Governo argentino repudia declaração de Cameron sobre as Malvinas
BUENOS AIRES, 16 JUN – O governo argentino repudiou a declaração dada ontem pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, sobre a soberania das Ilhas Malvinas, na qual dizia que o território será considerado britânico enquanto quiserem.
“A Argentina rechaça que, mediante as declarações, o governo do Reino Unido, em um lamentável ato de arrogância, se atribua a autoridade de colocar ‘fim à história’ de disputa de soberania, reconhecida pelas Nações Unidas e ainda pendente de solução”, afirmou a Chancelaria argentina, em comunicado.
O governo argentino considerou que “esta postura se soma ao permanente desprezo do governo britânico ao reiterado mandato das Nações Unidas e aos múltiplos chamados da comunidade internacional, pedindo à Argentina e ao Reino Unido para retomar as negociações a fim de alcançar uma solução à disputa de soberania no que diz respeito à à Questão Malvinas”.
O texto ainda diz que a atitude britânica evidencia a falta de respeito ao direito internacional que o país vem demonstrando em relação à persistência de uma anacrônica situação colonial que ofende não somente a Argentina mas também a região em seu conjunto”.
David Cameron deu a declaração ontem durante uma sessão da Question Time, na qual membros do parlamento interrogam-se sobre questões políticas do país.
Na ocasião, o parlamentar conservador Andrew Rosindell pediu a Cameron que pressione o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que ele apoie a reivindicação da soberania britânica sobre as Malvinas.
A questão foi levantada uma semana após a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter chamado os governos da Argentina e do Reino Unido para negociarem “o quanto antes” o domínio das ilhas.
As Ilhas Malvinas (conhecidas na Inglaterra como Ilhas Falkland), são atualmente um território inglês, pelo qual a Argentina reclama posse desde o século 19. Em 1982, os dois países travaram uma guerra por seu domínio e, apesar da Grã-Bretanha ter saído vitoriosa, a Argentina ainda reclama seus direitos sobre as ilhas.
FONTE: ANSA