Arábia Saudita planeja comprar submarinos alemães, afirma revista
A revista semanal alemão Bild Sonntag divulgou no último sábado que a Arábia Saudita tinha planos de adquirir cinco unidades do submarino Tipo 209 por um total de 12 bilhões de euros – cerca de 16,5 bilhões de dólares. O periódico afirma ainda que, a longo prazo, o reino estava interessado em comprar 25 unidades ao todo.
A revista afirmou ter informações da que a chancelaria alemã teria demonstrado disposição para examinar o pedido árabe, e considerá-lo “favorável” assim que um novo governo saudita se instaure. Os submarinos seriam construídos pela Howaldtswerke-Deutsche Werft (HDW) e pela Nordseewerke Emden, ambos estaleiros no norte da Alemanha.
Alvo de controvérsia
As informações divulgadas pelo periódico podem alimentar tensões durante negociações para uma possível coalizão entre o partido consevador CDU/CSU, da primeira-ministra Angela Merkel, e o partido Social Democrata, por conta das divergências na questão da exportação de armamentos para regiões em crise ou com governos autoritários.
Os sociais democratas buscam regulamentações mais rígidas para a venda de armas, enquanto o partido conservador considera a legislação atual suficiente. Atualmente, o Conselho de Segurança Federal, composto por Merkel e mais oito ministros, precisa aprovar quaisquer contratos de exportação de armamentos.
Alguns legisladores alemães enxergam a Arábia Saudita como um mercado inapropriado para esses produtos bélicos, alegando que o reino ainda enfrenta obstáculos no exercício pleno dos direitos humanos. O país inclusive enviou blindados e tropas para ajudar a aplacar os protestos contra o governo do Bahrein em 2011.
O Bild Sonntag afirma ainda que a porta-voz da chancelaria alemã se recusou a comentar acerca do que ela definiu como “um possível caso individual de exportação de armamentos”.
A empresa ThyssenKrupp, dona da HDW e da Nordseewerke Emden, divulgou informações de que “não há projetos envolvendo a fabricação de submarinos para a Arábia Saudita”, porém, não esclareceu se já houve conversas preliminares para possíveis contratos.
FONTE: Deutsche Welle (tradução e adaptação do Poder Naval a partir de original em inglês)