Os bastidores da proposta britânica para o Prosuper
Segundo uma fonte naval, até o desfecho do caso de Cesare Battisti, os grandes favoritos para vencer o Programa de Obtenção de Meios de Superfície (Prosuper) eram os italianos. Após esse episódio, houve a mudança de Governo no Brasil e a maioria dos programas das Forças Armadas foram “congelados”.
Nos últimos anos, a MB adquiriu 2 NDCC na Inglaterra, nosso tradicional fornecedor de meios navais. Depois da aquisição desses navios, os ingleses aproveitaram para buscar uma aproximação com a MB, oferecendo parceria para o desenvolvimento das fragatas do Tipo 26. Neste momento, engenheiros navais brasileiros encontram-se no Reino Unido conhecendo o projeto da Tipo 26.
A proposta britânica compreende, além de 5 navios patrulha derivados da classe “Amazonas” (OPV “Port of Spain”), um navio de apoio logístico derivado da classe “Wave” e 5 fragatas do Tipo 26. A proposta veio acompanhada de oferta de diversos meios navais.
Na última Revisão de Defesa feita pelos britânicos, ficou decidido que vários meios seriam retirados prematuramente do serviço ativo, sendo vários deles oferecidos à MB.
Nesse contexto, foram adquiridos os 3 patrulheiros da classe “Amazonas” (construídos originariamente para a Guarda Costeira de Trinidad e Tobago), além do projeto e plantas completas para construção de mais unidades, que, apesar de terem sido adquiridos direto do fabricante, teve influência decisivo do governo britânico.
Além desses meios navais, a MB analisou as fragatas do Tipo 22 Batch 3. A conclusão foi de que os navios estavam muito desgastados, e o custo de pô-los em operação na MB não compensaria.
Da mesma forma, os navios de apoio logístico da classe “Fort Victoria” foram considerados superdimensionados para o padrão que a MB espera.
Os contratorpedeiros do Tipo 42 não foram analisados e o LSD da classe “Bay” acabou sendo vendido à Marinha Australiana.
A MB consultou então sobre a possibilidade de transferência de 3 fragatas do Tipo 23 para substituírem as fragatas da classe “Greenhalgh” no caso de um possível atraso na entrada em operação dos novos navios escolta de 6.000t. Da mesma forma, ventilou-se a possibilidade de transferência para a MB de um LPD da classe “Albion” que seria posto em disponibilidade. Contudo, a Royal Navy informou que no momento esses meios permanecerão em operação em suas fileiras.
Além desses meios, a MB teria interesse nos navios de contramedidas de guerra de minas, dentre os quais encontram-se os da classe “Hunt” e “Sandown”, existindo a possibilidade de que alguns desses meios dêem baixa nos próximos anos.
Como parceria futura, além dos navios de escolta, navio de apoio logístico e navio de patrulha de 1.800t, os britânicos oferecem o projeto de um navio aeródromo de 65.000t e de um NPM de 22.000t (com doca).