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Editorial

 

vinheta-clipping-navalHá incontáveis exemplos do estrago causado nas finanças públicas – seja em desvios de dinheiro ou gastos feitos de forma incompetente – pelo método fisiológico de montagem de equipes de governo.

Vários casos surgiram na fase de “faxina” do início do governo Dilma, quando ministros foram defenestrados por má conduta ética. O exemplo mais recente vem do Ministério da Pesca, doado a Marcelo Crivella e partido, PRB. E administrado, revelou O GLOBO, como se fosse uma extensão dos interesses exclusivos do ministro, sem faltar evidências de mau uso – para usar um termo elegante – do orçamento da Pasta.

A quase rocambolesca votação da MP dos Portos dá uma outra dimensão à metástase que o fisiologismo deflagra na condução dos negócios públicos. O sinal mais gritante de muita coisa fora do lugar é a demonstração de quase absoluta falta de liderança do governo sobre a sua base parlamentar.

Se na ponta do lápis o Planalto tem no Congresso maioria para governar sem susto, a depender do tema em pauta este apoio vira fumaça. Isso é resultado de uma costura, por meio do toma lá dá cá fisiológico, de uma eclética frente partidário-ideológica, onde convivem da esquerda a talibãs.

Como nenhum projeto de governo os une, apenas o compartilhamento do poder e respectivas benesses, em momentos-chave em que o apoio ao Planalto precisa se transformar em votos no Congresso, pesam mais os interesses de grupos, de lobbies. (No início do governo Lula, arquitetaram o mensalão, para tentar resolver o problema. Não deu certo, terminou em condenações à prisão.)

Os termos do tiroteio verbal entre Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Anthony Garotinho (PP-RJ) são exemplares dos obscuros interesses que se movem no subsolo da tramitação da MP. Idem para os xingamentos trocados por Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Garotinho. Até o líder do PMDB, segundo partido da “base”, Eduardo Cunha, tem bancada própria e se movimenta contra o Planalto de forma mais efetiva que a oposição.

O governo não tem maioria real. Trata-se, em boa medida, de um bando que se move em função de vantagens, hoje voltado apenas ao projeto da reeleição da presidente Dilma, quando espera continuar alojado nas tetas do Tesouro que lhe couberam. Nada surpreende, porém, o Palácio, pois a própria presidente já admitiu que se faz “o diabo” em período eleitoral.

Mas o preço pago pelo país é elevado. Grupos sindicais e de empresários se mobilizam preocupados apenas em defender seus interesses e buscam no Congresso políticos para ajudá-los. Enquanto isso, falta autoridade ao governo para convencer a base de que é crucial ampliar a estrutura portuária em novas bases. Porém, não há espaço no fisiologismo para este tipo de preocupação.

FONTE: O Globo via Resenha do Exército

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Colombelli

Fisiologismo sempre houve, porém, o PT, no afã de se manter perpetuamente no poder (seu único projeto real de governo) levou esta prática ao pináculo. Por conta disso puLULAm (desculpem o trocadilho, não pude evitar) escândalos de corrupção decorrentes do verdeiro loteamento do governo entre os partidos da base aliada do governo (rectius: base vendida). Mas, na visão deles, a culpa destes desvios não é de quem os pratica ou tolera, é da imprensa que os denuncia, em completa inversão de valores (dai que tramite projeto patrocinado pelo PT pra controle da imprensa). Agora, quero so ver como irão desfazer… Read more »

Observador

A verdade é que vai ter que piorar para poder melhorar.

Tem que ter muita notícia ruim em 2013 e 2014 para podermos apear a “presidenta incompetenta” do cargo.

O pior que esta herança maldita do PT, que é este fisiologismo extremo e escancarado, vai ser bem difícil de acabar.

Vader

Editorial perfeito, que corrobora o que falei há alguns dias: o PT é refém de si mesmo.

Enquanto isso o país vai aos trancos e barrancos.