Submarinos barulhentos da China estão mais ocupados e mais fáceis de serem rastreados
A mais recente avaliação dos segredos militares da China e a rápida modernização dos seus submarinos, tem boas e más notícias para a Marinha dos EUA. Por um lado, cerca de 60 submarinos da frota da Marinha do Exército de Libertação Popular (PLAN) estão gastando mais e mais tempo nas patrulhas de combate – sinalizando o aumento da competência naval da China e a crescente seriedade em influenciar o oeste do Oceano Pacífico.
Por outro lado, a agitação da atividade submarina dá às forças norte-americanas mais oportunidades de acompanhar e examinar os submarinos chineses. Analistas dos EUA descobriram uma fresta de esperança no encontro com as nuvens da tempestade estratégica. Submarinos chineses são muito mais barulhentos do que o esperado. O som que se ouve é o do equilíbrio de poder do Pacífico em favor de Washington.
Em 2007, submarinos a diesel da China e um punhado de submarinos de propulsão nuclear conseguiram apenas algumas poucas patrulhas por ano, combinados. Dois anos antes disso, nenhum dos submarinos de Pequim saiu para patrulha. Durante anos, a maioria dos submarinos da PLAN permaneceu amarrada em bases navais, afastada por problemas mecânicos e falta de equipes devidamente treinadas.
Enquanto os submarinos da PLAN estavam ociosos, os aviões de espionagem da Marinha dos EUA, navios de vigilância e submarinos tiveram poucas oportunidades para avaliar as capacidades submarinas da China – e, mais importante, quanto ruído os chineses geram submersos e em movimento, ao mesmo tempo. Marinhas podem usar sonares passivos para rastrear submarinos pelos sons que eles fazem. Quanto mais alto o ruído de um navio, mais fácil de detectar. E destruir.
Com pouca informação para prosseguir, oficiais da inteligência americana tinham de adivinhar. Em casos como este, “adivinha-se conservadoramente”, disse um respeitado analista naval ao Danger Room, sob a condição de anonimato. As estimativas conservadoras colocaram o submarinos mais recentes da PLAN cerca de uma década atrás do “estado-da-arte” dos submarinos russos – e, potencialmente, 20 anos atrás a tecnologia submarina dos EUA.
Agora os submarinos chineses estão patrulhando com mais freqüência. “Nos últimos dois anos, os chineses começaram a desdobrar submarinos diesel com mais frequência em lugares como o Mar das Filipinas”, revela o analista. Mais e melhores dados estão fluindo das forças dos EUA. Com esses dados, a Marinha realizou uma nova avaliação dos submarinos da PLAN. O analista não identificado participou de uma apresentação secreta com base na avaliação.
A maior surpresa da avaliação: deixando de lado uma dúzia de submarinos russos da PLAN importados, os novos submarinos chineses podem ser detectadas na conhecida “primeira zona de convergência”, um anel de cerca de 25 milhas a partir de um submarino onde as ondas sonoras viajam juntas.
Durante a Guerra Fria, a Marinha dos EUA organizava seus submarinos em linhas onde cada navio ficava 25 milhas distante da próxima, formando uma espécie de rede para apanhar submarinos soviéticos. Com a introdução da mais recente geração de submarinos sileciosos russos a diesel na década de 1990, os americanos achavam que a detecção na zona de convergência não era mais possível. Mas a Marinha acaba de descobrir que os submarinos de fabricação chinesa são ainda mais barulhentos que os submarinos russos de 20 anos de idade. “Aparentemente, os submarinos americanos estão fazendo detecções na primeira zona de convergência e rastreando-os”, relata o analista.
Assumindo que os chineses vão manter os projetos dos submarinos atuais, os submarinos americanos devem ser capazes de derrotar rapidamente os submarinos chineses em qualquer guerra futura potencial – ajudando a abrir caminho para que os porta-aviões dos EUA possam atacar alvos terrestres chineses. Combinado com uma desaceleração na produção de submarinos chineses, e a recente duplicação da produção de submarinos nos EUA, a revelação de ruído pode levar a um recálculo radical do equilíbrio de poder do Pacífico.
A Marinha dos EUA tinha uma vantagem tecnológica confortável sobre a PLAN antes mesmo da atividade chinesa aumentada alimentar a inteligência. Agora essa vantagem ficou ainda ainda maior. E mais ruidosa.
FONTE: Wired, Danger Room/ TRADUÇÃO e ADAPTAÇÃO: Poder Naval
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