Navio da Marinha participará de missão de paz da ONU para auxiliar no controle das fronteiras e evitar a entrada ilegal de armas no país árabe

Roberto Godoy, de O Estado de S.Paulo

A fragata F-45 União, da Marinha do Brasil, parte na quinta-feira, 6, da Base Naval de Mocanguê, em Niterói, levando 300 militares para participar da Força-Tarefa Naval das Nações Unidas no Líbano. A missão é complexa: garantir a paz e a segurança no sul do país e “auxiliar no controle das fronteiras de modo a evitar a entrada ilegal de armas e materiais correlatos”, de acordo com o almirante Sávio Nogueira, comandante da Força de Superfície.

A possibilidade de um confronto é grande. Desde 2006, a Força-Tarefa inspecionou 28,2 mil embarcações e encaminhou 400 delas para inspeção do governo do Líbano. Foram disparados 69 tiros de advertência, destinados a intimidar navios que não obedeceram à ordem de verificação. Segundo o assessor da Unifil, Jean D’Escragnole, “até agora não foi necessário adotar nenhuma medida mais forte”.

A bordo da União seguem fuzileiros navais e mergulhadores de combate, os Grumec, time de forças especiais da Marinha. A fragata é a mais nova das seis – ou sete, se considerada a “Brasil”, convertida em navio-escola – compradas no estaleiro inglês Vosper Thornycroft.

Quatro foram construídas em Portsmouth. As três últimas saíram do Arsenal da Marinha, no Rio. A União é a mais nova, recebida em 1980. Revitalizada entre 1997 e 2003, a frota ganhou recursos eletrônicos atualizados, como um radar com alcance na faixa de 200 quilômetros e um sistema de combate que dá prioridade à ação antissubmarino. Um helicóptero armado Super Lynx é orgânico da F-45.

A fragata volta ao Brasil só em junho de 2012. “Se houver necessidade, o meio poderá ser substituído”, diz Sávio. A Força-Tarefa (FTM) é formada por oito navios – três da Alemanha, mais dois de Bangladesh, um da Turquia, um da Grécia e um do Brasil. O governo de Beirute dispõe apenas de embarcações leves, para patrulha em águas rasas.

O comandante da FTM é o contra-almirante brasileiro Luiz Caroli, apoiado por quatro oficiais e quatro praças, também do Brasil, o seu estado-maior.

Pelo telefone, Caroli disse ao Estado que “o objetivo da missão é colaborar com a paz e dar projeção e protagonismo internacional ao País”. Para o oficial, “trata-se de um trabalho delicado em uma região de grande tensão, uma experiência profissional única, engrandecedora”.

FONTE: Estadão / FOTO: www.naviosbrasileiros.com.br

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