Estivemos no dia 28 de abril a bordo do destróier americano USS Nitze da classe “Arleigh Burke” Flight IIA, que encontrava-se atracado na Base Naval do Rio de Janeiro (BNRJ), na Ilha de Mocanguê. O navio participa da Operação UNITAS 52.

Além do Nitze (DDG94), os americanos trouxeram duas fragatas da classe “Oliver Hazard Perry” (OHP), USS Boone e USS Thach, e o navio da Guarda Costeira dos EUA, USGC Escanaba.

A Fase 1 da UNITAS foi realizada entre Salvador e o Rio de Janeiro, com destaque para os exercícios de VBSS (Visit, board, search, and seizure) e ataques aéreos simulados feitos por jatos AF-1 da Marinha do Brasil.

A Fase 2 será realizada até Rio Grande – RS. Nessa segunda estapa, serão realizados exercícios de tiro com mísseis antiaéreos disparados de navios brasileiros e outros de maior complexidade, como “fair plays”, guerra antissubmarino e de superfície.

A UNITAS faz parte do exercício colaborativo Southern Seas da U.S. Navy,conhecida também como Parceria das Américas, na área de responsabilidade do Comando Sul (USSOUTHCOM), que compreende sete exercícios realizados com Marinhas da América Latina, incluindo as UNITAS do Atlântico e do Pacífico, a Passex com o Chile e a PANAMAX.

Em entrevista aos jornalistas durante a visita, o comandante da Força-Tarefa americana Marc Weeks informou que cinco oficiais da Marinha do Brasil estão a bordo do USS Nitze como observadores e oficiais americanos estão a bordo das fragatas Niterói e Bosísio.

Perguntado sobre a presença do navio Escanaba da Guarda Costeira dos EUA na Operação UNITAS, o comandante Weeks respondeu que a USCG quis participar e a U.S. Navy faz questão que a Guarda Costeira aprimore seus conhecimentos em operações de segurança marítima.

Impressões sobre o navio

Na nossa visita ao USS Nitze conhecemos a praça d’armas, refeitório (rancho), Centro de Controle de Máquinas, Centro de Informações de Combate Aegis, passadiço e um dos hangares.

O navio é realmente grande, a sensação quando se percorre os corredores e escadas é a de estar a bordo de um cruzador.

Um detalhe interessante é o sistema de cidadelas do navio, que mantém o ar interior sob pressão, para que o navio possa navegar em áreas contaminadas por radiação ou guerra química e biológica. Ao entrar ou sair do navio, passa-se por um compartimento intermediário, e dá para sentir a diferença de pressão nos ouvidos.

O acabamento interno é espartano, com a conhecida rusticidade dos navios de guerra americanos. São navios feitos para o combate, sem ornamentos e beleza desnecessárias  que possam servir de combustível para fogo.

O Centro de Controle de Máquinas tem consoles verticais, nos quais se faz o controle das turbinas da propulsão e das que geram a energia elétrica do navio. O controle de avarias e a produção de água potável também é feita num console nesse compartimento.

No Centro de Informações de Combate (CIC), o cérebro do navio – compartimento do sistema Aegis – , não foi permitido fazer fotografias. Nas telas grandes do Aegis estavam sendo exibidas imagens externas da Base Naval, pelo sistema de câmeras contra ataques assimétricos, que foi implementado depois do ataque ao USS Cole.

Depois do CIC, fomos ao passadiço, para fazer fotos da proa do navio e dos navios atracados na BNRJ.

Do passadiço, seguimos até o hangar de boreste e o convoo, onde estava “espotado” um helicóptero SH-60B Sea Hawk. O hangar de bombordo encontrava-se fechado com outro Sea Hawk guardado.

Foi dito que o SH-60B exposto era um dos mais antigos da USN, do Esquadrão HSL-60. A aeronave está equipada com FLIR e com MAD, além das sonobóias e sonar de mergulho.

 

Por ter sido uma visita rápida, não houve tempo para fazermos fotos do alto do hangar. De qualquer maneira, valeu a pena ter estado a bordo do USS Nitze e conhecer de perto um dos mais formidáveis navios de guerra da atualidade.

AGRADECIMENTOS: ao Guilherme Monsanto e Laura Gelbert, da assessoria de imprensa do Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro e à Marinha do Brasil.

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