Incorporação do Navio-Patrulha Oceânico ‘Amazonas’ à Marinha do Brasil

42

No dia 29 de junho, às 11h, em cerimônia presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante-de-Esquadra Fernando Eduardo Studart Wiemer, nas dependências da Base Naval de Portmouth, no Reino Unido, ocorrerá a Incorporação à Armada da Marinha do Brasil do Navio-Patrulha Oceânico “Amazonas”.

O navio, construído pela empresa BAE Systems Maritime – Naval Ships, recebe o mesmo nome da classe em que se enquadra, “Amazonas”, que contará com mais duas embarcações até 2013: Navio-Patrulha Oceânico “Apa” e Navio-Patrulha Oceânico “Araguari”, todos nomes de importantes rios brasileiros. O navio teve sua construção iniciada em 15 de fevereiro de 2008, com o batimento de quilha em 15 de junho do mesmo ano. Foi lançado ao mar em 10 de fevereiro de 2009 e sua construção foi finalizada em setembro de 2010.

As principais características do Navio são:

  • Comprimento Total: 90,5 metros
  • Comprimento entre Perpendiculares: 83 metros
  • Boca Máxima: 13,5 metros
  • Calado de Navegação: 6,0 metros
  • Deslocamento Carregado: 2.060 toneladas
  • Velocidade Máxima com 2 MCP: 25 nós
  • Raio de Ação a 12 Nós: 4.000 milhas náuticas
  • Autonomia: 35 dias
  • Capacidade de Tropa Embarcada: 39 militares
  • Capacidade de Transporte de Carga: 06 Conteineres de 15 toneladas
  • Armamento: 01 canhão de 30mm e 02 metralhadoras de 25mm
  • Sistema de Propulsão: 2 Motores MAN 16V28/33D 7.350 HP
  • Geração de Energia: 3 Geradores CATERPILLAR de 550 kW
  • 1 Gerador CATERPILLAR de 200kW
  • Tripulação: 12 Oficiais, 21 SO/SG e 48 CB/MN

Os Navios-Patrulha destinam-se ao patrulhamento das Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), devendo executar diversas tarefas, dentre elas a de, em situação de conflito, efetuar patrulha para a vigilância e defesa do litoral, de áreas marítimas costeiras e das plataformas de exploração/explotação de petróleo no mar e contribuir para defesa de porto; e, em situação de paz, promover a fiscalização que vise ao resguardo dos recursos do mar territorial, zona contígua e zona econômica exclusiva (ZEE), de repressão às atividades ilícitas (pesca ilegal, contrabando, narcotráfico e poluição do meio ambiente marinho), contribuir para a segurança das instalações costeiras e das plataformas marítimas contra ações de sabotagem e realizar operações de busca e salvamento na área de responsabilidade do Brasil.

O Navio-Patrulha Oceânico “Amazonas” foi projetado e construído para atender às necessidades de fiscalização de extensas áreas marítimas. Devido à sua grande autonomia e capacidade de operar com aeronave orgânica (helicóptero) e duas lanchas, contribuirá com os demais navios da Marinha do Brasil na proteção e fiscalização de nossa “Amazônia Azul”.

Após a incorporação à Marinha, o “Amazonas” será preparado para navegar em direção ao Brasil, o que está previsto para ocorrer na primeira quinzena de agosto deste ano. Em uma viagem de dois meses, o navio suspende de Plymouth, cumprindo o seguinte roteiro: Lisboa (Portugal), Las Palmas (Espanha), Mindelo (Cabo Verde), Cotonou (Benim), Lagos (Nigéria), São Tomé e Príncipe, Natal (RN), Salvador (BA), Arraial do Cabo (RJ) e tem como porto final, na primeira quinzena de outubro, o Rio de Janeiro (RJ).

Subscribe
Notify of
guest

42 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
GUPPY

O roteiro da viagem para o Brasil me parece muito longo. Para que tantos portos? Contei oito portos diferentes entre Plymouth e o Rio de Janeiro. Precisa mesmo passar por Benim, São Tomé e Príncipe e Arraial do Cabo? 4000 milhas náuticas é uma boa autonomia, não é? E depois, em linha reta, a menor distância entre a África e o Brasil não é entre São Tomé e Príncipe e Natal. Podem consultar Ivan, o mapento. Quanto a Arraial do Cabo, até que é bom porque dar para receber helicóptero da Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia. Quem sabe,… Read more »

MO

“NaPaOc” alem de outras bullhitagens nesta vgm mostrando pra que veio … (pena que tudo firula, mas o que importa eh a primeira impressao)

Darkman

Finalmente um navio novo.Mas ainda falta muita coisa.

Fabio ASC

Guppy, como sonhar não custa nada, vamos lá:

Como o Brasil adquiriu licença para fabricação destes navios, está mostrando o mesmo para possíveis compradores dadas as nossas excelentes relações com a África.

Aff, viajei mais que o Amazonas agora… 🙂

Guilherme Poggio

Um navio um pouco menor que uma Barroso e com metade da tripulação.

ernaniborges

Um raro caso de sucesso de reequipamento nos dias atuais.

Acredito que só foi possível porque estava “encalhado” nos estaleiros britânicos, por desistência do comprador original.

Embora não tenha sido construído especificamente para nós, pelo menos não é de segunda mão.

Milton

Oba! Contagem regressiva para visitá-lo aqui em Salvador!!!!

GUPPY

Muito bem, Fabio ASC. Concordo que sonhar não custa nada.
Mas, já que o Brasil adquiriu a licença de fabricação, então não dar para o AMRJ começar a construir outros mais imediatamente, dentro desse novo pacote de incentivo a indústria nacional, em consonância com o que o Nunão tem falado aqui, no PA e no Forças Terrestres?

Abraços

aericzz

Guppy, a parada em arraial normamente é pra preparar o navio pra entrada na baía da guanabara, retoques de pintura etc e tal… (todos os últimos recém-incorporados fizeram essa parada) agora as outras paradas, em especial na áfrica, eu nem imagino! ah, provavelmente haverá uma parada naval para ele com todos os navios q conseguirem sair, claro na entrada da baía! abçs, ericdolobo.

aericzz

Guppy, vc já viu o máquinário do AMRJ recentemente??? Aí então o mais imediatamente q vc falou ficará sem sentido… se é q me entende!!!
(Os coreanos estiveram lá pra fazer uma proposta de parceria no âmbito do prosuper, lembra? a única coisa q sobraria de pé pra ser aproveitado seriam os diques e os prédios do comando e os refeitórios…. o resto
Na chom!!!!!!!!!!!!!!! nada mais era aproveitável!

Guilherme Poggio

aericzz disse:

a única coisa q sobraria de pé pra ser aproveitado seriam os diques e os prédios do comando e os refeitórios…. o resto
Na chom!!!!!!!!!!!!!!! nada mais era aproveitável!

Mas precisa vir os coreanos aqui para falar isso?

ci_pin_ha

O que chama atenção é seu baixo poder de fogo, alguém sabe se há ao menos pretensão de modificação no canhão principal?
Cadê aquela maquete/projeto da Inace para um navio de patrulha oceânica? Morreu?

aericzz

Poggio, a intenção deles era aproveitar o q desse… e só deu pra sobrar o q eu já disse acima… o resto……… lixo, sucata, velharia…. da administração com dezenas de prédios q existem atualmente…. sobraria apenas 1!!!! (imagina o desemprego q isso geraria!), a mesma proposta foi feita pela nortrop gruman (diziam q tinha a expertise, pois tiveram q refazer do zero o estaleiro deles em nova orleans), mas só q eles são americanos, então já viu né…. são enemy’s pra nossa atual administração (PT), enfim construir pra revender (com lucro, qualidade, prazo etc e tal… só se repassar pra… Read more »

Augusto

De fato, é baixo o poder de fogo. Será que haverá algum incremento futuramente?

GUPPY

Ok aericzz. Brigado pelas infos.

Então a Marinha tem mais um grande problema: revitalizar o AMRJ.
Não tem como continuar com o Arsenal sem condições de atender as necessidades da Marinha. É para isso que ele existe. Os estaleiros privados podem e devem se envolverem em projetos militares mas o ARMJ não pode ficar ocioso. Isso já foi comentado aqui recentemente, acho, pelo Nunão.

Abraço

junin-heldin

Acho que vai haver uma modificação no canhão e só!

Observador

Senhores, Não sou Ivan, “O Mapento” mas, se não me engano, o Rio Apa não fica no Mato Grosso do Sul? Sem desmerecer o Mato Grosso do Sul (conheço um pouco mas gosto muito), mas batizar o navio de patrulha oceânico com o nome de um rio que não deságua no mar não é um pouco esquisito? Tudo bem que houve toda a questão da Guerra do Paraguai e o fato de delimitar a fronteira do país, mas não tem rio mais importante para homenagear, não? Será que um Navio-Patrulha Oceânico “São Francisco” não faria mais sentido? Alguém por aqui… Read more »

MO

Ow claudio, the observator, aproveitando o seu gancho, Aonde fica o Acre ??????

Fernando "Nunão" De Martini

Observador, O critério é homenagear rios que comecem com “A”. Foi o caso da classe “A” de contratorpedeiros construída no AMRJ na década de 40: Amazonas, Acre, Ajuricaba, Araguari, Apa e Araguaia. Agora está se repetindo a tradição desses nomes. Pode-se dizer que a perpetuação de nomes é uma tradição naval das mais “tradicionais” (desculpe a repetição), seja aqui ou no resto do mundo. Os Macaé são nomes novos, os Grajaú repetem nomes de caça-submarinos da IIGM, nomes como “Barroso” e “Tamandaré” também se repetem, outros como “Bosídio” e “Dodsworth” são homenagens mais recentes, embora na mesma classe (Tipo 22… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“aericzz em 29 de junho de 2012 às 11:26 e 12:35” Sim, para construções usando novos métodos e padrões de produtividade, assim como montagens de seções de maior porte, os equipamentos e prédios do AMRJ estão defasados. Seções grandes nem passam nas portas da oficina principal, ao lado das carreiras. Guindastes têm capacidade limitada também. Mas foi com esses equipamentos e instalações que se construiu a Barroso no passado recente, aplicando conhecimento adquirido na construção de duas fragatas, de um navio-escola e duas corvetas (para falar apenas de navios de portes semelhantes). Seria tudo isso tão inadequado assim para manter… Read more »

fragatamendes

Caros amigos, acho que estipo de Navio pode ser construido no AMRJ, pois nas carreira que existe lá da para construir dois destes ao mesmo tempo, afinal de contas eles não são muito sofisticados ao ponto do AMRJ não poder construír-los.Gostaria que me informassem se esta foto é do navio depois de incorporado pois a bandeira que aparece não é a brasileira ou estou enganado?Abraços do MENDES.

fragatamendes

Amigos me desculpem pelas falhas de digitação, mas meu teclado está com problema.Abraços do MENDES.

Fernando "Nunão" De Martini

Mendes, a foto do post foi divulgada ontem, antes da incorporação marcada para hoje.

Pela cerimônia que deve ter ocorrido hoje, a bandeira de outro país seria arriada e substituída, cerimonialmente, como bem sabemos.

fragatamendes

Caríssimo NUNÃO, minha pergunta se deu, pois no Site ALIDE foram postadas fotos do amigo FELIPE SALLES do AMAZONAS, já com o emblema na lateral chaminé e de outros detalhes e em outros Sites encontrei fotos com a mesma bandeira da foto postada no PODER NAVAL, mas se repararmos aparece o nome anterior do navio na popa do mesmo.Abraços do MENDES.

ci_pin_ha

Cadê aquela maquete/projeto da Inace para um navio de patrulha oceânica? Morreu?

Fernando "Nunão" De Martini

Mendes, aguardávamos novas informações e imagens, e agora elas estão na nova matéria mais acima desta.

Saudações!

danra2

Ele pode ser equipado com algum tipo de mísseis anti aéreo/navio? Senão, acho que ele ficaria meio indefeso quando estivesse fazendo patrulhas longe do resto da frota.

MO

Cuma ????

er … NP realiza patrulhas centrado em frota ???

inventaram agora o NPBG ???

danra2

Deixa eu perguntar de outra forma, MO. Esses navios tem capacidade de auto defesa contra aeronaves ou navios estando longe de um navio maior para cobertura, em caso de necessidade? Ficou claro? Eu posso desenhar se for necessário . . .

MO

por favor desenhe, pois NPa sempre operam independentes em TO de atividades de fiscalização e policia, não sao navios de esquadra, então faz favor ai desenha pra eu entender …

daltonl

“capacidade de operar com aeronave orgânica (helicóptero)”

Como ?

ci_pin_ha

Calma pessoal. Concordo que ele tem um armamento muito pífio, mesmo para um navio que tem como principal objetivo o policiamento e a fiscalização. Mas nada que não possa ser modificado, se assim a MB achar necessário. Bem que um canhão Otobreda 76 mm, um sistema Gibka (Igla) para a defesa antiaérea de curto alcance e por ultimo trilhos para o lançamento de minas e cargas de profundidade. Só isso já daria uma capacidade de combate muito boa em um cenário assimétrico e melhores condições para que esse navio realizasse com maior plenitude sua tarefa principal. Voltando ao desentendimento, vamos… Read more »

Observador

Caro Nunão: É, já se tinha falado deste critério por aqui e eu não lembrei. Mas que é um critério que pode criar problemas, isto lá é. Sobre o Rio APA, para piorar a escolha, eu li que o mesmo na época da seca pode ser atravessado a vau. Se for verdade, complicado batizar um navio com o nome de um rio seco, não? Caro MO: Sobre o Acre… Dizem os “çábios” (sim, adorei a expressão) em teorias de conspiração que, na verdade, a Terra é CHATA (?!) e que para esconder a verdade da população (?!) os poderosos enjambraram… Read more »

MO

Tks the observador, é mai ou meno por ai rsssss

Vassili

ci_pin_ha, 30 de junho às 21:47hs…………..

Posso te fazer uma pergunta de leigo????????

Onde se encaixam os termos “confronto assimétrico” e “cargas de profundidades” em um mesmo local da História???????

Me desculpe se fui irônico, mas nunca vi movimentos guerrilheiros, insurgentes usando submarinos.

Fora os traficantes colombianos que produzem subs artesanalmente na selva para levar pasta base de coca para os “esteites”, mas aí já falamos de outros mares né….. Oceano Pacífico e Mar das Caraíbas, locais que a MB não faz patrulhas.

abraços.

daltonl

Além do que… “trilhos para cargas de profundidade” não são mais utilizados e faz um bom tempo já “. Na minha opinião, estes navios estão adequadamente armados para as missoes que irão executar. Manter um navio “maior” próximo, como foi sugerido acima, não faz sentido, pois então o navio “maior” iria cumprir a missão e não haveria necessidade do navio “menor”. No caso de haver um problema que o navio “menor” não possa dar conta, então chama-se um navio “maior”. Lembrei-me de um caso que ocorreu uns tres anos atrás, quando o USNS Impeccable, estava em aguas internacionais, fazendo testes… Read more »

danra2

Não tem desentendimento, Ci_pi_nha. Educação vem de berço. Ou vc tem ou não. E não existe apenas um tipo de navio patrulha. Mas se for o caso de fiscalização, o armamento dele é suficiente. Afinal, não é para enfrentar nada armado.

GUPPY

Prezados MO e Observador:

Vocês estão cobertos de razão: o Acre não existe e a prova disso é que não tem clube de futebol nem na série A e nem na B do campeonato brasileiro de futebol. Nem a FIFA tem registro de clube do Acre. Mas, CUIDADO:
o rio Acre existe! E é navegável.

Abraços aos dois

ci_pin_ha

Vassili
Se esses pontos de interrogação são para me perguntar se sou leigo na “área naval”, em parte sim. Mas me expressei mal no caso das cargas de profundidade, mas seriam uteis, não nos combates assimétricos.

Daltonl
Cargas de profundidade ainda são utilizadas e estão presentes na classe Hamina e na Pohang, além de o Lynx também pode lança-las.

daltonl

ci-

trilhos para cargas de profundidade na popa é que sáo um anacronismo, não a carga em si e mesmo a Hamina que vc citou os utiliza mais para minas.

Trilhos ou “racks” não tem mais lugar na guerra moderna

Almeida

Seja bem vinda, apesar de vir de prateleira, segunda mão, segunda opção e com armamento completamente distinto do utilizado pela MB até aqui.

Pior do que ser sub armada, é não ser padronizada. A MB usa “metralhadoras” de 20mm e canhões leves de 40mm mas essas aí estão vindo com 25mm e 30mm respectivamente, porque foram projetadas para outra marinha.

Seria bom ver a MB padronizando esse armamento de tubo, senão a logística vai virar “samba do criolo doido”…

Fernando "Nunão" De Martini

Almeida,

À época em que foram compradas, foi informado que viria junto um bom estoque de munição.

Também acho importante padronizar quando for possível, pois não faz sentido complicar toda a logística e treinamento no médio prazo. Mas, por hora, acho que faz mais sentido usar o que está instalado e até aproveitar para fazer comparações etc.

Saudações!