Rússia planeja retirar efetivo de base naval na Síria
Por Steve Gutterman; Edição de Elizabeth Piper (C) Reuters 2013
De acordo com informe da agência de notícias Interfax divulgado ontem, a Marinha russa estaria preparando a retirada de seu evetivo da base naval em Tartus, no litoral da Síria.
Caso as informações procedam, o plano refletiria preocupação das autoridades navais russas diante do provável ataque por parte dos Estados Unidos e forças aliadas ao regime do presidente Bashar al-Assad – em retaliação a um possível ataque com armas químicas que teriam matado centenas de pessoas, inclusive civis.
A base relativamente modesta no porto de Tartus é a única da Marinha russa fora do território que compreende a antiga União Soviética, e tem como função principal abastecer navios de guerra durante longos desdobramentos que muitas vezes passam pela região do Mediterrâneo.
Citando fontes anônimas ligadas ao comando da Marinha, a Interfax reporta que o efetivo da base teria embarcado em um navio de apoio atracado no local, e que demais embarcações de guerra o escoltariam para fora da Síria. A agência não informa se o navio deixou mesmo o país, nem quantas pessoas embarcaram. O Ministério da Defesa se recusou a comentar as informações, alegando que a questão é de jurisdição da Marinha. O Ministério não confirma, mas analistas acreditam que haja em torno de 100 técnicos russos na base naval.
Autoridades de Moscou apontam que há milhares de cidadãos russos na Síria – boa parte seriam mulheres casadas com sírios, e mesmo com filhos. O ministério russo para situações de emergência informou na última terça (27) que havia evacuado 89 pessoas que pediram para deixar o país, incluindo 75 cidadãos russos. Estima-se que o governo tenha retirado cerca de 730 pessoas da Síria este ano.
Moscou vem sendo o aliado mais forte do governo Assad em um conflito interno que já deixou mais de 100 mil mortos desde 2011. O país forneceu ao regime sistemas de defesa, além de vetar resoluções do Conselho de Segurança da ONU que previam condenações ou sanções e embargos. A Rússia pediu veementemente aos Estados Unidos e outras nações que não ataquem a Síria, alegando que a intervenção sem aprovação da ONU constitui violação da lei internacional.
FONTE: The Maritime Executive via Naval Open Source Intelligence (tradução e adaptação do Poder Naval a partir de original em inglês)