Apoio de Fogo Naval na Líbia
Durante a Operação Ellamy, a contribuição britânica contra o regime de Kadafi apoiando as ações da ONU, as fragatas HMS Liverpool (Type 42), a HMS Sutherland (Type 23) e HMS Iron Duke (Type 23) dispararam seus canhões Mk8 de 114mm apoiando as operações em terra.
Os navios britanicos dispararam um total de 240 projéteis. A Liverpool foi a mais ativa disparando 211 projéteis sendo 113 de auto-esplosivo e 98 iluminativas. Os alvos estavam na costa líbia entre Zlitan e Misrata. Os alvos típicos eram posições fixas como postos de segurança e lança foguetes BM-21. A Liverpool também disparou contra lanchas rápidas carregadas de explosivos improvisados.
As granadas iluminativas eram usadas em situações onde tropas leais a Kadafi colocavam os lança foguetes próximos a prédios. Os flares caindo de pára-quedas na posição servia para demonstrar que suas posições eram conhecidas pela OTAN.
As operações mostraram a necessidade de uma arma de maior calibre nos navios britânicos. O assunto já vinha sido estudado no programa Medium-Calibre Gun System (MCGS). Foi estudado uma versão naval da torre de artilharia do obuseiro AS 90 de 155 mm e modernizar os canhões Mk8 para o calibre 155mm. Agora uma licitação deve escolher os novos canhões das Type 26, com os Mk8 operando nas Type 23 e Type 45 até a década de 2030. Os concorrentes devem ser a Oto Melara com o canhão 127/64LW e a BAE System como Mk45 Mod 4, ambos no calibre 127mm. O 127/64LW deve ser oferecido com a granada guiada Volcano enquanto o Mk 45 com uma versão de 127 mm do projétil guiado LRLAP em desenvolvimento para o programa DDG-1000 da US Navy.
Os navios franceses dispararam um total de três mil projeteis de 100mm e 76mm. O menor poder dos projéteis franceses parece ser o motivo do maior dispêndio de munição.
AGS-Lite
Com o cancelamento do programa DD-1000, para produzir os novos contratorpedeiros da US Navy, foi reiniciada a produção dos contratorpedeiros DDG-51. Os novos navios devem receber uma versão menor do canhão naval AGS de 155mm. O canhão será chamado de AGS-Lite (AGS-L). O AGS-L manterá o canhão de 155mm e os projéteis guiados LRLAP, mas em um carregador menor, com razão de tiro de 6 tiros por minuto (contra 18 tiros por minuto do AGS) e uma torreta menos furtiva. O objetivo é diminuir o peso de 100 toneladas para 51 toneladas (ainda assim o dobro do peso do canhão Mk45 Mod 4).
G-Loc,
Até as 3 unidades do DDG-1000 que haviam sido aprovadas foram canceladas?
O programa foi cancelado após a terceira unidade. Seriam 30 no total se não me engano. O texto curto ficou dúbio.
Valeu G-Loc.
G-LOC, Ótima matéria. Parabéns! Com o advendo dos mísseis muitos advogaram o fim do canhão em vários cenários, particularmente o naval. As fragatas Type 22 batch 1 e 2 da Royal Navy são exemplos deste conceito. Curiosamente a mesma marinha (R.N.) reconheceu no Atlântico Sul que os bons e velhos canhões ainda eram necessários, corrigindo na batch 3 da mesma classe de fragatas. Aparentemente a questão está no custo/benefício. Uma salva de canhão (ou canhões) é mais barato que o lançamento de mísseis e, em várias missões, basta os canhões. Meu entendimento é que canhões e mísseis podem conviver harmoniozamente… Read more »
E vale lembrar que o USN tem como prioridade o programa que visa desenvolver o canhão eletromagnético para esta década. Ele terá um alcance de mais de 400 km e só pra se ter uma ideia, colocaria toda a Coréia do Norte dentro do alcance de fogo de um navio. Interessante comentar é a diferença de conceito do projétil Vulcano, italiano, e do LRLAP, americano. O Vulcano usa o método de redução do arrasto para conseguir grandes alcances, através de um projétil subcalibrado. O LRLAP usa um motor foguete (RAP) para dar uma impulsão maior ao projétil após ele ser… Read more »
Ivan, acho que o novo interesse nos canhões navais médios se deve aos novos projeteis guiados (por GPS principalmente). Imagino que um Astros lançado verticalmente, mas com projéteis guiados seria interessante para a MB. A tecnologia já estamos adquirindo com o Acauã. O principal problema seria a aceleração que é bem menor para um foguete. Bosco, a idéia é ficar além do horizonte na praia (40km), cobrir a área a frente de uma cabeça de praia (40km) e ainda cobrir o alcance da artilharia inimiga para fazer contrabateria (mais 40km). Então se chega nos valores de alcance de 100km ou… Read more »
Pois é!
Foi mais ou menos o que eu disse.
Além do horizonte radar (40 km além da praia) e todo o litoral (que em geral é aceito como sendo até 50 km terra adentro).
G-LOC e Bosco, Concordo que as novas munições de longo alcance e/ou guiadas repotenciaram o ‘bom’ e velho canhão, mas sua relação custo/benefício ainda é válida hoje e por um bom tempo a frente. Imaginem um comandante de navio que tem um alvo pequeno e/ou furtivo no mar ou no ar, que pode ser um UAV de vigilância, um pequeno monomotor a pistão, uma lancha rápida ou um ataque real. Imaginem que este alvo está a 20 (vinte) ou 30 (trinta) km, não está identificado como amigo, mas ainda sem identificação positiva quanto ao que é ou seu valor militar… Read more »
Ivan, Pensando igual a você é que a USN instalou os canhões de 57 mm no DDG-1000 já que, salvo engano, o AGS não terá capacidade de usar outra munição que não a LRLAP e o canhão menor poderá ser usado contra alvos assimétricos, fazer tiro de advertência, efetuar tiro com dano controlado, etc. Pior que o de 76 mm (???), mas mesmo assim o 57 mm (Mk-110) tem um alcance contra alvos de superfície de 17 km e 6 km contra alvos aéreos. Já para os novos DDG-51 que serão armados com o AGS-L, deverão contar com o Mk-38… Read more »
se a MB se interessar por um calibre maior para levar projéteis guiados imagino que escolheria um de 127 mm para poder usar em todos navios. Um de 155 ficaria limitado a navios maiores e só teria a opção da LRLAP.
Contra alvos baratos imagino que ainda seria necessários mísseis para atingir um alvo a 30km. Vale a pena no caso de um UAV pois evitar ser detectado pode custar caro. No caso de lanchas leves só seriam ameaça ao se aproximarem.
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