Nota da Marinha do Brasil de 24.02 sobre o incêndio no NAe São Paulo

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NOTA À IMPRENSA

Conforme já divulgado anteriormente, o Navio Aeródromo São Paulo sofreu um incêndio de pequeno vulto, dia 22 de fevereiro de 2012, totalmente contido na antessala de acesso a um dos alojamentos de bordo.

Quando do início do incêndio, quatro militares se encontravam dormindo no interior do alojamento:

  • o Marinheiro Davidson Ramos de Moraes foi o primeiro a se retirar do alojamento e nada sofreu;
  • o Cabo Jean Carlos Fujii de Azevedo, que se retirou logo após, sofreu queimaduras nos pés e se encontra internado no Hospital Naval Marcílio Dias apenas para trocas de curativos, com previsão de alta para os próximos dias;
  • o Marinheiro José de Oliveira Lima Neto foi encontrado desacordado no interior da antessala do alojamento pela equipe de resgate do Grupo de Controle de Avarias do Navio e se encontra hospitalizado na UTI do Hospital Naval Marcílio Dias, apresentando quadro clínico estável; e
  • o Marinheiro Carlos Alexandre dos Santos Oliveira, encontrado por último no interior do alojamento, veio a falecer no Hospital do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, por volta das 05h00 do mesmo dia. Seu corpo já foi liberado pelo IML do Rio de Janeiro e será transladado para Salvador, por via aérea, a pedido de sua Família, assim que os preparativos funerários forem concluídos.

A Marinha do Brasil lamenta profundamente essa inestimável perda e vem prestando total assistência aos militares envolvidos no acidente, bem como a seus familiares.

No que concerne às atividades operacionais do Navio Aeródromo São Paulo, desde a sua chegada ao Brasil operou realizando lançamentos e recolhimentos de aviões, num total de 568 catapultagens (lançamentos) e 568 enganches (recolhimentos), o que demonstra o elevado grau de operatividade e segurança já alcançado na condução de operações aéreas. A capacidade da Marinha do Brasil neste tipo de operação é reconhecida internacionalmente, razão pela qual recebe convites para participar em programas de intercâmbio e cooperação com Marinhas de outros países que também operam Navios Aeródromos.

No período de reparos, de 2005 à 2010, o Navio efetuou a revisão das turbinas da propulsão do eixo de bombordo e a recomposição das redes de vapor que as alimentam; substituição de seção do eixo propulsor de boreste; retubulação de caldeiras; e revisão geral da catapulta lateral. Nesse período, também, foi implementada a modernização do seu Sistema de Dados Táticos (SICONTA MK-IV), com tecnologia nacional, o que revela um valioso investimento para que o Navio cumpra suas tarefas, fortalecendo, sobremaneira, o Poder Naval do País.

É mister lembrar que o NAe São Paulo é um dos 20 Porta-Aviões em atividade no mundo e que somente 9 países têm capacidade de operar navios desse tipo. Somente esse fato já eleva nosso País e sua Marinha a um patamar superior, pois a operação desse complexo meio naval, envolvendo pousos e decolagens de aeronaves de asa fixa e de asa rotativa requer uma completa especialização dos pilotos e das diversas equipes de bordo, cujas expertises seriam totalmente perdidas, caso fosse abandonada a sua operação pelo Brasil.

A relevância de nosso País possuir um Navio-Aeródromo está relacionada à capacidade militar necessária para fazer a proteção dos enormes recursos naturais existentes ao longo de nosso litoral e nas Águas Jurisdicionais Brasileiras, além da dependência do transporte marítimo para o comércio exterior, o que exige alguma capacidade de defesa de nossos interesses. Tal circunstância impõe à Marinha dispor de mecanismos de vigilância, controle e proteção. Com fulcro nessa necessidade, a Marinha tem investido consideravelmente no Navio-Aeródromo São Paulo, de modo a torná-lo apto às suas tarefas no mar, na certeza de que, assim procedendo, dotará o País de um valioso instrumento de controle, proteção e vigilância de nossa “Amazônia Azul”.

DIVULGAÇÃO: Assessoria de Imprensa do Comando do 1º Distrito Naval

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