Seis países disputam concorrência da Marinha para construção de 11 navios
Mas enquanto a concorrência não é definida, em um cenário de cortes orçamentários no Ministério da Defesa, surgem propostas provisórias para atender a Marinha. Alan Garwood, diretor de desenvolvimento de negócios da inglesa BAE Systems, disse que o Reino Unido ofereceu ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, a possibilidade de que a Marinha do Brasil receba fragata multimissão da Marinha Real Britânica como solução temporária, enquanto o governo brasileiro não define a concorrência dos novos navios.
A proposta foi levada a Jobim, na terça-feira, pelo ministro-adjunto de Segurança e Estratégia Internacional do Reino Unido, Gerald Howarth, no primeiro dia da LAAD 2011, maior evento da área de segurança e defesa da América Latina, que termina amanhã no Rio. O Valor apurou que a transferência de navios da Marinha Britânica poderia ser ainda maior, envolvendo até quatro fragatas que poderiam ser incorporadas à frota da Marinha brasileira, substituindo outras embarcações.
Em resposta por escrito, a Marinha do Brasil informou que busca contratar a construção de cinco navios-patrulha de 1.800 toneladas cada um, cinco fragatas de 6.000 toneladas e um navio de apoio logístico. Os navios-patrulha oceânicos têm custo unitário estimado de € 95 milhões e a expectativa é de que alcancem índice de nacionalização superior a 60%. As fragatas deverão ter índice de conteúdo local superior a 40% e o custo de cada navio pode ficar em cerca de € 500 milhões.
O navio de apoio logístico, com 13 mil toneladas, terá índice de nacionalização acima de 55% e o seu custo estimado é de € 200 milhões. A construção dos diferentes navios poderá demandar 775 empregos diretos por unidade e 3,1 mil indiretos por embarcação.
A Marinha não comentou o efeito que o corte de R$ 4 bilhões no orçamento deste ano do Ministério da Defesa terá sobre a encomenda de navios, que é prevista para ser entregue a médio prazo. Fonte que conhece o programa disse que a Marinha precisaria das novas embarcações a partir de 2016-2017. Mas o Ministério da Defesa informou, via e-mail, que as diferentes Forças (Exército, aeronáutica e Marinha) enviaram propostas de alocação dos cortes, já considerando o valor do contingenciamento.
Agora a área responsável pelo orçamento no Ministério da Defesa estuda as informações recebidas e, a partir dessa análise, a área técnica vai encaminhar as informações a Jobim, que definirá as prioridades e a forma como se dará a alocação dos cortes nos projetos e ações da pasta. As definições são esperadas para este mês, mas há orientação de poupar projetos com compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, como o Pró-Sub (programa dos submarinos acertado com a França) e o KC-390, o cargueiro em desenvolvimento pela Embraer.
Os navios que a Marinha pretende contratar estarão amparados por acordos governamentais acertados pelo Brasil e os diferentes países interessados no projeto. Mas, mesmo assim, não fica claro se o programa ficará a salvo dos cortes no orçamento.
Paolo Pozzessere, vice-presidente de vendas da Finmeccanica, empresa que tem participação do governo da Itália, disse que o projeto da fragata italiana é o mais avançado. A Finmeccanica participa do projeto de fornecer navios à Marinha em uma proposta cujo contratante principal é a também italiana Fincantieri. Pozzessere tem a expectativa de que o governo brasileiro possa tomar uma decisão sobre a parceria estratégica nos navios ainda este ano.
Olivier Michel, diretor comercial para a América Latina da francesa DCNS, disse que a empresa está interessada em participar do programa de construção de novos navios da Marinha. “Temos todas as soluções e especificações requeridas pelo Brasil”, disse Michel. A DCNS tem contratos com a Marinha para construção de submarinos, os quais envolvem também a brasileira Odebrecht.
Francisco Góes e Virgínia Silveira
A DCNS/Oderbrechet tem que ser desclassificadas, já tem o contrato dos submarinos.
Agora, se isto está realmente valendo:
“O modelo definido pela Marinha nessa concorrência prevê que as embarcações sejam construídas no Brasil a partir de um projeto existente e já em operação.”
Então França, Itália e GB, já estão fora pois nenhum de seus projetos propostos está em serviço ativo, pelo menos no momento.
Sobrariam Alemanha, Espanha e RoK.
E p/ quem pasta p/ manter fragatas de 4200t., sonhar c/ algo mais factível, sairia mais barato tb.