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O Comando Geral da Marinha russa aprovou o projeto pré-conceitual de um novo contratorpedeiro desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento em Tecnologias Navais Severnoie, de São Petersburgo.

O último navio de grande porte russo Petr Veliki (Pedro, o Grande), foi construído em 1989. Segundo uma fonte da indústria armamentista russa ouvida pelo “Izvéstia”, o novo contratorpedeiro será o maior navio de guerra projetado e construído pela Rússia desde o fim da União Soviética.

“O novo contratorpedeiro terá um deslocamento igual ou um pouco inferior ao dos cruzadores porta-míssies do tipo Moskva (Projeto 1164) – cerca de 12 mil toneladas. A ideia é construir um navio universal capaz de executar missões de ataque, de guerra antissubmarina, antiaérea e antimíssil e de apoio de fogo às tropas terrestres em missão em regiões costeiras”, esclareceu a fonte.

O novo contratorpedeiro levará a bordo mísseis antinavios, mísseis de cruzeiro para ataques a alvos terrestres e sistemas de defesa antiaérea e antimíssil, inclusive o S-500 Prometheus.

Para combater submarinos, o navio terá um sonar para localizar e destruir objetos submersos e torpedos.

Histórico

A Marinha soviética e, posteriormente, a russa tinha um único contratorpedeiro do Projeto 956, o Sovremenni. O navio deslocava 8.000 toneladas, levava mísseis antinavios Mosquito e sistemas de defesa antiaérea e era absolutamente impotente contra submarinos.

Além disso, sua unidade de propulsão demandava cuidados especiais e era muito exigente em termos da qualidade de água. Por isso, desde 1990 até hoje, dos 17 navios construídos restam apenas nove. Os outros foram retirados de serviço e desmontados.

“A Marinha russa precisa urgentemente de um contratorpedeiro. Não preste atenção a suas dimensões. Os navios norte-americanos da classe Arleigh Burke também não são pequenos – deslocam 9.648 tonelada e levam mísseis de cruzeiro Tomahawk e antiaéreos Harpoon. Todos os 62 contratorpedeiros estadunidenses possuem uma poderosa defesa antiaérea equipada com o sistema Aegis”, disse a fonte da indústria armamentista russa.

Para a fonte, grandes dimensões do navio são impostas pelo desafio de elevar a resistência de grupos-tarefa navais em regiões distantes do oceano e a eficácia das operações expedicionárias de unidades de fuzileiros navais.

“Contrariamente aos EUA, a Rússia não possui bases navais em diversas regiões do mundo. Por isso, os navios de guerra russos não têm a possibilidade de se reabastecer e devem levar tudo o que precisam”, completou.

Em primeiro lugar, o novo contratorpedeiro deve proteger os porta-helicópteros da classe Mistral e, no futuro, porta-aviões atômicos.

“O Centro de Desenvolvimento em Tecnologias Navais Severni tem uma rica experiência de projetar navios de ataque oceânicos. O cruzador porta-mísseis Petr Veliki e o navio antissubmarino oceânico Almirante Chabanenko são exemplos”, lembrou a fonte.

O contra-almirante aposentado Vladímir Zakharov acredita que a Rússia deve ter pelo menos nove contratorpedeiros novos no Pacífico e no Mar do Norte e outros cinco no Mar Báltico.

O especialista militar e autor de livros sobre a história da Marinha soviética e russa, Dmítri Boltenkov, afirma que, nos últimos 20 anos, a Rússia perdeu uma geração inteira de navios de guerra.

“Nesse espaço de tempo, a maioria dos países conseguiu construir muitos navios de grande porte providos de sistemas multifuncionais de comando e de defesa antiaérea e antimíssil e armados com mísseis de cruzeiro e antissuperfície. Chegou a vez da Rússia”, disse o escritor ao “Izvéstia”.

O núcleo da força superfície russa é composto por cruzadores, navios antissubmarino oceânicos e contratorpedeiros. “Todos eles são bons, mas estão perto do fim de sua vida útil”, completa Boltenkov.

 

Publicado originalmente pelo jornal Izvéstia

FONTE: Gazeta Russa (edição e adaptação do Poder Naval. Título original: “Rússia construirá seu maior navio contratorpedeiro desde 1989“)

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daltonl

“…dos 17 navios construídos restam apenas nove. Os outros foram retirados de serviço e desmontados.”

E destes nove, apenas 4 tem visto algum serviço, os demais tem permanecido inativos.

Os futuros DDGs russos deverão também substituir os cerca de 9 Udaloys classificados no ocidente como destroyers e também o unico remanescente da classe Kashin e o unico remanescente da classe Kara ambos com mais de 40 anos.

” levam mísseis de cruzeiro Tomahawk e antiaéreos Harpoon.”

Harpoon são misseis antinavios.

Marcelo

é significante o renascimento das forças armadas russas. Não tão grande como o crescimento chinês, mas muito significativo. Novas fragatas, novas corvetas, novos destroieres, os Mistral, os novos SSBNs e os novos SSNs. Fica faltando apenas os novos porta-aviões, mas a URSS/Russia, nunca deram muita importância à eles.

MO

orr um CT maior que o Udaloy, vem ai um AB Russo .. .rsss curioso para ver este CT ou BPK como eles chamam

daltonl

Não diria “muito significativo” Marcelo, pois os novos navios estão vindo substituir navios muito antigos, pouco ativos, e não estão vindo em quantidades suficientes para substitui-los na base do um para um. Espera-se para o futuro uma marinha russa menor sem tantos navios na chamada “reserva” ou aguardando manutenção indefinidamente e mais profissional com melhores soldos inclusive. Quanto ao que vc escreveu sobre os sovieticos e russos não darem muita importancia à “porta-avioes” não é bem assim, pois os sovieticos depois de criticar os NAes ocidentais partiram para projetos tão grandes quanto os utilizados pela US Navy, mas com o… Read more »

Soyuz

Vejo projetos navais soviéticos / russos e fico com a nítida impressão que se fossem projetados para a USN precisariam ter apenas 50% do deslocamento para realizarem a mesma função.

daltonl

Navios da US Navy precisam ser maiores pois precisam cobrir maiores distancias e permanecer no mar por mais tempo e não se consegue a mesma capacidade reduzindo em 50 por cento o deslocamento.

Veja que os russos estão adquirindo o Mistral francês por exemplo, que a grosso modo tem a metade do deslocamento de um Wasp, mas ao mesmo tem metade se tanto da capacidade do navio da US Navy.

Diferentes necessidades eu diria.

Soyuz

Oi Dalton eu concordo com você no caso de navios de apoio anfíbio é realmente verdade que a URSS/Rússia tenha tamanhos reduzidos. A expectativa soviética quando a desembarque anfíbio não era muito alem de umas 500 milhas, cruzar o báltico, mar do Japão ou o mar negro para ocupar pontos críticos de passagem para sua esquadra. O Mistral esta sendo imaginado para ações como na Geórgia ou em uma evacuação de soldados russos no caso da queda de um porto na Síria por exemplo. Em outros casos queria explicar melhor o meu ponto de vista; Quando comparamos a classe Акула… Read more »

daltonl

Soyuz…

acho que agora entendi o seu ponto, pois havia interpretado o que vc havia escrito anteriormente justamente o contrário, ou seja, que os russos
conseguiam a mesma capacidade de navios da US Navy com metade do
deslocamento.

abraços

Soyuz

Oi Daltonl…..

Aproveitando a sua participação no tópico. Qual a sua visão sobre a validade da Classe Kirov no cenário da guerra fria e no cenário atual da marinha russa?

Poderia escrever algumas palavras sobre o que pensa a respeito destes grandes navios?

Abraços

daltonl

Soyuz… apenas 2 Kirovs entraram em serviço de fato na ultima década da guerra fria então não foi possivel avaliar todas as consequencias da utilização dos mesmos, até porque o estado da marinha sovietica não era dos melhores em meados dos anos 80. Mesmo assim causaram preocupação e se os grandes NAes tivessem sido construidos os sovieticos poderiam te-los utilizado em conjunto ameaçando ainda mais os NAes da US Navy que eram seus principais alvos. Aparentemente, combatentes de superficie tão grandes, na faixa de 25000 toneladas não deverão ser mais uma opção, porém, para os russos, tão pobres em grandes… Read more »

alex

Vladmir Putin, projeta um investimento em defesa até 2020 de nada menos que USS 645 bilhões? E olha que a Russia tem um PIB inferior ao Brasil. Isso sim é que é reaparelhamento militar. Podem até dizer que não devemos “gastar” isso nos próximos 20 anos , por conta de outras prioridades, com o programa de reaparelhamento e modernização das forças armadas deste País. Mas devemo sim, nos esforçar mais para cumprirmos os projetos existentes na íntegra e em menor espaço de tempo. Uma frota com pelo menos 60 navios de combate de superfície e uns 30 submarinos, 2 ou… Read more »

Eduardo Passos

Ao contrário da marinha norte-americana, a Rússia sempre investia pesado em submarinos nucleares tanto os Akulas quanto os Tyfuns. O emprego de contratorpedeiros só seria para uma força complementar, isso é, para dar segurança à um local, uma base. Jamais seria utilizado para missões de extrema importância durante a Guerra fria.