Fragata ‘Constituição’ retorna de missão de paz no Líbano
A emoção pairou na Base Naval do Rio de Janeiro (BNRJ), na manhã do dia 31 de agosto: a expectativa era da chegada da Fragata “Constituição” ao Rio de Janeiro, após passar nove meses na Operação de Paz no Líbano. Desde janeiro de 2013, o navio foi o Capitânia, navio principal, da Força Tarefa-Marítima (FTM) da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL).
Saudosos, familiares e amigos fizeram festa ao receber os 250 militares, no momento do desembarque do navio. Cartazes, camisetas, palmas, sorrisos e lágrimas permearam a BNRJ, evidenciando a ansiedade para o abraço de reencontro. Como resumiu Arlon de Souza Andrade, de 5 anos, filho do Cabo Adonai Shalon Lima de Souza. “Agora eu quero dar um ‘apertão’ nele, bem forte!”.
Neuci Alves Mendes, mãe do Cabo Bruno Alves Mendes, demonstrou orgulho pela carreira do filho. “Estou com o sentimento de dever cumprido como mãe e aliviada por saber que Deus o levou e o trouxe são e salvo”. Mendes comentou sobre os desafios da missão. “No início principalmente é difícil se acostumar com a distancia, com a língua e com uma nova cultura. Aperta também a saudade de casa, mas tenho sempre em mente o objetivo de cumprir a missão”.
Para o Comandante do navio, Capitão-de-Fragata Marcos Ulisses Diniz Sobreira, a saudade dos familiares também é um desafio. “Uma das maiores dificuldades foi controlar a saudade acumulada nesses nove meses distantes da família”. Segundo o Comandante Sobreira, o desempenho do navio e de seus militares foi elogiado pela Organização das Nações Unidas (ONU). “A excelência do desempenho do navio e da tripulação foi reconhecida pela ONU. Foi prazeroso poder ajudar os libaneses. O objetivo da missão era contribuir para a paz no Líbano, evitando a entrada de armas, o que minimiza eventuais escaladas de violência. Posso assegurar que temos a sensação do dever cumprido e de bem representar as tradições da Marinha e do Brasil”.
Missão de Paz
A FTM-UNIFIL foi criada em 2006 de acordo com Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em atendimento à solicitação do Governo Libanês. É a primeira Missão de Paz da ONU que conta com uma Força-Tarefa Marítima, atualmente comandada pela Marinha do Brasil. O dia 14 de novembro de 2011 ficou registrado, na história naval brasileira, como o dia em que o primeiro navio de guerra da Marinha do Brasil foi incorporado a uma missão de paz da ONU (Fragata União). A Fragata “Constituição” foi o terceiro Navio a cumprir essa missão, tendo sido substituída pela Fragata “União”, na Área de Operação, antes do início de seu retorno ao Brasil.
A Fragata “Constituição” participou de um grupo multinacional de oito navios, que contava também com dois navios alemães; dois de Bangladesh; um da Grécia; um da Indonésia; e um da Turquia. A principal tarefa da Fragata brasileira no Líbano, em conjunto com os demais meios, foi impedir a entrada de armamento não autorizado pelo Governo Libanês em seu território, por meio de Operações de Interdição Marítima. Paralelamente, o Brasil contribuiu com a formação e o treinamento de pessoal da Marinha Libanesa para ser capaz de exercer o domínio e o controle de suas águas jurisdicionais.
A Fragata “Constituição” suspendeu do Rio de Janeiro em 4 de dezembro de 2012, com uma tripulação, composta de 250 militares, incluindo, 210 oriundos do navio; 14 do Destacamento Aéreo Embarcado (DAE); 18 Fuzileiros Navais, do Grupo de Reação contra Ameaças Assimétricas (GRAA); e 8 Mergulhadores de Combate (DstMeC).
FONTE: Nomar Online
Diante da ameaça de guerra na região, com uma real concentração de navios de guerra de vários países com diferentes interesses, não seria mais sensato retirar-se do local ou, pelo menos, atracar todos os navios da UNIFIL no porto? Até porque, caso o ataque a Síria seja efetivado, as consequências serão tantas que pode, inclusive, tornar a UNIFIL desnecessária.