Programa nuclear pode ser privatizado
Wellington Bahnemann / Rio
O Ministério de Minas e Energia estuda abrir o mercado de geração de energia nuclear à iniciativa privada, para atender à demanda futura por eletricidade. “Não entendemos que o programa nuclear seria um programa puramente estatal”, afirmou o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do ministério, Altino Ventura Filho.
Segundo Ventura Filho, que ontem participou de seminário promovido pelo Grupo de Economia de Energia da Universidade Federal do Rio (GEE/ UFRJ), o setor elétrico brasileiro vem tendo resultados positivos com a parceria entre empresas privadas e estatais por meio das sociedades de propósito especifico nas áreas de geração e transmissão. “Seria desejável que essa experiência fosse estendida para a energia nuclear, no que diz respeito à parte convencional da usina”.
Isso indica que o governo federal não permitirá envolvimento da iniciativa privada no beneficiamento do urânio, combustível das térmicas nucleares.
A participação do setor privado na área de energia nuclear .é um pleito antigo das geradoras. Lideradas pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares e pela Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), as empresas defendem a abertura do setor para a geração de eletricidade, atividade em que o Estado detém o monopólio, como determina a Constituição, Empresas como a francesa GDF Suez, controladora da maior geradora privada do País, a Tractebel, defendem maior participação privada nesse mercado.
Expansão. Atualmente, o Brasil conta com duas termoelétricas nucleares em operação, as usinas Angra i e Angra 2, no Estado do Rio. Juntas, têm 1,9 mil megawatts (MW) de potência e são operadas pela Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás. A empresa também está construindo uma terceira, Angra 3, que terá 1,405 mil MW de capacidade e está prevista para entrar em operação em maio de 2018.
Até 2030, o governo prevê que quatro novas térmicas entrem em funcionamento, no Nordeste e no Sudeste, cada uma com capacidade de geração de 1 mil MW. Segundo Ventura Filho, o ministério vem conduzindo estudos para determinar a viabilidade dos projetos. Entre as análises em curso está a abertura do mercado ao setor i privado, o que sugere que essas usinas poderiam ser as primeiras a serem construídas no novo modelo para energia nuclear.
“Este é um dos aspectos que estão sendo considerados. Outro aspecto é a questão da comercialização de energia, porque as nucleares não entram nos leilões de energia tradicionais. Ainda há a escolha dos sítios, para o qual já foi feito um trabalho importante da Eletronuclear”, disse o secretário.
Com o esgotamento do potencial hidrelétrico aproveitável entre 2025 e 2030, o ministério vê um importante papel, das j térmicas nucleares no atendimento da demanda por energia. Segundo Ventura Filho, o País j vai precisar de usinas com baixo custo de geração e que possam gerar na base do sistema (ou seja, de forma ininterrupta). Nesse contexto, as térmicas tendem a crescer na matriz elétrica, na medida em que só elas conseguem suprir a necessidade do País de elevai seu parque gerador em 5 mil MW/ano.
Brasil tem a sexta maior reserva global de urânio
Atualmente, o Ministério de Minas e Energia trabalha na revisão do seu planejamento de longo prazo, mirando o horizonte de 2050. Nessa nova versão do estudo, é bastante provável que o governo contemple a construção de novas usinas nucleares. O que pesa a favor disso é o fato de o Brasil deter a sexta maior reserva mundial de urânio, sendo que 80% do território nacional ainda não foi prospectado.
“Das térmicas, a que tem o menor custo é a nuclear, seguida pelo carvão mineral e do gás natural, caso haja oferta de gás a um preço competitivo”, disse o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do ministério, Altino Ventura Filho.
Contudo, é improvável que o País alcance o ritmo de expansão chinesa na geração nuclear. De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a China planeja instalar 400 mil MW de usinas térmicas nucleares até 2040, mais do que o triplo do tamanho do atual parque gerador brasileiro.
FONTE: O Estado de S. Paulo via Resenha do Exército
Petismo pensando em privatizar até Usina Nuclear.
Quem diria!
Resta saber quem serão os eleitos. Se fosse um tempo atrás, poderia se chamar Urânio-X, do mega empresário E.B., mas nessas alturas… talvez Nuclebrecht.
Foi neste modal que surgiu a usina de Fukushima…
Central nuclear privada…
E foi desse modo que tantas outras funcionam muito bem e no “modal estatal” que a de Chernobyl deu no que deu ….