Cerimônia de início das operações do navio-tanque Zumbi dos Palmares

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Zumbi dos Palmares - foto via Blog do Planalto

Agência Brasil e Blog do Planalto destacam cerimônia em que Dilma Rousseff batizou petroleiro em Pernambuco

vinheta-clipping-navalBrasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (20), durante cerimônia de entrada em operação do navio-petroleiro Zumbi dos Palmares, no Porto de Suape, em Pernambuco, que o crescimento da produção de petróleo no país nos próximos anos vai estimular ainda mais o crescimento da indústria naval nacional. A expectativa da Petrobras é que, nos próximos sete anos, a produção atual de 2 milhões de barris, por dia, dobre.

“Não há como produzir isso sem construir plataformas, navios, equipamentos. Não há como produzir petróleo sem empregos qualificados. Portanto, estamos falando de uma indústria que tem futuro, que vai passar gerações e isso é muito importante porque queremos ser não só um grande produtor de petróleo e gás, mas também de navios, de plataformas, de equipamentos”, disse a presidenta.

Dilma ressaltou que a indústria naval passou de 2 mil para 54 mil trabalhadores nos últimos dez anos e agradeceu aos que fabricaram o navio “por mostrar que o Brasil pode, sim, construir um navio deste tamanho”. O Zumbi dos Palmares é a quinta embarcação entregue à Transpetro – subsidiária da Petrobras – produzida por meio do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). O navio tem 274 metros de comprimento e capacidade para transportar 1 milhão de barris de petróleo.

Cerimônia de início de operações do navio-petroleiro Zumbi dos Palmares - foto R Suckert Filho via Agência Brasil

Ao comentar a escolha do nome da embarcação, a presidenta disse que é uma homenagem a um dos heróis do Brasil. “Temos o nome, nesta embarcação, do Zumbi dos Palmares, que representa, sem dúvida, a luta contra a escravidão no país”, disse. Segundo Dilma, trata-se do reconhecimento da cultura negra como parte fundamental do que são os brasileiros, além de um sinal de repúdio à discriminação racial.

A presidenta* da Petrobras, Graça Foster, falou da necessidade de mais navios para transportar o petróleo produzido no país. “Nós vamos precisar de muito mais navios para buscar esse petróleo em alto-mar e é por isso que a demanda é grande e vai continuar grande por algumas décadas nesse país”.

Ainda na tarde de hoje, Dilma participa, ao lado do governador Eduardo Campos, da inauguração da Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, na região metropolitana do Recife. Estádio oficial da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014 no estado, a Arena recebeu investimentos de R$ 532 milhões e tem capacidade para 46 mil torcedores.

Para marcar a inauguração, haverá um jogo festivo entre equipes formadas por operários que trabalharam na construção do estádio. Antes do início da Copa das Confederações – dia 15 de junho –, a Arena Pernambuco vai sediar outro evento que servirá como teste: uma partida entre o Náutico e o Sporting de Portugal na próxima quarta-feira (22).

Zumbi dos Palmares - foto 3 via Blog do Planalto

Promef e a indústria naval brasileira

O Promef, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), encomendou 49 embarcações a estaleiros nacionais, garantindo as bases para o ressurgimento da indústria naval brasileira. O programa também possibilitou a abertura de novos estaleiros e a modernização dos já existentes, criando oportunidades de trabalho para milhares de brasileiros e um novo polo naval no Nordeste.

Criado em 2004, o Promef segue três premissas: construir navios no Brasil, ter índice de no mínimo 65% de conteúdo nacional e atingir competitividade internacional. Com cerca de R$ 11 bilhões em investimentos, três novos estaleiros foram viabilizados devido às encomendas do Promef, que já capacitou mais de seis mil trabalhadores, apenas em Pernambuco, e gerou 54 mil empregos.

Zumbi dos Palmares - foto 2 via Blog do Planalto

FONTES e FOTOS: Agência Brasil (reportagem de Danilo Macedo) e Blog do Planalto

NOTA DO EDITOR: achávamos que a política de se usar o termo “presidenta” para tratamento, em órgãos oficiais como a Agência Brasil e outros, referia-se apenas à presidente Dilma Rousseff, mas ao que parece a iniciativa se aplica a todas as presidentes de organizações governamentais ou estatais.

Quanto à reportagem, há uma necessidade indicada de mais navios para transportar petróleo, com demanda crescente tanto para importação quanto para o transporte ao continente de nossa própria produção, e é bastante louvável que se busque, efetivamente, produzi-los no país, com índice de nacionalização crescente e, principalmente, com diretrizes para que isso seja atingido com competitividade internacional, como está citado entre as premissas do Promef no texto logo acima.

A busca de índices maiores de nacionalização, mais do que significar a geração de empregos, pode ajudar a dinamizar a produção de componentes pela indústria naval como um todo, com implicações positivas na manutenção dos navios e nos ganhos de escala resultantes. Deve-se, porém, ter sempre o fator competitividade em mente, pois tentativas passadas de nacionalização “a todo custo”, nas décadas de 1970 e 1980, muitas vezes não pesavam esse fator e prejudicavam tanto o custo final dos navios quanto a sua manutenção futura, e os componentes nacionalizados, mais caros e menos eficientes, eram logo trocados por importados, resultando em inúteis prejuízos.

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