Novo presidente da ABIMDE assume o cargo, em evento com casa cheia no 8ºDN

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ABIMDE - evento novo presidente Sami Youssef Hassuani - foto 2 Forças de Defesa

Sami Youssef Hassuani, o novo presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança, é também presidente da Avibras

vinheta-destaqueO auditório do 8º Distrito Naval, em São Paulo, estava repleto de executivos do setor de defesa e autoridades militares para o evento de apresentação do novo presidente da ABIMDE – Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança. Na quinta-feira, 31 de janeiro, assumiu o cargo o engenheiro Sami Youssef Hassuani (visto na foto abaixo em conversa com jornalistas após a cerimônia), que também é presidente da Avibras. O Poder Naval / Forças de Defesa esteve presente ao evento.

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A cerimônia de posse do novo presidente da ABIMDE contou com a presença de autoridades militares, entre elas o  comandante da Aeronáutica, brigadeiro do ar Juniti Saito, o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general de exército Jose Carlos de Nardi e o comandante do 8º Distrito Naval, vice-almirante Luiz G. S. de Gusmão.

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Em suas declarações no evento, o novo presidente da entidade destacou a  previsão de crescimento no setor e anunciou a realização de um grande mapeamento da indústria de defesa brasileira, o  “Diagnóstico da BID” (Base Industrial de Defesa), que será o maior levantamento sobre a cadeia produtiva do setor no país. Esse diagnóstico, que vem sendo feito pela instituição em parceria com a Universidade Federal Fluminense representa mais uma iniciativa envolvendo entidades acadêmicas, que vêm ampliando seu envolvimento com o setor de defesa. A espectativa é que seja concluído em seis meses.

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O objetivo do diagnóstico é mapear e detalhar toda a cadeia produtiva do setor, identificando as dificuldades enfrentadas nas áreas técnica, legislativa e política. Falando na área política, vale lembrar que, na opinião do novo presidente, a política e a defesa estão cada vez mais interligadas.

Sobre essa ligação, vale lembar que em 22 de março de 2012 foi aprovada a Lei n.º 12.598, que estabelece normas especiais para compra, contratação e desenvolvimento de produtos e de sistemas de defesa, dispondo ainda sobre regras de incentivo à área estratégica desse mercado. Perguntado por Forças de Defesa se pode ser percebido algum impacto dessa lei que foi uma conquista da ABIMDE, praticamente um ano após ser aprovada, Hassuani afirmou que essa aprovação sinalizou fortemente ao mercado que o setor político brasileiro passou a se importar mais com a área de defesa. Isso tem também chamado a atenção de outros países emergentes, que buscam se informar sobre a lei brasileira para elaborar leis similares, o que mostra a influência que o Brasil vem apresentando no setor.

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Vale lembrar que a Lei n.º 12.598 cria a figura da empresa estratégica de defesa – EED (empresa de interesse especial de nação) e estabelece normas para o RTID (Regime Tributário das Indústrias de Defesa), destinado a desonerar as companhias do setor nas vendas dos seus produtos ou serviços para o governo. Já quanto a algum impacto operacional da Lei,  Hassuani afirmou à reportagem que este só poderá ser sentido a partir do momento em que for regulamentada. O executivo informou que essa regulamentação é esperada para muito em breve, podendo acontecer “a qualquer momento”, nos próximos dias.

Voltando ao “Diagnóstico da BID”, Hassuani afirmou que se espera elencar todas as dificuldades e problemas do setor nesse grande diagnóstico, que será elaborado a partir de um questionário enviado às empresas do setor da Base Industrial de Defesa. Um mapa detalhado deverá ser produzido para apresntação a dois ministérios: o Ministérios da Defesa  e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A partir dele, poderão ser pensadas soluções e alternativas para apoio às indústrias brasileiras.

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A nova gestão, segundo o seu novo presidente, vai trabalhar para estreitar os laços com o Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e em especial, com o Ministério da Justiça. Essa relação mais próxima visa apoiar o país na questão da segurança interna, principalmente nos grandes eventos que ocorrerão nos próximos anos: Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo (2014) e Olimpíada (2016). Ainda há espaço e tempo, segundo o executivo, para negócios que beneficiem a indústria nacional de defesa, relacionados a esses grandes eventos.

O setor de defesa e suas possibilidades futuras, segundo a ABIMDE

De acordo com a entidade, as companhias que atuam no mercado de defesa geram, juntas, cerca de 30 mil empregos diretos e 120 mil indiretos, movimentando mais de US$ 4 bilhões/ano, sendo US$ 2 bilhões em exportação, e US$ 2 bilhões em importação. Conforme estudo realizado recentemente pela ABIMDE, esse número de empregos pode mais que dobrar nas próximas duas décadas em razão dos projetos anunciados pelo governo.

Espera-se que os investimentos cheguem a US$ 180 bilhões a longo prazo, sendo US$ 100 bilhões já anunciados para programas voltados para vigilância das fronteiras marítimas, aéreas e terrestres do país, entre eles o Sisfron (Sistema de Vigilância da Fronteira), o Sisgaaz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul), o Prosuper (Programa de Aquisição de Navios de Superfície), F-X2 (que dotará a Força Aérea Brasileira de aeronaves de caça e ataque de última geração) e, mais recentemente, o projeto Proteger do Exército que visa a proteção e instalações como usinas nucleares, hidrelétricas, empresas consideradas estratégicas e outras instalações, como as do pré-sal. O Proteger integrou essa lista recentemente e já entra com indicação de investimentos de cerca de US$ 30 bilhões, o que possibilitou um grande salto no índice de aporte financeiro esperado para o setor.

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De acordo com a entidade, até 2020 o Brasil tem a possibilidade concreta de praticamente dobrar o número de postos de trabalho altamente especializados. A estimativa é de que o setor gere cerca de 48 mil novos empregos diretos e 190 mil indiretos. Já para 2030, a expectativa é ainda melhor, passando para 60 mil novas vagas diretas e 240 mil indiretas.

Falando à imprensa após a cerimônia de posse, Hassuani afirmou que, em relação a esses grandes projetos, os planejamentos e projetos estão prontos, porém em “stand by” por decisão do governo, que está preocupado com a crise econômica mundial e seus reflexos no país. Assim, apenas é aguardada a efetiva aprovação e liberação de verbas para que deslanchem.

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