Chegou ontem ao Rio de Janeiro o Navio-Patrulha Oceânico (NPaOc) Amazonas (P120). Ele fundeou na Baía de Guanabara, onde recebeu a imprensa que foi até o navio de lancha. Parte dos jornalistas seguiu a bordo para a atracação na Base Naval do Rio de Janeiro, onde familiares dos tripulantes aguardavam ansiosamente.

O navio recebeu a visita do Ministro da Defesa Celso Amorim e do Comandante da Marinha, almirante Moura Neto, além de outros membros do almirantado.

Esta foi a segunda visita do Poder Naval/Forças de Defesa a bordo, a primeira foi realizada em Natal-RN pelo nosso correspondente Ícaro “Joker” Gomes.

O navio realmente impressiona pelo tamanho, com instalações confortáveis para a tripulação e com espaço de sobra para equipamentos e suprimentos para longas missões de patrulha no mar.

O comandante Giovani Correa recebeu os jornalistas, concedeu entrevista e fez uma rápida apresentação do navio antes da atracação na Base Naval do Rio de Janeiro.

Segundo o comandante, o Amazonas agora deve fazer uma série de comissões curtas e depois de um mês ou mês e meio, encarar uma missão longa.

O Amazonas deverá operar em áreas mais afastadas da costa que os navios-patrulha da classe “Grajaú”, por um período um pouco maior.

Para o comandante, o navio vai ser importante para marcar presença na região do Pré-Sal, que é uma área bem mais afastada da costa, para mostrar que aquela região tem dono, que pertence ao Brasil. Não basta ir até lá e voltar, é necessário permanecer alguns dias.

Giovani Correa destacou ainda que o navio pode realizar uma grande gama de missões, com a capacidade de levar 6 contêineres no convoo, possibilitando a realização de missões de ajuda humanitária, ações cívico-sociais, apoio logístico, como o realizado na Ilha da Trindade. O navio pode ainda operar aeronave embarcada e levar tropas de fuzileiros e mergulhadores de combate, para operações de resgate de plataformas, de navios sequestrados.

Segundo o comandante, a viagem para o Brasil foi tranquila. Entre os portos de Natal-RN e Salvador-BA o navio utilizou as facilidades dessas bases navais para se preparar para receber helicópteros. Antes de receber helicóptero a bordo o navio precisou passar por uma Vistoria de Segurança de Aviação (VSA) em que vários testes e laudos foram verificados, como atrito do convoo e cargas nas redes. Quando o navio estava no Reino Unido não houve tempo para prepará-lo para operações com helicópteros, sendo assim foi aproveitado o “expertise” nacional para esta etapa.

Foi realizado o pouso de helicóptero Esquilo a bordo e o navio será homologado para receber o Super Lynx. Segundo o comandante Gionavi Correa, o Amazonas pode receber até o MH-16 Seahawk, pois tem espaço e resistência estrutural para isso.

O comandante informou durante a apresentação que a capacidade de armazenamento de combustível é muito superior às suas necessidades, incluindo combustível de aviação. O navio pode levar 320 mil litros de óleo e consome por dia 10 mil litros. Para as aeronaves ele pode levar 15 mil litros de JP5.

O primeiro pouso de aeronave a bordo do NPaOc Amazonas

 

Durante a visita pudemos conhecer o CIC (Centro de Informações de Combate) onde fica o sistema de dados táticos, o OSIRIS, que integra os sensores e o armamento do navio. Além do radar de busca combinada, existe uma alça optrônica com câmera de vídeo, câmera de imagem térmica e um telêmetro a laser.

O comandante destacou a importância da alça optrônica na precisão dos tiros e nas operações de inspeção naval, pois com a alça é possível saber o que está acontecendo dentro da embarcação suspeita, se as pessoas a bordo estão armadas, o que dá uma segurança maior ao grupo de abordagem.

O sistema dá a solução de tiro para o canhão de 30mm da proa . Os canhões de 25mm que ficam nas asas do passadiço podem ser operadas remotamente do CIC contra ameaças assimétricas, o que confere uma proteção maior aos tripulantes.

Com relação às máquinas, o comandante destacou que os dois motores diesel do navio (com 7.500kW cada) são mais potentes que os motores da corveta Barroso (de 5.800kW). A velocidade de cruzeiro é de 14 a 15 nós, e navegando abaixo de 13 nós o navio usa um motor apenas.

Para atingir 25 nós a variação é muito rápida, o navio é muito estável com estabilizadores e às vezes ele está a 25 nós e nem se percebe. “É como um carro novo” – brincou o comandante Gionavi Correa.

Chegada na Base Naval do Rio de Janeiro

Os jornalistas que permaneceram a bordo do navio puderam seguir até a BNRJ e assistir à atracação. No cais, familiares dos tripulantes aguardavam a chegada juntamente com uma banda dos Fuzileiros Navais.

Ao som de Cisne Branco e outros hinos militares, o NPaOc Amazonas atracou com o auxílio de dois rebocadores. No desembarque dos tripulantes, registramos o emocionante reencontro com os familiares.

Depois do merecido descanso de sua tripulação, o NPaOc Amazonas terá muito trabalho pela frente.

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