Cruzador Moskva vai se mudar para o porto de Novorossisk no ano que vem
As obras de construção da primeira fase da base naval de Novorossisk serão concluídas no final de 2013, disse ao jornal Izvéstia uma fonte do ministério da Defesa da Rússia. A nova base será capaz de receber navios de grande porte e permitirá começar a tão almejada mudança da Esquadra do Mar Negro da Crimeia para Novorossisk. O primeiro a se mudar para a nova base será o cruzador porta-mísseis Moskva.
“A base foi criada em 1997 em Novorossisk. Agora, estamos construindo um quebra-mar, aprofundando o leito do mar e prolongando os molhes para facilitar o atracamento de grandes navios”, disse uma fonte do Comando Geral da Marinha russa.
Para a operação normal da base, também serão necessários depósitos subterrâneos para armas e combustível para navios, assim como centros de comunicação e postos de comando subterrâneos. A intenção é transferir para Novorossisk o Comando e Estado Maior da Esquadra do Mar Negro. No entanto, ainda é cedo para falar sobre as datas de entrega das obras, disse a fonte, acrescentando que a construção e o aperfeiçoamento da atual base naval russa no Mar Negro, Sevastopol, demorou muito tempo.
“Estamos de mãos e pés atados pelo acordo de 1992 sobre a divisão da Esquadra do Mar Negro entre a Rússia e a Ucrânia. O protocolo anexo traz os números de registro dos navios autorizados a atracar no porto de Sevastopol. Nenhum outro navio pode entrar. Além disso, o acordo não permite rearmar nem reequipar os navios estacionados”, adiantou a fonte.
A fonte citou dificuldades de natureza política, lembrando do episódio ocorrido em agosto de 2008, quando um grupo de navios russos enviado em missão de combate à costa georgiana foi proibido de entrar, na volta, no porto de Sevastopol pelas autoridades ucranianas.
Atualização
Com a nova base naval em Novorossisk, a Esquadra do Mar Negro poderá começar o programa de atualização de sua frota de navios. Espera-se que, em 2013, a Esquadra do Mar Negro receba um novo submarino do projeto 636, o Novorossisk, e a fragata do projeto 11356, o Admiral Grigorovich. Até o final de 2016, serão entregues outras cinco fragatas e submarinos. No entanto, alguns dos oficiais da Marinha duvidam da necessidade de abandonar Sevastopol como principal base russa no Mar Negro.
“Sevastopol tem um porto grande e profundo e lá os navios são protegidos pela costa. Em Novorossisk, os navios estarão expostos aos ventos. Não é à toa que navios maiores do que um varredor ou um navio de luta antissubmarina de pequeno porte não escalam ali”, diz um deles.
Além disso, ao contrário de Novorossisk, Sevastopol tem escala pronta (estrutura específica para os navios).
O presidente da Comissão de Defesa da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo) e ex-comandante da Esquadra do Mar Negro, Vladímir Komoedov, não se intimida com as dificuldades.
“A base de Novorossisk existia já nos tempos da Segunda Guerra. Na guerra, uma frota deve se dispersar. Portanto, quanto maior for o número de bases navais e pontos de escala à disposição de uma frota, menos vulnerável ela fica. Na paz, tais pontos de escala são necessários para abastecer e reparar navios”, disse o deputado em entrevista ao Izvéstia.
No entanto, o ex-comandante não acredita que Novorossisk tenha uma chance de se tornar a principal base naval da Esquadra do Mar Negro devido à sua configuração e posição geográfica.
Publicado originalmente no site do jornal Izvéstia
FONTE: Gazeta Russa
FOTO: Wikimedia.org