Ecos da Euronaval 2012: a família L-CAT/MCP
Esqueça tudo o que você conhece em termos de embarcações de desembarque tradicionais como as LCU (Landing Craft Utility ou EDCG – Embarcação de Desembarque de Carga Geral – como é conhecida na Marinha do Brasil). Os tempos estão mudando, principalmente na França.
O grupo francês CMIN atua em diversos segmentos tais como meio ambiente, energia, engenharia e sistemas de defesa. Neste ultimo caso o grupo desenvolve uma família de embarcações de dois cascos, tipo catamarã, O mais conhecido desta família é a L-CAT (foto acima), uma embarcação de desembarque para emprego em operações anfíbias.
L-CAT
Segundo o fabricante, a L-CAT reúne as vantagens da velocidade que o casco tipo catamarã proporciona (podendo chegar a 30 nós dependendo da carga) com um fundo chato para abicagens (lâmina d’água com até 0,60m) e duas rampas, uma na popa e outra na proa. Até 100 toneladas de viaturas e equipamentos podem ser transportados.
A L-CAT foi projetada para ser embarcada nos navios da classe Mistral. Até duas L-CAT podem ser embarcadas na doca alagável em função do seu passadiço retrátil. A Marinha Francesa encomendou oito unidades em 2009, sendo que duas já estão em atividade. Nós do Poder Naval/Revista Forças de Defesa pudemos acompanhar de perto as capacidades desta embarcação recentemente operando no Brasil (ver matéria “Três dias a bordo do ‘professor’ Dixmude”, publicada na Revista Forças de Defesa n. 5) e também em ação na França (aguarde matéria na próxima revista Forças de Defesa).
L-CAT 44
Baseada na L-CAT a CMIN projetou a L-CAT 44, uma embarcação de desembarque maior e com mais do dobro da capacidade de transporte (até 260 toneladas) da L-CAT. Até três carros de combate do tipo MBT podem ser embarcados. Segundo o fabricante, esta é a única embarcação de sua classe capaz de executar missões de desembarque em condições de mar desfavoráveis e em águas rasas.
Em função do seu tamanho ela não foi projetada para ser embarcada em navios anfíbios, mas sim operar de uma costa até a outra e para isso conta com uma autonomia de até 2000 mn. Em outras palavras, a embarcação sair do porto de Toulon (na França), ir até Bengazi (na Líbia) e voltar sem ser reabastecida.
MPC
Também empregando o casco tipo catamarã, a CMIN desenvolveu o MPC ( Multipurpose Patrol Craft). Trata-se de uma embarcação voltada para ações de vigilância marítima e patrulha naval. Seu desenho é bastante versátil com um convés que permite o transporte de vários tipos de cargas e botes de assalto como RHIB que podem ser lançados pela rampa de acesso da popa. As principais características divulgadas pelo fabricante incluem um comprimente de 40m e carga máxima de 60 toneladas.
Uma variante do MPC, denominada MPC 2, com função de OPV (Ocean Patrol Vessel) e capaz de embarcar um helicóptero de pequeno porte ou UAV. A capacidade de carga é bem maior (até 200t) e a autonomia chega a 4.000 mn. O fabricante destaca o emprego da MPC 2 em ações de resgate durante desastres naturais, quando a infra-estrutura portuária encontra-se totalmente inoperante.
Mais informações sobre a Euronaval 2012 na edição nº 6 da Revista Forças de Defesa. Em breve em uma banca perto de você.
FOTOS E IMAGENS: Poder Naval/Revista Forças de Defesa e CMIN