Brasil e Itália reforçam cooperação em defesa e destacam programas prioritários

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Nesta terça-feira, 26 de junho, os ministros da Defesa do Brasil, Celso Amorim, e da Itália, Giampaolo Di Paola, reiteraram o desejo de estreitar as relações de cooperação na área de defesa e promover o intercâmbio de experiências entre as Forças Armadas dos dois países.

Pela manhã, o ministro italiano foi recebido com honras militares na entrada do Ministério da Defesa (MD). Logo após, em reunião, Celso Amorim disse que a parceria entre Brasil e Itália já é antiga e precisa continuar. Ele expôs aos italianos projetos realizados conjuntamente com o país europeu e setores que podem gerar potenciais parcerias.

Amorim ressaltou que dentro do Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (Paed), um dos projetos prioritários para a Marinha é o Programa de Obtenção de Meios de Superfície (Prosuper). A iniciativa prevê a aquisição de novos navios de superfície e abrange 11 embarcações (cinco fragatas, cinco escoltas e um super navio de apoio*).

A Itália é um dos países que tem interesse em desenvolver embarcações para o Brasil. Nesse sentido, o ministro da Defesa italiano manifestou que a intenção do seu país não é comprar ou vender navios, “mas trabalhar junto” no desenvolvimento deles. Sobre esse assunto, o ministro brasileiro destacou que é importante haver essa transferência de tecnologia para aumentar a capacitação nacional.

Um dos assuntos tratados na reunião foi a histórica parceria entre os dois países no desenvolvimento do projeto dos jatos AMX, iniciado em 1980. Iniciativa bem-sucedida, o AMX foi fundamental para que a Embraer adquirisse capacitação para produção de aviões civis e militares. Foi ressaltado que é preciso continuar a cooperação ítalo-brasileira em logística no programa.

Os AMX brasileiros estão passando por um processo de modernização. Nessa semana, na terça-feira (19), a Força Aérea Brasileira (FAB) realizou o primeiro voo de um AMX modernizado. O fato aconteceu na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo.

No encontro, os ministros foram acompanhados por seus oficiais de Alto Comando. Pelo lado brasileiro estiveram presentes os comandantes da Marinha, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto; do Exército, general-de-exército Enzo Martins Peri; e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo (interino); além do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general-de-exército José Carlos De Nardi.

Troca de experiências

Celso Amorim mencionou a experiência do Brasil em operações de paz, como no Haiti, e disse que “é uma boa oportunidade de cooperação nessa área”. Sobre o país caribenho, o ministro brasileiro reforçou a ideia da retirada gradual das tropas. “Não é bom para nós nem para eles que façamos a segurança do Haiti para sempre.”

Também foi citado o trabalho realizado pelos militares brasileiros no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), no Rio de Janeiro – responsável pelo treinamento das tropas. O ministro da Defesa brasileiro disse que seria interessante que os italianos conhecessem o centro e abriu as portas para um futuro intercâmbio entre oficiais dos dois países nessa área.

Giampaolo Di Paola, por sua vez, convidou os militares brasileiros a conhecer o trabalho de combate aos grupos de piratas realizado por eles no Oceano Índico. Sobre esse aspecto, Amorim lembrou que é importante para o Brasil ver como se dá uma operação naval em outro teatro e que as ações de pirataria já chagaram no Atlântico Sul, principalmente no Golfo da Guiné.

No que diz respeito às missões internacionais, Giampaolo Di Paola explicou que “a Itália está agora engajada em operações de paz”. O ministro destacou a experiência do país no comando da Força Interina das Nações Unidas no Líbano, a Unifil – a qual o Brasil participa com o comando da Força-Tarefa Marítima. O ministro italiano citou, também, as ações realizadas no Afeganistão, onde o país europeu mantém mais de 4 mil militares.

FONTE / FOTOS (T. Sobreira): Ministério da Defesa (Assessoria de Comunicação Social)

IMAGEM DO ALTO: Marinha Italiana

*NOTA DO EDITOR: sem querer ironizar, mas o que seria exatamente um “super navio de apoio”? Um navio de apoio de superfície (talvez um pleonasmo) ou um navio de apoio grande o suficiente para poder ser qualificado como super?

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cfsharm

Nunão, Seria uma dúvida filosófica-política-social-gramática ou apenas MAIS uma “pérola” da “açeçoria” de Comunicação Social – tá certo, tô ironizando a nota. Mas cá pra nós – “super navio de apoio” é de lascar!!!!! Lembrou-me um filminho da década de 90 chamado… “Super Carrier” mas aí já é licença poética. Só espero que o ‘super navio de apoio” não seja um dos “mini” porta-aviões italianos. Sem ironias, apenas torcendo para que na expectativa de termos um navio de apoio adequado, acabe nos sobrando um tampão com metade da capacidade necessária. Matéria interessante até por um aspecto – o Ten-Brig. Saito… Read more »

Darkman

Então as Fremm Italianas voltaram a ter chances com a MB.
Isso parece ser muito bom.
Agora só falta sair os navios da MB e os equipamentos do EB e o FX2 não ser anunciado.

Abs.

juarezmartinez

Caro Darkman, não querendo te desiludir, mas ao mesmo tempo tentando ser sincero, isto aí, não passa de “firula”…. Prossuper! voute resumir ele no curto prazo\; Por conta do pepino enfiado no traseiro em função da recessão que bate a porta dos fundos com tendência de contornar o quintal e vir parar na porta da frente e por conta ainda de tentar mexer com empregos made in Brasil, a liderança do Brasil Putênfia vai autorizar a construção de mais três “Mururus”, dois Napaoc Bae System made in algum estaleiro carioca, porque até agora os estaleiros do nordeste só fizeram um… Read more »

juarezth

Acredito que um navio com grandes e polivalentes capacidades. Seria um sonho para a nossa marinha

marciomacedo

É Juarez, deve ser por ai mesmo. Mas, não acredito em novos Modfrags para as escoltas atuais, menos ainda em compras de oportunidade, haja vista a o caso das T-22 B3 e o Fort George. A MB vai usar o que tem até acabar. Tipo o Rio de Janeiro e o Marajó.