Submarinos russos para a Ásia
Vietnã receberá primeira das seis embarcações encomendadas ainda em 2013
Durante a exposição internacional de armamentos LIMA 2013, realizada em Kuala Lumpur na Malásia, o diretor-geral da empresa russa de projetos militares Rubin, Igor Vilnit, informou que os submarinos fabricados na Rússia estão sendo cada vez mais requisitados pelo mercado asiático. Segundo Vilnit, o Vietnã receberá, neste ano, o primeiro das seis embarcações do Projeto 636 encomendados à Rússia. Outro mercado bastante promissor para os fabricantes russos é o da Índia.
Neste momento, o primeiro submarino da Marinha vietnamita fabricado pela Rússia, o Hanói, encontra-se em fase de testes de mar. No início deste ano, a tripulação vietnamita começou a se familiarizar, na Rússia, com a utilização do submarino. Simultaneamente, engenheiros e técnicos russos estão construindo no Vietnã a infraestrutura necessária para operar os submarinos e para a formação de submarinistas, segundo detalhou Igor Vilnit. “É bastante possível que a entrega dos submarinos do Projeto 636 ao Vietnã aconteça de forma mais rápida do que os prazos inicialmente previstos entre Rússia e Vietnã. O segundo submarino já foi lançado ao mar e o terceiro iniciará esta fase de testes em agosto. Portanto, é muito provável que o Vietnã receba da Rússia dois submarinos em 2013 e mais um em 2014. Todo o processo de entrega dos seis submarinos encomendados à Rússia pelo Vietnã estará concluído até o final do ano de 2016.”
Desta forma, 2013 será o ano da criação da esquadra de submarinos da marinha vietnamita. Anteriormente, o Vietnã tinha tentado criar uma força de submarinos adquirindo dois minissubmarinos à Coreia do Norte mas essas pequenas unidades norte-coreanas se revelaram como de fraca capacidade de combate.
Segundo os analistas internacionais, a compra dos submarinos do Projeto 636 à Rússia atende às necessidades do Vietnã de proteção da sua soberania no mar e não constitui uma ameaça aos interesses da China, parceira estratégica da Rússia. A falta de uma Marinha de Guerra nacional eficiente poderia ter empurrado o Vietnã para uma aliança mais estreita com potências de fora da região eurasiática como aconteceu com as Filipinas. Entretanto, um conflito real entre o Vietnã e a China é extremamente improvável porque a política chinesa em relação ao Vietnã se baseia na atração dos vietnamitas para uma cooperação econômica e comercial o mais estreita possível.
Outro mercado asiático promissor para as exportações de submarinos russos é o da Índia. A Marinha indiana está preparando uma licitação internacional para a compra de seis submarinos convencionais. Segundo o diretor-geral da Rubin, Igor Vilnit, a Rússia planeja apresentar aos indianos os submarinos do Projeto Amur-950, uma versão reduzida do submarino Amur-1650 que deverá ser fornecido à China. Comparados aos modelos Amur-1650, os submarinos Amur-950 possuem capacidade inferior de deslocamento e menor raio de ação. Já o seu armamento é apenas ligeiramente inferior ao dos submarinos Amur-1650.
A particularidade dos submarinos Amur-950 é o sistema de lançamento vertical para 10 mísseis de cruzeiro que, em caso de necessidade, poderão ser lançados em dois minutos. Na versão proposta à marinha indiana, os navios poderão ser equipados com mísseis de cruzeiro supersônicos BrahMos, de fabricação russo-indiana. A participação da Rússia neste projeto é considerada como a grande vantagem da proposta russa nesta licitação que conta também com a participação de fabricantes franceses de submarinos.
Em meio a todo este processo, continuam as conversações da Rússia com a China para o fornecimento de quatro submarinos maiores Amur-1650. Graças ao aumento da autonomia de navegação, os submarinos do Projeto Amur-1650 poderão operar no Oceano Pacífico a uma distância considerável das suas bases. Comparados aos submarinos do Projeto 636 fornecidos anteriormente à China, o Amur-1650 tem uma detectabilidade bem mais baixa, o que aumenta as suas possibilidades de escapar aos sistemas de defesa antissubmarinos do Japão.
Para os especialistas em equipamentos bélicos, os modernos submarinos de propulsão diesel-elétrica são uma arma eficaz e relativamente barata que garante às Marinhas dos países asiáticos em desenvolvimento a possibilidade de enfrentar as grandes frotas dos países desenvolvidos.
FONTE: Diário da Rússia
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