Um destacamento de navios da Esquadra do Pacífico da Força Naval da Rússia na composição do grande navio anti-submarino Admiral Panteleev, do navio-tanque (*) Boris Butoma e do rebocador  Fotiy Krylov chegou a Pearl Harbor: a etapa essencial das manobras RIMPAC-2012 terminou com êxito. Após a visita à base naval principal da Esquadra do Pacífico dos Estados Unidos, os navios russos devem ir para Vladivostok.

As manobras de países da região do Pacífico RIMPAC (Rim of Pacific Exercise) tiveram por missão principal treinar ações militares e a interação entre esquadras de países-aliados dos Estados Unidos. Para as manobras, foram convidados na maioria os países que têm atritos evidentes ou dissimulados com a China e, em alguma parte, os exercícios foram chamados de “anti-chineses”.

Entretanto, seria no mínimo prematuro falar que a Rússia em conjunto com os Estados Unidos se prepara para combater com a China: as esquadras russa e americana treinavam tradicionalmente a interação na luta contra piratas, desembarcando grupos de inspeção e destacamentos antiterroristas para embarcações “suspeitas” ou “tomadas por terroristas”, efetuando manobras, patrulhamento e operações de busca conjuntas.

Contudo, a Rússia e os Estados Unidos estão treinando dinamicamente a interação de suas forças armadas, tanto mais que as RIMPAC não são primeiras ou últimas manobras em 2012, no quadro das quais navios russos atuam em conjunto com navios da OTAN e a própria lista de exercícios não se limita a ações navais conjuntas. Destaque-se que atualmente a intensidade de treinos conjuntos é a maior em toda a história pós-soviética. Contudo, é evidente que não se pode falar hoje sobre a entrada da Rússia na OTAN, que seria igualmente desvantajosa para ambos os países.

Para incluir a Rússia na composição da aliança, a OTAN deveria resolver muitos problemas ligados à incorporação de um potencial militar gigantesco, comparável no quadro do bloco apenas com o americano. Este processo, com certeza, iria provocar uma reação negativa entre os novos membros do bloco, que consideram a aliança como um “escudo contra a Rússia”. No caso da admissão da Rússia na composição da Aliança Atlântica Norte e da formação de um “comando leste-europeu da OTAN” independente, será provável a situação em que uma parte dos membros antigos da Organização do Pacto de Varsóvia, no mínimo, será obrigada a receber novamente ordens de Moscou.

Para a Rússia, a entrada na OTAN significará a participação em uma organização volumosa e variada com perspetivas históricas indefinidas e consideráveis divergências internas, que suporta uma carga pesada em forma de conflito afegão com consequências confusas e uma perspetiva real de uma grande guerra no Oriente Médio.

Nestas condições, a “união” de Moscou e Washington sob a estrela de Bruxelas parece pouco provável. Isso, porém, não impede efetuar manobras conjuntas. A Rússia e os Estados Unidos têm muitos pontos de contato que não permitem que a retórica pré-eleitoral ou os problemas da aliança excluam a tentativa de normalizar as relações recíprocas. O tempo irá mostrar que formas terão elas no futuro.

FONTE: Voz da Rússia

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