Ecos da Euronaval 2012: munições guiadas
A edição deste ano da Euronaval deixou bem claro uma tendência que já vinha ocorrendo no mercado. Há um movimento das principais marinhas do mundo por munições guiadas disparadas de canhões – Cannon Launched Guided ou CLGP.
Esta necessidade ficou evidente no conflito da Líbia no ano passado. Enquanto boa parte das aeronaves utilizava armas inteligentes com o mínimo de danos colaterais, o apoio de fogo naval ficou relegado a tarefas secundárias onde não havia necessidade de grande precisão.
Na foto acima aparece uma munição guiada de 155mm fabricada pela francesa Nexter, empresa com mais de 300 anos! No entanto, o calibre 155mm é empregado mais pela artilharia de campo. Até o momento, somente a USN decidiu utilizar o calibre 155mm a bordo dos seus DDG-1000. Segundo estudos da USN, calibres inferiores a 127mm não possuem o alcance e a letalidade necessária para apoio de fogo costeiro.
A classe Zumwalt será equipada com o canhão AGS (Advanced Gun System) e empregará a munição guiada LRLAP (Long Range Land Attack Projectile ), produzida pela BAE em associação com a Lockheed Martin (imagem ao lado).
Mas atualmente as principais munições guiadas de emprego naval situam-se entre os calibres 127mm e 76mm. A BAE está propondo uma variante mais leve da muninção LRLAP para os canhões de 127mm (5″). Esta munição seria empregada nos canhões Mk 45 Mod 4 da classe DDG-51 e em outras marinhas que empregam o mesmo armamento (Austrália, Dinamarca, Japão e Coreia). Segundo o fabricante, até dez disparos podem ser efetuados por minuto e com um alcance máximo de 52 milhas náuticas (algo como 96km) com elevada precisão.
Este tipo de munição é fantástica. Só tem um probleminha. Você depende da boa vontade dos EUA para utiliza-la. Basta que erros de posicionamento sejam inseridos pelos EUA sobre a região do conflito para que a munição se torne inócua e sua precisão seja a mesma de munição não guiada. Munição guiada a laser semi ativo com designação de alvo por VANT embarcado é a unica opção livre de ingerência externa para marinhas como a Brasileira, que não pertencem a OTAN. Desenvolver munições deste tipo baseadas no sistema GLONASS, GALILEO ou COMPASS apenas muda a embaixada onde você deve pedir… Read more »
Qual seria a vantagem de uma munição guiada frente a um míssil? Preço ou quantidade?
E não seria possível aprimorar a precisão de tiro com munições não guiadas? Seria uma solução de custo menor, ao meu ver.
RJ, Os EUA usam um sistema de baixo custo adaptado a qualquer projétil de artilharia de 155mm e que está sendo desenvolvido também para os de 105 e 127 mm. É um kit atarraxado no nariz do projétil chamado de PGK, dotado de aletas e de um sistema inercial + GPS que melhora muito a precisão. Não fica tão preciso quanto um projétil guiado como por exemplo o Excalibur que tem precisão menor que 10 metros, mas limita a dispersão a não mais que 50 metros mesmo no limite do alcance. Esse conceito está também sendo usado em projéteis de… Read more »
Bosco,
muito bem explicado.
obrigado.
[…] Ecos da Euronaval 2012: munições guiadas […]