Risco é o mesmo de plataforma de petróleo, diz pesquisador sobre base

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Um incêndio é uma das situações mais temidas pelos cientistas que trabalham no continente antártico. Ventos fortes, ambiente seco nos abrigos e muito material inflamável. O pesquisador Heitor Evangelista voltou de lá há um mês, passou por treinamentos de emergência e sabe o o que significa um alerta de incêndio numa base antártica. “Devastador. O trabalho numa estação na Antártica envolve um risco tal como numa platafarma de petroleo, num submarino, então é ter um risco inerente, ter conscienca dele e conviver com ele.”

Depois da explosão, 15 militares da Marinha iniciaram o combate ao fogo. Entre eles, estavam o sub-oficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o primeiro sargento Carlos Roberto Lopes dos Santos. Os dois tinham a missão de fechar as válvulas de combustível que alimentavam os geradores. Mas eles desapareceram no meio das chamas.

Segundo a Marinha, 70% das instalações foram destruídas. Ficaram intactos os refúgios de emergência, laboratórios de meteorologia, de química e de estudos da atmosfera, os tanques de combustível e a área de pouso de helicópteros.

O Programa Antártico Brasileiro tem várias pequenas bases na região. A Estação Comandante Ferraz servia como ponto principal de coleta e envio de dados para o Brasil.

Para a pesquisadora Yocie Yoneshigue, que esteve lá o ano passado, o acidente não acaba com o programa brasileiro, mas é preciso rever o projeto da estação. “Vamos ter que repensar o módulo como estava, porque era um módulo contínuo. Então laboratórios muito juntos, salas de máquinas muito juntas, acho que agora vão ter que repensar de forma que as coisas fiquem isoladas, mas não muito longe, para poder, numa perda dessas, perder só uma parte”

Os militares Carlos Alberto Figueiredo e Carlos Roberto dos Santos iriam se aposentar no ano que vem. Os corpos deles foram encontrados na praça das máquinas. Entre os parentes, amigos e cientistas, uma unanimidade: os dois se tornaram heróis.

“Um pai exemplar, um companheiro insubstituível na minha vida, como na vida dos meus filhos”, diz Suely Colares, mulher de Roberto.

FONTE: Do G1, via Portos e Navios

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