Rússia planeja fabricação de 10 submarinos nucleares até 2020
Autoridades russas deram luz verde à fabricação de 10 submarinos nucleares de ataque da classe Yasen equipados com mísseis supersônicos de cruzeiro Ônix. Os novos submarinos concorrerão com a classe Seawolf da Marinha americana. O submarino nuclear do projeto 885 reúne conhecimentos e tecnologias elaborados pelas forças armadas russas ao longo de mais de 50 anos.
O casco do navio terá alta resistência e será feito de aço não magnético, o que permitirá os mergulhos em profundezas abaixo de 600 metros contra a média de 300 metros atingidos pela maioria dos submarinos atuais. O projeto também prevê velocidade acima de 30 nós (cerca de 60 km/h) e será equipado com uma câmara de salvamento para a retirada de todos os membros de tripulação.
Segundo os engenheiros responsáveis, A classe Yasen será mais silenciosa do que sua contraparte americana – a classe Seawolf – e também que a classe Akula, atualmente em operação na Rússia, e também terá suas funcionalidades ampliadas para realizar mais de tarefas no mar.
Invisibilidade
Hoje em dia, as operações da Marinha russa no fundo do mar e as patrulhas de rotas marítimas são executadas pelos submarinos multiuso do tipo Akula. Há pouco tempo, a detecção de um Akula nos litorais dos EUA e do Canadá provocou alarme por mostrar brechas nos sistemas de segurança. Os Akula sãoequipados com 28 mísseis de cruzeiro Kh-55 Granat (similares aos mísseis Tomahawk utilizados pela marinha americana), capazes de percorrer 3 mil quilômetros e atingir o alvo com uma carga nuclear de 200 quilotoneladas.
Novidade supersônica
O principal armamento da classe Yasen serão mísseis supersônicos de cruzeiro P-800 Ônix, que existem em duas versões para exportação e possuem visuais idênticos: o Yakhont, fabricado em território russo, e o BraMos, feito do solo indiano. Os mísseis que fazem parte do novo submarino podem ser lançados ainda debaixo d’água e carregam um fornilho potente de meia-tonelada com velocidade de 750 metros por segundo por até 600 quilômetros.
O alvo do Ônix captura-se por meio de um sistema de navegação que utiliza os coordenados pré-estabelecidos. Para que o inimigo não consiga desviar um míssil lançado usando interferência eletrônica, o mecanismo de controle automático de trajetória é acionado brevemente em um ponto previamente calculado (à distância de 25-80 km), detectando, assim, a localização exata do alvo escolhido. O segundo acionamento do mecanismo acontece poucos segundos antes da colisão e após a redução brusca de altura até o nível de 5-15 metros acima da superfície.
A fim de evitar os possíveis erros, os computadores dos mísseis foram carregados com todas as informações referentes a todos os classes e tipos de navios modernos que permitem a identificação de suas funções numa frota (navio de escolta, porta-aviões, grupo de desembarque) para um ataque mais eficiente. O computador do Ônix também possui os dados referentes aos meios de proteção contra interferência eletrônica emitida pelo inimigo com a intenção de desviar os mísseis dos alvos escolhidos, assim como às táticas de neutralização da defesa antiaérea.
Essas informações servem como base para distribuição automática dos papéis entre os mísseis do grupo para que alguns se comportem como alvos falsos atraindo a defesa antiaérea do inimigo, enquanto outros atacam os principais alvos e se organizam para eliminar os navios de apoio.
Multiuso
Uma características do sistema Ônix, atualmente instalado também na Síria, é sua adequação a qualquer tipo de portador, como navios de superfície, submarinos, assim como as plataformas móveis terrestres como sistemas de mísseis de defesa costeira do tipo Bastion, por exemplo.
Autoridades russas pretendem incluir o sistema no complexo de armamento dos aviões de caça Su-30MK, assim como dos bombardeiros Si-34. No entanto, engenheiros já estão desenvolvendo os sistemas de mísseis da próxima geração: um sistema hipersônico Circon, cujos testes serão realizados já no próximo ano.
FONTE: Gazeta Russa (adaptação do Poder Naval)