Em discurso, Evo volta a reivindicar saída para o Mar

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O presidente Evo Morales reafirmou hoje que a Bolívia irá aos organismos internacionais para resolver o conflito marítimo com o Chile, mas sem abandonar o diálogo bilateral.

Ao participar no ato do 182º aniversário do Comando em Chefe das Forças Armadas Bolivianas (FAB), Morales afirmou que a carência de uma saída soberana ao oceano Pacífico, perdida em uma guerra com o Chile em 1879, causa prejuízos econômicos milionários à nação andina.

Ele lembrou que o Tratado de 1904 não garantiu a paz entre ambos os países, como declarou recentemente o presidente chileno, Sebastián Piñera.

Nesse sentido, apontou que o Chile se dedicou ao armamentismo militar e não escutou as demandas da Bolívia que pede uma saída soberana ao mar.

O direito internacional se funda em princípios de igualdade, justiça e equivalência, e não de hegemonia e imposições, sentenciou.

Morales criticou as afirmações de Piñera que afirmou que a decisão da Bolívia de ir aos tribunais internacionais põe em risco o diálogo.

Por isso, recordou que quando o governo boliviano tem solicitado reuniões formais com propostas claras e concretas, não teve sua petição atendida.

Ele também fez um chamado ao governo de Santiago a que apresente uma proposta concreta no marco da Organização de Estados Americanos (OEA) para iniciar as negociações pertinentes a fim de que a Bolívia recupere sua saída soberana ao oceano Pacífico.

O presidente de origem aimara lembrou que o Chile foi a tribunais internacionais em várias ocasiões, a fim de resolver conflitos com alguns de seus vizinhos.

Assim mesmo aproveitou a oportunidade para saudar o povo chileno e acrescentou que movimentos sociais e indígenas dessa nação são partidários de uma solução imediata do conflito.

No último dia 23 de março, no ato central pela comemoração dos 132 anos da perda do acesso marítimo, Morales anunciou que seu país irá aos tribunais e organismos internacionais para cumprir sua demanda.

Para isso, o Executivo determinou a criação da Direção de Estratégia Marítima, entidade encarregada de viabilizar os trâmites correspondentes.

A Bolívia perdeu sua costa de 400 quilômetros sobre o Pacífico e um total de 120 mil quilômetros quadrados de terras na chamada Guerra do Pacífico contra o Chile.

Durante o ato do aniversário do Comando das FAB reconheceram-se a instituições, personalidades e oficiais que com seu trabalho contribuem com o desenvolvimento da Bolívia, entre eles a brigada médica cubana que trabalha na nação andina desde 2006.

FONTE: Prensa Latina (Cuba)

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