Com a ajuda da tecnologia alemã, israelenses dotam-se de uma plataforma nuclear que pode ser de grande utilidade no caso de um confronto com o Irã

O oficial da Marinha encarregado de receber os visitantes surge no deque inferior, dá meia volta e diz: “Bem-vindos a bordo do Tekumah. Bem-vindos ao meu brinquedo”. O Tokumah é um dos submarinos recebidos recentemente da Alemanha por Israel.

Nos deques 2 e 3, os submarinos contêm um segredo conhecido por poucos mesmo em Israel: ogivas nucleares, pequenas o bastante para serem armadas num míssil de cruzeiro, mas potentes o bastante para produzir uma explosão devastadora. Esse segredo é considerado um dos mais bem guardados da história militar moderna. Qualquer um que fale abertamente no assunto em Israel corre o risco de ser sentenciado a longo período de prisão.

Pesquisas realizadas pela Spiegel na Alemanha, em Israel e nos EUA mostram que, com a ajuda da tecnologia marítima alemã, Israel criou para si um arsenal nuclear flutuante composto por submarinos de capacidade nuclear. Trata-se de uma plataforma capaz de ampliar o alcance e a precisão de mísseis israelenses – de grande utilidade no caso de um confronto com o Irã, por exemplo.

Jornalistas estrangeiros nunca subiram a bordo de uma dessas embarcações de combate antes. Numa incomum demonstração de transparência, políticos do alto escalão do governo e oficiais militares do Estado judaico mostraram-se agora dispostos a comentar a importância da cooperação militar alemã-israelense e do papel desempenhado pela Alemanha, ainda que sob a condição de anonimato. “No fim, é tudo muito simples”, diz o Ministro da Defesa, Ehud Barak. “A Alemanha está ajudando a defender Israel. Os alemães podem se orgulhar do fato de terem garantido a existência do Estado de Israel pelos próximos anos.”

FONTE: O Estado de São Paulo

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Observador

Tirando as elocubrações da mídia (Israel nunca reconheceu oficialmente seu arsenal nuclear e nunca irá fazê-lo), contata-se o seguinte:

O Brasil terá um submarino nuclear que lança armamento convencional e Israel tem submarinos convencionais que lançam armamento nuclear.

Para mim, o modelo de submarino israelense é melhor meio de dissuação que o nosso, além de muito mais barato.

Observador

Tirando as elocubrações da mídia (Israel nunca reconheceu oficialmente seu arsenal nuclear e nunca irá fazê-lo), contata-se o seguinte:

O Brasil terá um submarino nuclear que lança armamento convencional e Israel tem submarinos convencionais que lançam armamento nuclear.

Para mim, o modelo de submarino israelense é melhor meio de dissuação que o nosso, além de muito mais barato.

aldoghisolfi

Endosso 100% as palavras do Observador. Cliquei para comentar exatamente os seus mesmos termos.

aldoghisolfi

Endosso 100% as palavras do Observador. Cliquei para comentar exatamente os seus mesmos termos.

junin-heldin

Quem disse que os nossos subs não podem lançar armamento nuclear claro que podem! Mas o brasil disse um não a armamento nuclear!

Corsario137

Sem querer dar uma de advogado do diabo mas já o sendo…
Por que Israel pode ter armas nucleares e o Irã não?
O melhor seria que nenhum dos dois a tivesse porém como não achar legítimo o direito do Irã desenvolver tecnologia nuclear quando Israel está colocando ogivas nucleares dentro de submarinos?

Um peso, muitas medidas…

Corsario137

Ainda bem que o Brasil disse um não as armas nucleares.
No país do atraso, às vezes, sai algo de bom.
Daqui 100/200/300 anos (quem sabe?) a história nos fará justiça e dirão que chegamos aos status de grande player global sem a necessidade de armas nucleares.

Daglian

Corsario, acredito que devemos analisar o contexto histórico de ambas as nações e também o contexto atual. Historicamente, como Israel nunca admitiu suas armas nucleares, não houve pressão internacional sobre Israel até porque este tinha de defender-se dos árabes com grande frequência. Israel, a meu ver, desenvolveu suas armas nucleares (considerando que as tem) sem produzir alarde internacional e, ao mesmo tempo, para sua própria defesa, argumento que eu penso ser irrefutável tendo em vista que, por exemplo, no dia seguinte da criação do estado de Israel este já foi atacado pelos árabes. Já o Irã iniciou o desenvolvimento nuclear… Read more »

Blind Man's Bluff

Estou com o Corsario nessa, para que precisamos de armamento nuclear? E outra, é de conhecimento geral que foi a França que vendeu a tecnologia nuclear a Israel. Há de fato um desbalanço de força no Oriente Médio e essa é hoje uma das grandes causas dos problemas do mundo. Sobre o SSN brasileiro, ainda não consegui formar minha opiniao a respeito. É bem dificil de chegar a uma conclusão, sem ao menos realizar algumas simulações de cenários e pior, quando a maioria das informações são confidenciais. Podemos apenas formular hipotesis, dentre elas: Israel optou por submarinos convencionais por alguns… Read more »

Augusto

O modelo de Israel não é melhor que o nosso, nem mais barato. O modelo de Israel é adequado a Israel e o do Brasil adequado ao Brasil. Israel investe pesado em armamentos e isso não é barato. Ademais, não há nenhuma justificativa para que Israel desenvolva submarino com propulsão nuclear se os países vizinhos que o ameaçam estão colados nas suas fronteiras, inclusive marítimas. Já o Brasil tem uma zona marítima enorme, sendo imprescindível um meio que tenha grande mobilidade, autonomia e alcance. Nosso modelo se assemelha ao da Inglaterra, que enviou um brinquedinho à propulsão nuclear para as… Read more »

Blind Man's Bluff

Ja que vc tocou no assunto historia de Israel, talvez possa trazer também um pouco mais informações, imparciais de preferencia.

Sobre o SSN brasileiro, vc poderia também, no caso, especificar com dados concretos o que faria dele uma melhor plataforma que um Type-212 AiP por exemplo, que valeria tal investimento.
abs

Augusto

Blind Man’s Bluff, sobre Israel discuto o que quiser, mas deixo consignado que pessoalmente sou avesso a regimes ditatoriais, sobretudo os movidos a ódio religioso cego, como é o caso daqueles que dominam todo o médio oriente. Sobre a segunda questão, vou fazer minhas as palavras do Almirante José Luiz Obino, ex-comandante da força de submarinos da Marinha Brasileira porque acredito que ele deva saber mais do que nós dois sobre o assunto: “Nos dias de hoje o melhor projeto comercial, testado, de submarino convencional, no mercado, é o do submarino francês ‘Scorpene'”. E continua: “O projeto francês é o… Read more »

Blind Man's Bluff

De fato o Scorpene procede do projeto de um SSN, mas no caso essa plataforma é o classe Rubi. Os franceses como nem nenhum país com plena razão, venderia sua ultima tecnologia a outra. No caso, a ultima tecnologia francesa é o classe Barracuda. Entretanto, de fato para a marinha brasileira que almeja um submarino nuclear, tenho que concordar com o Almirante, não existe melhor plataforma que os scorpene. Estes foram projetados para aceitar, com poucas modificações o sistema de propulsao AIP do tipo MESMA, que por sua vez nada mais é que o mesmo sistema de turbinas termicas do… Read more »

Observador

Caro Corsário: Não concordo com você. Os constituintes em 1988, ao elaborar a Constituição Federal, provaram o despreparo da nossa classe política, o nível de sua ignorância e o tamanho de sua burrice. Sim, porque uma nação do tamanho da nossa, com um território com os recursos naturais que tem, não poderia abrir mão de QUALQUER meio de defesa. O que fizeram ao renunciar ao armamento nuclear, foi colocar a segurança nacional a mercê de outros países. Podiamos até mesmo nunca construir uma nuke, mais jamais poderiamos renunciar ao direito de construí-la. O país que tem armamento nuclear NUNCA será… Read more »

Augusto

Primeiro: o valor a que você fez referência diz respeito não somente a 4 submarinos convencionais e 1 à propulsão nuclear, mas também a armamentos e transferência de tecnologia, além de um estaleiro respeitável, que está sendo construído do nada e que demanda gastos enormes. Esse mesmo estaleiro será usado para construir futuros submarinos e manutenir os que estão sendo produzidos. Segundo: a Marinha já deixou claro que não almeja somente submarinos nucleares, mas TAMBÉM submarinos nucleares. Terceiro: como disse o Almirante, o produto alemão se destina a águas costeiras e mares fechados, o que é adequado ao emprego de… Read more »

Blind Man's Bluff

Augusto, acho que não estamos nos entendendo. Eu concordo com vc. Submarino é fundamental. Olha meu nome, Blind Mans Bluff, um livro classico sobre a guerra fria. O que não entendo é pq vc sempre cita o modelo alemão como se fosse minha escolha. Eu prefiro o Scorpene, sim, porém, o que não conrcordo é o dispendio de dinheiro no desenvolvimento de um submarino nuclear. É como vc mesmo disse, o Sao Paulo é o maior alvo flutuante do mundo, junto com as corvetas brasileiras que ja completaram mais de 30 anos de idade! Na minha opinião e isso é… Read more »

daltonl

Se o “escorpene” trará mais tecnologia, será economicamente mais vantajoso, se nos alinhará mais com a França, etc, dá para entender, mas porque o Almirante brasileiro considera o tipo 212/214 mais adequado para “mares fechados” não entendo. Ambos os modelos possuem caracteristicas semelhantes e além do mais o nosso “escorpene” será uma versão aumentada, ou seja, o original não deveria atender as nossas necessidades e coincidentemente, o nosso Tikuna também é uma versão ligeiramente aumentada do tipo 209. aqui, classe Tupi. A India optou pelo modelo frances e o Paquistão pelo modelo germanico por exemplo. Curioso que mesmo os “Virginias”… Read more »

Augusto

Blind Man’s Bluff, concordo com você. Um grupo tarefa pequeno, que porém agregue o que há de mais moderno, apesar do tamanho de nosso litoral, seria suficiente para manter um certo nível de respeito. Por outro lado, não disse que a Marinha deva abrir mão disso para investir em submarinos exclusivamente. O que eu disse é que a Marinha deveria abrir mão da manutenção de meios que estão obsoletos que só servem à doutrina e investir, SOBRETUDO, em submarinos mas, obviamente, sem dispensar os meios de superfície. Sobre o sub nuclear penso que, infelizmente, o Brasil perdeu muito tempo por… Read more »

Blind Man's Bluff

As unicas criticas que escutei sobre os submarinos alemães vem da Marinha grega, que reclamam de diversos aspectos do conjunto, entre eles um fraco desempenho do sistema de propulsão AIP, falha na vedação do casco com entrada de agua salgada e até mesmo o superaquecimento da propulsão.

joseboscojr

Dalton,
“nos protegendo de quem?” foi foda!
Rsrssss