Produção de Lanchas Escolares na Base Naval de Natal
Há muito se fala que o caminho próspero de uma nação se faz com a educação (formal e/ou informal), no entanto, as peculiaridades de dados países ou regiões fazem com que tal ditado seja mais um sonho distante do que uma verdade. O Brasil apresenta algumas dessas peculiaridades que fazem que o sonho de uma educação de qualidade, acessível e gratuita chegue a um reduzido número de cidadãos, mesmo que apenas com um ou dois desses adjetivos. Para melhorar a educação brasileira várias políticas, planos, projetos e programas foram/são lançados, entre essas iniciativas se encontra o Programa Caminhos da Escola.
Na manhã do dia 14 de dezembro o Poder Naval, representado por seu colaborador Ícaro Luiz “Joker” Gomes, fora recebido na Base Naval de Natal(BNN) por seu comandante o CMG Flávio Macedo Brasil. O CMG Brasil realizou um “briefing” sobre as origem das Lanchas Escolares e a responsabilidade da BNN no projeto, com destaque as contribuições do Projeto para a mudança de “mentalidade” da BNN. Posteriormente realizou-se visita as instalações do Departamento Industrial da BNN guiada pelo CF Claudio Lozano Barbosa, onde foram capturadas imagens do processo de produção das LE e colhidas outras informações. Por fim, o CMG/R1 Sakamoto participou da demonstração de uma das LE que se encontram prontas onde se realizou fotos e vídeo da mesma, o mesmo complementou o apurado e corrigiu algumas impressões.
A Base Naval de Natal teve sua construção iniciada em 7 de julho de 1941, apesar de que desde 1922 o decreto nº 15672/22 já considerava sua construção como ponto de apoio estratégico a defesa marítima. Sob o comando do Almirante Ary Parreiras a BNN prestou apoio, manutenção e reabasteceu a escoltas “aliadas” dos comboios realizados no Atlântico Sul e, em conjunto a “Rampa”, aos hidroaviões utilizados nas missões de Patrulha ASW. Depois da SGM continuou a manutenir, reabastecer e apoiar os meios estacionados ou transito na área. Na atualidade atua sob as diretrizes da sistemática “Organização Militar Prestadora de Serviços” – OMPS, instrumento imaginado pela Alta Administração Naval para aplicação com maior eficiência dos recursos de pessoal e material. A BNN se encontra capacitada a executar atividades técnicas e industriais relacionadas à construção, reparo e manutenção de embarcações de pequeno e médio portes, bem como serviços de reparo em plataformas e estruturas pesadas, para emprego naval, ferroviário e outros, segundo padrão de qualidade, requisitos e especificações internacionais.
O programa Caminho da Escola iniciou se em 2007, se baseia em diretrizes do PDE e financiamento do FNDE, visando prover meios “adequados” ao transporte escolar de zonas rurais evitando a evasão escolar contribuindo com o processo de aprendizagem do alunado. A matriz de transporte brasileira está centrada no ramo rodoviário que atende com um custo-benefício razoável as distancias entre o principal centro industrializado e consumidor brasileiro, mas que se torna oneroso (e perigoso) quando se leva em consideração as outras regiões produtoras/consumidoras quer seja pela distância, pelo fluxo de investimento na malha (construção e manutenção) ou pelo tempo.
A região amazônica pelas características geográficas – entre outros motivos – apresenta uma vocação a matriz hidroviária/aquaviária. Nessa região quase toda a logística se baseia no fluxo de bens, serviços e pessoas pela calha dos rios da região, incluindo o número aproximado de 180 mil estudantes do ensino público. Muitos deles vivem nas regiões ribeirinhas e vão para a escola em barcos a remo, feitos artesanalmente, sem nenhum tipo de segurança, sujeitos ao abalroamento por outras embarcações de maior porte. Muitas vezes, tendo que resistir a chuvas, ventos adversos, chegando cansados à escola. Ou ainda por “barqueiros” pagos pelos municípios ou estado, sem a menor segurança e conforto em percursos longos e demorados. Pelas características artesanais, o eixo da embarcação se encontra amostra e pela cultura de se manter longos cabelos, em especial, na população feminina centenas de casos de escalpelamento de crianças e mulheres ameaçam os direitos e autoestima das mesmas.
Para atender a demanda especifica desse alunado (população ribeirinha) um projeto foi desenvolvido para adquirir/desenvolver uma embarcação que permitisse o transporte ágil e seguro desse alunado. Os estudos decorrentes para desenvolver/adquirir uma embarcação que atendesse as necessidades peculiares do programa, pesquisa das características de embarcações que operam na região e uma análise criteriosa do mercado concluíram que a opção com uma das melhores relações de custo-benefício seria uma embarcação híbrida originária de dois projetos da “Marinha do Brasil”. Os projetos que serviram de bases para a Lancha de Transporte Escolar foram as Lancha de Ação Rápida e a Lancha de Apoio Médico.
Em 28 de outubro de 2009 foi assinado termo de cooperação entre o FNDE e DEN(MB), em seguida foi firmado contrato entre DEN e a Emgepron para a produção de 600 lanchas escolares. A produção das Lanchas Escolares ficou responsável entre as Bases Navais do Norte/Nordeste em diferentes proporções; BNVC 300 lanchas, BNN 200 lanchas e BNA 100 lanchas.
A Lancha de Transporte Escolar apresenta as seguintes características:
-
Características da Lancha Escolar
Comprimento
7,30m/24 pés
Boca
2,1m
Pontal
1m
Calado
0,2m
Lotação
20 pessoas
Capacidade de Carga
1.300Kg
Peso do Casco
580Kg
Motor de Propulsão
90HP
Motor de Emergência
6,5CV
O casco da embarcação apresenta forma inicial de “V” e ao longo da embarcação passa a forma de “U”, esse arranjo permite ao meio a capacidade de semi-planeio tornando mais eficiente o deslocamento no ambiente de águas rasas e abrigadas para qual o meio foi projetado. Outra característica dessa solução é a navegação em laminas d’águas reduzidas permitindo a navegação da embarcação nos diversos igarapés da região com segurança nos diferentes regimes de vazante do cursos d’água. Os rios da região apresentam uma grande quantidade de obstáculos submersos ou semi-submersos, tais como bancos de areia e troncos, esses elementos podem ocasionar danos a embarcação, em particular, ao casco. A operação em laminas com pouco volume e a existência de muitos obstáculos levaram a duas soluções/opções simples, mas significativas pela envergadura do projeto, pintura parcial no casco da embarcação e a utilização de garrafas PET para prover empuxo/flutuação a embarcação.
A primeira solução é muito comum, no entanto, chamo atenção a mesma pelo pensamento de senso comum de que toda a embarcação é pintada, oras porque pintar uma região que não estará visível, estará sujeita a ação da água e irá estar em constante atrito/desgaste? A segunda solução não é nenhuma novidade, mas chama atenção a escala, normalmente se utiliza “isopor” para essa função, mas atendendo o conceito de baixo-custo do projeto e a ações pró-ambientais o “isopor” foi substituído pelas garrafas PET. Cada embarcação no interior do casco leva cerca 1000 (mil) garrafas PET, só na BNN serão utilizadas mais de 200 mil garrafas PET, além do compromisso pró-ambiental a utilização de garrafas PET apresenta uma ligeira vantagem em relação ao “isopor”, enquanto o isopor passado algum tempo em ambiente úmido(dentro d’água) apresenta por sua porosidade uma espécie de “infiltração” diminuindo a flutuabilidade ao passo que uma garrafa PET bem vedada e sem furos não apresenta esse mesma “sintoma”.
A propulsão fica a cargo de um motor de polpa F90 BET da Yamaha, o mesmo é movido a gasolina, 4 tempos, injeção eletrônica e 4 cilindros. Além do fornecimento da propulsão, a referida empresa que ganhou a licitação também é responsável pela capacitação dos condutores, 1ª revisão e da rede de assistência técnica/manutenção . O motor apresenta ainda isolamento térmico-acústico com selos de baixa emissão de poluentes e consumo considerado satisfatório/econômico. As lanchas são entregues com os mesmos já instalados, testados e pronto ao uso. A propulsão de emergência, problemas de toda ordem podem ocorrer, fica a cargo de um pequeno motor (6,5 HP) – quando em uso instalado a bombordo do F90 – que visa levar a embarcação a um sitio de segurança enquanto espera por auxilio. O tripulante possui a disposição para uma navegação segura 2 displays digitais multifuncionais para informações do motor (pressão, temperatura, etc..) e tacógrafo, rádio VHF marinizado, luzes de navegação, buzina, defensas verticais e equipamentos de salvatagem (coletes salva-vidas e boias).
A segurança, simplicidade e funcionalidade são conceitos que estão presentes na maioria das soluções desse projeto. Formas mais eficientes de produção e melhorias do projeto foram implementadas, um exemplo está nos bancos/assentos. Inicialmente os mesmo apresentavam o mesmo padrão dos ônibus-escolares, no entanto, uma analise dos recursos disponíveis a manutenção das LE concluiu que a reposição dos bancos/assentos e o período no qual a LE se encontrasse indisponível seria mais prejudicial que uma alternativa mais “ortodoxa” como a adotada bancos/assentos em madeira. Pelo o público-alvo ter um enfoque na população em idade escolar, normalmente, crianças, adolescentes e adultos-jovens a fechadura/trava da porta de acesso a embarcação deveria ser acessível e de simples manuseio, optou-se por um ferrolho simples.
O para-brisa da LE é feito em acrílico essa opção,o acrílico pelo vidro, decorre mais uma vez do foco na segurança dos passageiros, os ferimentos ocasionados pelos estilhaços de vidro provenientes de um incidente/acidente desencorajaram o uso desse material.Para o proteção contra as intempéries, como chuvas, sol ou ventos, as embarcações possuem anteparos laterais em lona na cor do casco.O piso de toda embarcação apresenta características anti-derrapantes seja pelas características de alto-relevo ou pela pintura. Em prol da ergonomia do condutor/tripulante o piso da LE é pintado, porque pintar o piso e não todo o casco?O piso foi pintado em tom de cinza para evitar que o condutor seja ofuscado pelo reflexo do sol já que em condições “originais” o piso apresenta a aparência/tonalidade metal-quase-branco.
APOIAR NOSSO ORGULHO!NOSSA BASE,NOSSA ALMA!
Como foi introduzido, a BNN possui um histórico voltado a manutenir e apoiar meios navais, ainda que, durante o processo de manutenção fosse necessário produzir peças inteiras não houvera a produção em escala e “completa” de um meio naval nas instalações , com o pessoal e sob a responsabilidade da mesma. Posterior ao briefing do CMG Brasil, o CF Lozano acompanhou o Poder Naval a uma visita guiada a fábrica nº2.
A produção das LE na BNN foi dividida entre uma firma terceirizada e o Departamento Industrial da BNN, diferentemente das outras bases, onde a produção foi totalmente terceirizada. Das 200 unidades a serem produzidas pela BNN 150 unidades foram terceirizadas e as 50 unidades restantes foram produzidas pelo Departamento Industrial. Dessa forma, foram montadas duas fábricas/linhas de produção das LE na BNN. A fábrica número 1 e a fábrica número 2, terceirizada e departamento industrial, respectivamente, possuíam as mesmas facilidades e espaço físico similares, diferindo quanto a pessoa juridica, pessoal e na produção. Apesar da produção ter sido terceirizada em sua maior parte, isso não significava que não houvesse pessoal da Engenharia Naval da MB responsaveis pela fiscalização e qualidade da produção, em todos os locais de produção e testes de unidades a MB esteve presente. O processo de produção na BNN fora iniciado em meados 2010 e se estima que esteja concluído entre abril/maio de 2012.
Para a construção das LE na BNN estão sendo utilizados 180 toneladas de alumínio naval. O processo de produção, didaticamente, constitui-se basicamente no processo de soldagem MIG das chapas de alumínio naval em uma forma-modelo do casco da embarcação, depois as soldas são inspecionadas visualmente e com liquido penetrante. Ao se concluir o casco básico, o seu interior é preenchido pelas garrafas PET que irão produzir/auxiliar o vetor empuxo garantindo a flutuabilidade da embarcação. É afixado o piso e inicia-se a etapa de casaria, a mesma é produzida seguindo o conceito do casco de soldar as chapas num molde. Terminada a construção, propriamente dita, a embarcação é levada para a câmera de pintura. De lá, inicia-se o processo final onde são instalados os bancos, extintores e suportes, antenas, luzes de navegação, buzina, fechaduras, rádio, farol, motor de polpa, equipamentos de salvatagem, anteparas de lona e outros equipamentos necessários e já descritos. Concluída a produção todas as LE são testadas e posteriormente armazenas para envio. O envio das LE ocorre por carretas que levam as mesmas aos municípios as quais foram destinadas.
A produção das LE não é uma simples montagem de um kit Revell de prateleira, o processo de solda MIG necessita que treinamento, equipamento e cuidados específicos. O processo de solda MIG consiste na fusão em arco elétrico de um filamento metálico sob a proteção de um gás inerte – como o Hélio ou o Argônio – que flui do bocal da tocha, esse processo permite uma solda de qualidade com diminuição dos agentes contaminantes da mesma. O gás inerte tem a função principal de proteger a poça de fusão e o arco elétrico de agentes externos. Na soldagem MIG torna-se vantajosa aos métodos anteriormente empregados pois há uma alta taxa de deposição do metal de solda, não há necessidade de remoção de escoria, a soldagem pode ser feita em todas as posições e em aberturas largas, baixo custo de produção e chega a consumir apenas metade do tempo em comparação a outros métodos. As desvantagens ou cuidados ficam por conta do alto custo de aquisição do equipamento, a necessidade de anteparas que evitem correntes de ar, produção de respingos e manutenção mais complexa que o de processos mais usuais.
Quando da realização da reportagem, a fábrica nº1 já encerrara suas atividades, sendo a a fábrica nº2 a única em funcionamento. Umas das principais diferenças entre a fábricas era a produtividade, enquanto a produção da fábrica nº1 era de 10 unidades/mês a produção da fábrica nº2 é de 3 unidades/mês. A maior produtividade da fábrica nº1 é atribuída, especialmente, a 2 fatores. Os pessoal da fábrica nº1 dedicava-se exclusivamente a produção das LE, enquanto o pessoal da fábrica nº2 compartilhava a produção das LE com a manutenção e apoio aos meios da MB. O pessoal da fábrica nº1 alguns, dos quais, já possuíam experiencia na solda MIG, enquanto o da fábrica nº2 teve que se capacitar e aperfeiçoou as habilidades na solda MIG. A capacitação de produzir embarcações foi o principal ganho da BNN.
A aquisição da capacidade de solda MIG já gerou resultados positivos tanto no âmbito da MB quanto ao Exército. Recentemente a BNN executou manutenção e reparos no NVe Cisne Branco, onde o processo de solda MIG foi essencial. A incorporação dos Avisos de Patrulha Classe Marlim (AviPa Barracuda e Anequim) e futura de Navios Patrulha Classe Macaé(P-75 Macau) ao Comando do Grupamento de Patrulha Naval do Nordeste (ComGptPatNavNe), os quais são produzidos em alumínio naval (P-75 a super-estrutura). Já o EB estão sendo realizadas revitalizações e manutenção em algumas de suas lanchas, as quais são feitas em alumínio, não foram realizadas imagens por não haver pessoal do EB que as autorizasse. A produção das LE não beneficiaram a BNN apenas na capacitação em um novo processo de solda, o parque industrial também foi modernizado com a compra de novos equipamentos e modernização de alguns outros equipamentos, alguns dos novos equipamentos adquiridos ultrapassam a bagatela de 500 mil reais (equipamento azulado na ultima imagem da serie seguinte).
Os benefícios da produção atingiram também a economia do Rio Grande do Norte, o pessoal capacidade para trabalhar na fábrica nº1 reingressaram no mercado de trabalho a posteriori com uma capacitação diferenciada, o fluxo de investimentos para produção da LE atraíram investimentos do exterior dando fôlego a renascente industria de pesca do estado e uma das lanchas produzidas foi destinada a uma cidade potiguar, Galinhos-RN.
As LE já entregues aos municípios destinados superam as 100 embarcações. A seguir um mapa demarcando os municípios já beneficiados.
Posterior a visita a fábrica nº2, o Poder Naval acompanhou testes de uma das lanchas escolares acompanho pelo CMG/r1 Sakamoto. A demonstração ocorreu no Rio Potengi, o qual, como a maioria dos rios do litoral nordestino, se encontra degradado,assoreado e poluído pela falta planejamento no crescimento urbano,cara-de-pau de alguns empresários e descaso da administração pública (fora os péssimos hábitos da população). O Rio Potengi na região na qual se realizou o teste, cais da BNN, é caracterizada por ser apresentar como um braço de mar que adentra o continente pela calha do referido rio.
Como não possuo nenhum curso na área de Engenharia Naval e as minhas experiencias embarcadas, ainda, limitam-se a passageiro (como diria o MO, a buneco) de Jangadas, Ferry-boats e do Laurindo Pitta, tenho que expressar as impressões como passageiro(buneco). Pela minha natural falta de equilíbrio e pela falta de prática, ir a bordo foi completamente desengonçado, mas nada que parecesse tal mal a ponto de envergonhar o PN. Durante os testes ficaram evidentes a mim a manobrabilidade, potência do motor de polpa (mesmo que apenas com 5 passageiros adultos) e a característica de semi-planeio nas corridas de maior velocidade. A estabilidade, apesar de se encontrar em águas abrigadas, me foi demonstrada pela quase inexistência de respingos na lente da câmera, mesmo quando algumas marolas atingiram a LE na lateral pelo deslocamento do NPa Goiana e pela ação da brisa natalense. Para uma embarcação civil, que irá realizar o transporte de alunos em rios e alguns lagos/barragens/represas o projeto me passou confiabilidade e segurança, além aparentemente cumprir a missão para a qual foi concebida com relativo conforto e rapidez.
A produção das Lanchas-Escolares na e pela BNN(e seu pessoal) é um marco importantíssimo, pois trata-se da quebra de um paradigma organizacional que traz consigo uma ampla gama de oportunidades para BNN contribuindo para que a Marinha exerça de modo eficaz a soberania nas Águas Jurisdicionais Brasileiras. Contribuir para a educação da população brasileira é motivo de orgulho a todos os participantes do projeto.
Agradecimentos ao Comando do 3º Distrito Naval, Vice-Almirante Airton Teixeira Pinho Filho; ao Comandante da Base Naval de Natal, Capitão-de-Mar-e-Guerra Flávio Macedo Brasil; ao Chefe do Departamento Industrial, Capitão-de-Fragata Claudio Lozano Barbosa; ao CMG/R1 Sakamoto; e ao Assessor de Imprensa do 3ºDN, Capitão-de-Fragata Cleber Ribeiro da Silva.