Prosub: UFEM será inaugurada no dia 1º de março
A construção da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), do estaleiro e da base naval em Itaguaí está orçada em R$ 7,8 bilhões, com desembolsos até 2017.
A Marinha do Brasil vai inaugurar, dia 01 de março, a primeira unidade industrial para construção do primeiro submarino de propulsão nuclear do país, em Iataguaí, no estado do Rio de Janeiro.
A inauguração da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), no âmbito da execução do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, iniciado pela Marinha em 2008, “representa marco importante para a construção naval brasileira, por tratar-se da primeira parcela da infraestrutura que vai capacitar o país para a construção e manutenção de submarinos convencionais e nucleares'”, anuncia a Marinha em comunicado.
A construção da UFEM, do estaleiro e da base naval em Itaguaí está orçada em R$ 7,8 bilhões, com desembolsos até 2017.
Participarão da solenidade, além da presidente da República, Dilma Rousseff, o ministro da Defesa, Celso Amorim, o embaixador da França no Brasil, Bruno Delaye, o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, e diversas autoridades civis e militares, do Brasil e da França.
O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) é, hoje, o mais importante projeto em desenvolvimento pela Marinha, e resulta de uma parceira estratégica, firmada em 2008 pelos presidentes do Brasil e da França.
Essa parceria prevê a transferência de tecnologia e a formação de consórcios entre empresas dos dois países, para atender aos objetivos estratégicos comuns. Assim, a DCNS, empresa francesa contratada para transferir tecnologia, formou, com a construtora brasileira Odebrecht, o Consórcio Baia de Sepetiba, destinado à construção de um estaleiro para fabricar os submarinos e de uma base naval para apoiá-los.
O PROSUB prevê a fabricação de cinco submarinos, sendo quatro deles convencionais, isto é, dotados de propulsão diesel-elétrica, e um com propulsão nuclear. Para viabilizar essa fabricação, foi constituída uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), denominada Itaguaí Construções Navais (ICN), também formada pela Odebrecht e pela DCNS, mas tendo a Marinha do Brasil como detentora de uma ação preferencial do tipo golden share. Caberá à ICN empregar as instalações do estaleiro, que incluem a UFEM, exclusivamente para a construção dos cinco submarinos previstos no contrato.
No comunicado, a Marinha brasileira destaca que “está excluída desse acordo com a França a transferência de tecnologia para a construção da planta de propulsão do submarino nuclear, cuja responsabilidade cabe exclusivamente à Marinha, com base em tecnologia própria, desenvolvida no Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).
O prazo para o término do estaleiro de construção é dezembro de 2014, enquanto que o da base naval é 2017, sendo que o primeiro dos quatro submarinos convencionais, cuja fabricação estará pronta em 2015, será entregue para operação em 2017, após os inúmeros testes a que será submetido. Os outros submarinos convencionais serão entregues em intervalos de dezoito meses.
O primeiro submarino com propulsão nuclear deverá ficar pronto em 2023, seguindo-se cerca de dois anos de testes no mar, antes de entrar em operação.
O projeto do submarino de propulsão nuclear já está sendo desenvolvido por brasileiros desde o ano passado. Engenheiros navais da Marinha realizaram diversos cursos relativos a projeto de submarinos na França, entre agosto de 2010 e maio de 2012. Esses engenheiros já retornaram ao Brasil e iniciaram, em 06 de julho de 2012, no escritório técnico conjunto Marinha do Brasil/DCNS, instalado no CTMSP, o desenvolvimento do projeto do submarino com propulsão nuclear brasileiro.
O PROSUB irá gerar, no auge, mais de nove mil empregos diretos e outros 32 mil indiretos. Adicionalmente, na área de construção naval, projeta-se para o período de construção dos submarinos a criação de cerca de dois mil empregos diretos e oito mil indiretos permanentes. Por último, o PROSUB inclui um processo de nacionalização com base em transferência de tecnologia que prevê a fabricação, no País, de vários equipamentos dos submarinos convencionais e do nuclear, o que elevará o patamar tecnológico das empresas brasileiras e possibilitará a criação de mais empregos.
A construção e operação de um submarino com propulsão nuclear, desenvolvido com tecnologia altamente sensível, são dominadas por poucos países. Atualmente, apenas China, Estados Unidos da América, França, Inglaterra e Rússia detêm esse domínio tecnológico. Com o PROSUB, o Brasil passará a integrar esse grupo.
FONTE: Portugal Digital