Navio russo atrai atenção na Feira da Indústria de Defesa em Istambul

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Bora_Class_Missile_Corvette_Samum

vinheta-clipping-navalO hovercraft porta-mísseis russo do Projeto 1239 Bora, da Frota do Mar Negro, foi o centro da atenção dos especialistas reunidos na Feira Internacional da Indústria de Defesa (IDEF-2013), realizada na semana passada, em Istambul, na Turquia.

Concebidos como porta-mísseis de ataque para romper a defesa organizada por uma força-tarefa de porta-aviões e afundar porta-aviões, os navios do Projeto 1239 (no momento, são apenas dois) constituíram um avanço na construção naval.

Os engenheiros responsáveis pelo projeto conseguiram instalar oito mísseis antinavio pesados ​​em um hovercraft – embarcação geralmente pequena e pouco estável, podendo virar em consequência de um tiro de míssil.

No entanto, um grupo de engenheiros do Сentro de Desenvolvimento em Tecnologias Navais Almaz, em São Petersburgo, chefiado por Valerian Korolkov, elaborou um projeto de navio híbrido de catamarã e hovercraft.

O porta-mísseis Bora representa uma embarcação com dois cascos estreitos feitos de uma liga especial de alumínio e unidos por uma plataforma de cerca de 64 metros de comprimento e 17,2 metros de largura. O efeito colchão de ar surge quando, na frente do navio, desce uma tela flexível, e o ar é impelido por um ventilador entre os cascos.

O hovercraft do projeto 1239 tem qualidades únicas. Por um lado, é um catamarã estável, capaz de se mover a uma velocidade de até 20 nós. Por outro, um hovercraft veloz capaz de desenvolver uma velocidade de mais de 50 nós.

Com um deslocamento de 1.050 toneladas, o navio possui unidades de propulsão com uma potência total de 56 mil cavalos: dois motores a diesel, cada qual com 10 mil cavalos de potência, para operar em regime de catamarã e dois motores de turbina a gás, com uma potência total de 36 mil cavalos, para operar em regime de hovercraft.

Isso permite ao navio permanecer em marcha em qualquer situação. Além disso, ele pode se deslocar com os motores desligados e com um vento contrário de 7 m/s a uma velocidade de 3 nós. A propulsão é assegurada pelo fluxo de ar direcionado pelos ventiladores do colchão de ar à popa.

Armamento

Os principais armamentos do navio são oito mísseis antinavios supersônicos Mosquito, distribuídos em grupos de quatro a bombordo e estibordo, além de um sistema de mísseis antiaéreos Osa-Ma e dois canhões de seis canos automáticos AK-6-30M de 30 mm. Na proa, o navio possui um canhão automático AK-176 de 76,2 milímetros.

Os oito mísseis disparados em salva podem destruir qualquer navio de guerra moderno, inclusive um porta-aviões nuclear. Além disso, o navio se torna praticamente invulnerável quando se desloca sobre um colchão de ar.

Os mísseis antinavios autoguiados em serviço da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) não podem manter na mira um alvo em movimento a uma velocidade de cerca de 90 km/h.

Na época soviética, o governo do país mandou criar flotilhas de hovercrafts em cada uma das frotas da Marinha. Desde então, porém, conseguiu-se construir apenas dois navios, o Bora e o Samum, que foram incorporados à Frota do Mar Negro e que, de acordo com especialistas militares ocidentais, alteraram a relação de forças no Mar Negro.

Após o colapso da União Soviética e a retirada do serviço de muitos navios da Frota do Mar Negro no início dos anos 1990, a Turquia havia se tornado objetivamente mais forte nestas águas.

No entanto, em 2002, com o advento do hovercraft Samum, a situação no Mar Negro mudou, o que explica porque o Bora tenha despertado interesse tão grande nos especialistas reunidos em Istambul.
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=LBq1aMNqLig]

 

Publicado originalmente em russo pela Rossiyskaia Gazeta

FONTE: Gazeta Russa (edição e adaptação do Poder Naval)

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Almeida

Poderoso, mas ainda sou mais uma classe Visby (stealth) ou uma classe Skjold (velocidade), embora o armamento dessas duas seja inferior cinematicamente aos Mosquito usados no projeto 1239.

Alfredo Araujo

Mas e em mar revolto ? Esse hovercraft teria capacidade de lançar seus mísseis ?

joseboscojr

Independente dos mísseis anti-navios ocidentais serem ou não capazes de atingir um alvo que se move a mais de 90 km/h (50 nós), eles não teriam mesmo alcance para competir com o “Mosquito”. A única defesa de um GT seria usando helicópteros ou os caças baseados nos porta-aviões, já que nem os submarinos lograriam exito em neutralizar esse navio, misto de catamarã com hovercraft, com torpedos. Não há nenhum míssil anti-navio a bordo de navios americanos que tenha alcance maior que 130 km, enquanto o Mosquito atinge 300 km a Mach 2.5. Há uma leve suspeita que os atuais Tomahawks… Read more »

joseboscojr

Claro que a USN pode estabelecer a superioridade aérea e negar a um avião patrulha ou coisa que o valha a capacidade de detectar a posição do GT, o que incapacitaria esse navio a lançar seus mísseis contra alvos além do horizonte.

joseboscojr

A alegada incapacidade de mísseis anti-navios de porte médio de atingir alvos rápidos se deve mais a uma limitação do software que a uma impossibilidade física.
Sem dúvida as novas gerações já devem ter superado esse problema.

daltonl

Apenas dois foram construidos…mas, caso tivessem construido algumas dezenas como era o plano original sovietico então teriam sido outra fonte de preocupações para a US Navy na época, que provavelmente teria adotado contramedidas cabiveis.

Wagner

Nunca tinha me dado conta dos detalhes dessas duas belezinhas. Apesar das graves perdas, a Frota do Mar Negro ainda é uma força militar relevante, e em breve os primeiros reforços devem estar chegando. Inclusive ela terá apoio aéreo de sukhois de uma base local, ou seja, pode não ser mais aquela gigantesca força ofensiva, mas para termos defensivos e para abrir caminho no Bósforo ainda é uma força respeitável. Parabéns aos engenheiros russos, mais uma vez provando seu talento ao mundo. Sabem mais videos desses com legendas e eu de fato aprenderia russo de uma vez, to tentando ler… Read more »

Wagner

Digo ” antes” , já fazem anos… só para deixa claro. 🙂

Wagner

Para quem quiser, posto aqui o link que mostra a situação da construção naval de guerra russa, lembrando que NÃO INCLUI pequenos navios de patrulha, tugs e navios pequenos assim, de apoio.

http://warfare.be/db/linkid/1720/catid/243/pending/true/

Para a Frota do Mar Negro tem nove navios e submarinos a caminho.

Só o que eles tem em construção já supera a América Latina inteira…

Space Jockey

Para marinhas de verdade, nao Guardas costeiras

DENYS

lindo navio da mãe russia

ivanildotavares

Enquanto a Turquia for da OTAN a frota do Mar Negro não tem muita garantia pois só atingiria o Mediterrâneo se os aliados deixarem. São dois estratégicos estreitos a serem superados, o Bósforo e o Dardanelos. Quem sabe o Ivan possa esclarecer isso com um link daqueles… rs.