então é mais estetico que funcional ? (ah ai vao falar, mas ele voltará melhor e mais operacional, ai eu pergunto: Será ?, ou voltara pra fazerm ops RRJ x SSZ x VIX e uma coizainha aqui, uma coizinha acolá …… Read more »

daltonl

Guppy… os argentinos nunca chegaram a operar com 2 NAes ao mesmo tempo, o 25 de Mayo substituiu o Independencia em que pese ambos serem da classe Colossus como vc corretamente apontou. No mais, a principal função do Minas e do 25 de mayo era guerra antisubmarina nos moldes da guerra fria, o 25 de Mayo tendo uma pequena capacidade de ataque com seus A-4 assim como os poucos remanescentes CVSs americanos no inicio dos anos 70. Se o São Paulo foi adquirido apenas para “aumentar o prestigio” do Brasil então foi um tremendo erro, MAS, e eu quero muito… Read more »

Elizabeth

E será que o submarino nuclear também não vai virar um caminhão? Ola Bosco, acho que é uma ótima pergunta. Eu vou dividir ela em três problemas diferentes que me parecem estar associados ao submarino nuclear. Considerando que haverá dinheiro e o acordo com a França dê certo e portanto exista um submarino nuclear brasileiro. A questão politica. Uma vez conversando com um contra altirante que mantenho amizade, perguntei em tom despretencioso. “Porque a MB não faz como a Índia, aluga por uma década um submarino nuclear russo para saber como é de fato operar um SSN?” Ele em tom… Read more »

GUPPY

Beleza Dalton. De acordo.

Abracos

Vader

Elizabeth disse: 17 de janeiro de 2011 às 13:49 “Quando a gente encarava uma subida, o motorista gritava: – Desce pra empurrar que o motor é recauchutado. – Nas ladeiras abaixo, ele pedia: – Desce pra escorar que o freio não agüenta. – Quando finalmente, chegamos ao nosso destino alguem disse – “Tá certo que a gente não podia deixar de vir porque tinha que jogar, mas, pô! Precisava trazer o caminhão?” Fantástica essa. ___________________ daltonl disse: 18 de janeiro de 2011 às 9:47 “Se o São Paulo foi adquirido apenas para “aumentar o prestigio” do Brasil então foi um… Read more »

Luiz Padilha

Prezado Vader, apesar de ser endereçado ao Dalton, eu gostaria que o amigo me permitisse um aparte. O amigo alguma vez embarcou num PA operando? O amigo alguma vez viveu o dia a dia da MB a bordo de qualquer um de seus navios? O amigo externa suas convicções contra o NAe São Paulo por ler na internet comentários, ouviu relatos de amigos ou viveu alguma experiência real que lhe dê embasamento para este nível de criticas? Coloco dessa forma, caro amigo, porque só quem vive de perto sabe que DOUTRINA é algo com que não se deve brincar. Criar… Read more »

daltonl

Vader… complementando o que o Padilha escreveu acima, mesmo docado ou atracado, a doutrina é mantida pela tripulação em seus vários departamentos sem mencionar que hoje a marinha conhece muito mais sobre o São Paulo do que dez anos atrás, justamente pelos trabalhos de manutenção e reparos executados, e esta mão de obra especializada pode ser rapidamente perdida se não for constantemente treinada. A comparação com a Royal Navy, não me parece muito fortuita, pois eles perderam sua aviação naval há mais de 30 anos atrás…os admiradores da classe Invincible que me perdoem, mas de qualquer forma, os britanicos nunca… Read more »

Vader

Galante disse: 19 de janeiro de 2011 às 14:08 “Tem muita gente dentro da RN achando um absurdo ficarem sem asa-fixa todo esse tempo até a chegada do F-35. E, na minha opinião, estes estão corretos.” Olha Galante, concordo plenamente, no caso da Royal Navy. A Grã-Bretanha, além de ser um arquipélago, ainda possui inúmeros territórios ao redor do globo para defender e projetar poder. Sem falar nos interesses que tal reino tem a defender nos “ultramares”, que até arrepiam nossos cabelos de pensar… De fato, para uma nação como a GB, ficar sem PAs, ainda que temporariamente, é uma… Read more »

Vader

Galante disse:
19 de janeiro de 2011 às 15:41

Eu sei meu camarada. Só acho que a decisão da GB de acabar com seus PAs até a chegada do Queen Elizabeth foi a pá de cal no eterno argumento do “manter doutrina”…

Ou será que alguém afirma que a Marinha de Sua Majestade não entende nada de navios? 🙂

Abs.

Luiz Padilha

Grande Vader. Suas opiniões sempre serão de grande valia. Mas, acho que todo o seu argumento foi pro saco com isso que o Galante bem colocou:

“… a decisão na RN não foi imposta pelo Almirantado…”

Vader

Ou de doutrina? Ou de aviões? 🙂

Wiltgen

Esse é o ponto Galante!

É uma decisão tomada por quem não ocupa um cockpit, e em aviação, principalmente a embarcada, a doutrina é que leva a operação realizada com segurança.

Veremos nos próximos anos as consequências desta decisão para a Fleet Air Arm.

O nosso problema é saber usar os recursos, pois eles existem, mas não são empregados corretamente nas FA’s e em lugar nenhum (Saúde, educação, segurança e etc..).

Vader

Galante, Wiltgen e Luiz Padilha (olha a troupe contra a qual estou a defender tese, ahahaha, isso é até covardia, rsrsrs): Ainda assim, o governo britânico ao longo dos 500 anos de história da Navy, mais acertou do que errou em termos de Marinha nénão? 🙂 Ou será que eles não tem “crédito em caixa”? Vejam bem: a GB é uma “democracia” desde o quê? 1790? Ou seja: desde essa época, quem toma as decisões são os políticos. Antes disso era o Rei. Os almirantes? Desde Walter Raleigh e Francis Drake que não mandam em nada… Amigos, tive um amigo… Read more »

Luiz Padilha

Mas é ai que vc se engana caro Vader.

Leia o que escreveu: Se o POVO não confiasse que a decisão tomada é a melhor, podem ter certeza que iriam quebrar tudo.

Achas mesmo que o POVO britânico está tão preocupado assim, a ponto de quebrar tudo?

O mundo mudou meu amigo e mesmo lá as coisas já não são mais como antigamente.

O POVO lá está preocupado com o próprio bolso neste momento.

Mas valeu a tentativa. Gosto muito quando mencionam Francis Drake.

Grifo

Galante e Wiltgen, acho que vocês não entenderam o argumento do Vader. Acho que ele quis dizer que lá fara a Defesa faz parte da agenda nacional, é algo importante e debatido pela sociedade, o que não acontece por aqui. Para comparação, quando estava em Seattle recentemente vi na televisão uma propaganda de uma senadora (Patty Murray) que pedia votos para sua reeleição argumentando que era ela que tinha torpedeado a Airbus na concorrência do KC-X e protegido os empregos da região. Ou por exemplo em 2004 uma propaganda eleitoral do Bush acusava o concorrente Kerry de ter votando contra… Read more »

Vader

Exatamente, obrigado Grifo.

Elizabeth

“Só quero lhe lembrar que a MB nunca perdeu um A4. Graças a DOUTRINA.”

Também quero lembrar que a disponibilidade dos A-4 sempre foi pequena bem como o volume de horas de vôo, número de pilotos capacitados etc…

Doutrina é importante sim. Mas hoje nossa doutrina em aviação embarcada se limita a pousas e decolar. O AF-1 e o A-12 estão longe de serem um sistema de armas efetivos

Elizabeth

“… a decisão na RN não foi imposta pelo Almirantado…” E é assim que tem que ser. Pelo “almirantado” uma marinha deve ter a maior quantidade possivel de navios, gente, missões, passar o maior número possivel de dias navegando etc… O poder politico é que tem que tomar a decisão. No Brasil pela ausência desta cultura o poder politico é igualmente ausente e quando se manifesta é para levar vantagens pessoais como nosso ex. presidente e o atual ministro da defesa o fizeram no projeto FX. Eu preferia mil vezes o poder politico brasileiro decidindo aposentar navios da MB e… Read more »

Ozawa

Cara Elizabeth, na esteira de seu comentário, ao qual me alinho, permita-me complementar também que eu preferia, sim, um poder político brasileiro dizendo à MB: “NÃO ! Nós NÃO temos, nem teremos num futuro próximo, recursos suficientes para operação e manutenção de um NAe, NÃO vamos alocar recursos para um brinquedinho caro como esse tão somente para palco de formaturas, pretensamente utilizado como mantenedor de doutrina… Daremos à nação uma esquadra moderna e capaz, sim, composta em sua linha de batalha de escoltas e submarinos, com capacidade expedicionária e logística, sem mencionar as embarcações distritais, mas porta-aviões de brinquedo, que… Read more »

GUPPY

Acho muito bonito um PA operando. É sempre um orgulho para a marinha que o possui e para a sua guarnição. O problema é que sabemos que para um PA operar com segurança, depende de uma escolta eficaz além dos meios aéreos operados pelo próprio navio e seus sistermas de defesa como mísseis, canhões, etc. Agora, faço a seguinte pergunta: Quem de vocês ficaria confiante, em caso de guerra, à bordo do nosso São Paulo, hoje? E daqui há um ano? Mesmo que o inimigo não possua submarinos nucleares.
Abraços

daltonl

Caro Vader… vc citou o glorioso passado da Royal Navy da qual sou fã , mas apenas para constar, já nos anos 30, a arma aeronaval britanica em que pese o pioneirismo, devido a decisões erroneas, já havia sido ultrapassada por americanos e japoneses e ao longo da guerra tecnicas e aeronaves americanas foram assimiladas e desde o fim da guerra houve o declinio rapido da arma aeronaval até que em 1978 o HMS Ark Royal IV, um NAe menos capaz que o velho USS Midway, foi descomissionado. O Sea Harrier é um avião sim, o Invincible é que não… Read more »

Vader

Dalton: Minha afirmação original foi de que a manutenção de doutrina não é argumento para justificar o A-12, e a prova cabal disso é a desativação do PA da GB por quase uma década. Você afirma que a GB não é padrão de comparação. Bem eu afirmo com pouco medo de errar que a Royal Navy é uma das cinco mais capazes forças de combate naval do mundo. Portanto, e respeitadas as diferenças da US Navy (parâmetro que o amigo aparentemente prefere) pra Royal Navy, é padrão de comparação SIM. À sua frente apenas EUA, Rússia e, talvez (tenho dúvidas),… Read more »

daltonl

Vader… mesmo que vc estivesse e não está, falando mal da marinha, seria um direito seu, até porque sabemos que nem tudo são flores… voltando a Royal Navy, tirando os quatro submarinos estratégicos equipados com misseis americanos que não servem para outra coisa senão fazer buuuuuuu para assustar, voce esqueceu-se da marinha japonesa que também está a frente da Royal Navy e os franceses com o Charles de Gaulle , que só existe devido aos EUA, é hoje o unico Nae de verdade além dos americanos, em que pese seus problemas dá uma vantagem aeronaval à França. De qualquer forma,… Read more »

Iväny Junior

Que belas imagens. Estava procurando.
O A-11 em toda a sua vida operacional não deu metade dos problemas que o a12 deu na última década.

Viva a parceria estratégica brasil x frança.