Marinha fará concurso por novo projeto de base na Antártida
O edital do concurso de arquitetura para a reconstrução da Estação Comandante Ferraz – base científica brasileira na Antártida, destruída por um incêndio em fevereiro deste ano (mais informações nesta pág.) – será lançado em janeiro. Entre outras soluções tecnológicas, vai exigir que toda a energia da estação seja proveniente de fontes renováveis.
A Marinha e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) assinaram no dia 12 o contrato para realização do concurso. Será aceita a participação de arquitetos estrangeiros, desde que associados a escritórios nacionais. De acordo com o IAB, a construção do projeto escolhido será iniciada em novembro de 2013. A previsão é de que as obras sejam concluídas em dois anos.
O valor total do processo – da implementação do novo projeto até a inauguração da estação – está estimado em R$ 100 milhões. A nova base vai ocupar uma área maior que a anterior, de pouco mais de 3 mil metros quadrados.
O IAB e a Marinha ainda estão definindo os critérios de prevenção ambiental e acidental que os projetos inscritos deverão apresentar. Um dos consensos até o momento é a exigência do uso de energia limpa em todas as instalações, afirmou o presidente do IAB, Sérgio Magalhães.
Segundo ele, a parte elétrica provavelmente será baseada em energia solar. Isso porque há restrições à geração de energia eólica por causa da grande presença de aves migratórias. No entanto, é o projeto vencedor que vai apontar a melhor alternativa.
“Essa sofisticação, tanto tecnológica quanto construtiva e também espacial, certamente vai despertar o interesse de muitos arquitetos. É um projeto único, que tem um aspecto simbólico importante”, disse Magalhães. “Os desafios para a resposta arquitetônica são sedutores. Por outro lado, há uma complexidade tecnológica que vai exigir uma série de estudos”, acrescentou o presidente do IAB, lembrando que só será possível trabalhar quatro meses por ano na construção da base, de dezembro a março, por causa do clima.
Temperatura
Além de um rigoroso sistema de segurança para evitar novos acidentes, a questão do conforto térmico precisa ser muito bem resolvida, ressaltou Magalhães. Outro ponto que terá destaque no edital é a destinação dos resíduos, que precisarão ser armazenados para depois serem retirados da base.
O projeto da nova estação também precisará contemplar uma solução para o acúmulo de gelo e neve no inverno: “Chegava a 7 metros de altura e encobria a antiga estação. A resposta arquitetônica também precisará enfrentar esse desafio”, disse Magalhães. O concurso será coordenado pelo arquiteto e conselheiro do IAB Luiz Fernando Janot.
FONTE: O Estado de S. Paulo
VEJA TAMBÉM: