Crime organizado investe em embarcações de alta tecnologia para driblar órgãos de segurança e transportar toneladas de cocaína pelos mares

Os traficantes de drogas descobriram, e aperfeiçoaram ao longo das duas últimas décadas, um trunfo para levar toneladas de cocaína aos Estados Unidos e México, driblando a rigorosa fiscalização nos portos e aeroportos. Eles optaram por submergir a droga e levá-la dentro de submarinos fabricados em estaleiros artesanais, localizados principalmente no Equador e na Colômbia. Na semana passada, a Guarda Costeira dos EUA divulgou a apreensão, e posterior afundamento, de um narcossubmarino no Mar do Caribe, em fins de março.

Os quatro tripulantes foram levados presos para Miami, no Estado da Flórida. É a trigésima captura em seis anos. “Não estamos falando de submarinos militares, mas de submersíveis menores, que podem ser comprados livremente no mercado internacional por qualquer um que tenha alguns milhões de dólares”, alertou Alexandre Schmidt, diretor do ramo africano da Agência das Nações Unidas de Combate às Drogas e ao Crime Organizado.

Informes da Inteligência da Colômbia dão conta de que o primeiro grupo criminoso a usar tal artimanha foi o cartel de Medellín. Os narcoterroristas das Farcs possuem estaleiros onde fabricam as embarcações, cujos preços podem chegar a US$ 2 milhões. Os narcossubmarinos evoluíram desde que um pequeno semissubmersível com capacidade para duas toneladas foi encontrado na costa do Pacífico pela Guarda Costeira americana no ano de 1993.

Em outubro de 2011, no Caribe colombiano, policiais encontraram uma embarcação capaz de carregar até dez toneladas. Pintada de azul, para dificultar ainda mais os radares, era feita de madeira reforçada com fibra de vidro sustentada por aço e possuía os instrumentos sofisticados: GPS para navegação submersa, computador de ponta e usina de energia. Os traficantes dividem espaço exíguo com a droga, em condições precárias.

Ao final da travessia, o barco é afundado. “Esses artefatos são câmaras mortuárias genuínas pelo alto risco que representam para a tripulação, mas não são facilmente detectados pelo radar porque eles usam fibra de vidro, que os torna quase invisíveis”, afirmou o diretor da Polícia Antinarcóticos da Colômbia, general Luis Alberto Pérez. Mas, para os traficantes, o lucro compensa o risco.

FONTE: Istoé, via resenha EB

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