Transpetro e Vard Promar lançam navio ‘Oscar Niemeyer’
Embarcação é o primeiro gaseiro construído pela indústria naval do Rio
A centenária indústria naval fluminense, que entregou três navios à Transpetro nos últimos dois anos, deu mais um passo marcante em sua história, que vive um momento de renascimento. Nesta quarta-feira (04/12), nas instalações do tradicional Estaleiro Caneco, no Caju, foi lançado ao mar o navio Oscar Niemeyer, primeiro gaseiro construído no Rio de Janeiro.
Contratado junto ao Estaleiro Vard Promar, o Oscar Niemeyer é o primeiro de uma encomenda de oito navios gaseiros realizada por meio do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef). A embarcação leva o nome do visionário arquiteto, que com suas obras de inconfundíveis linhas curvas ajudou a transformar um pedaço do serrado brasileiro na então nova e moderna capital federal.
O investimento no Oscar Niemeyer é de R$ 115 milhões. Ao todo, o Promef está investindo R$ 920 milhões na construção dos 8 gaseiros.
O Oscar Niemeyer, que faz parte de uma série de navios gaseiros em homenagem a brasileiros notáveis, tem 117,63 metros de comprimento, 34,0 metros, 19,2 metros de largura e capacidade para transportar 7 mil metros cúbicos de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
Promef
O Promef impulsionou o renascimento da indústria naval brasileira após uma crise de décadas, com investimento de R$ 11,2 bilhões na encomenda de 49 navios e 20 comboios hidroviários. O Brasil tem, atualmente, a quarta maior carteira mundial de encomendas de navios e a terceira de petroleiros.
A indústria naval, que por conta da crise chegou a ter menos de 2 mil operários na virada do século, atualmente emprega mais de 70 mil pessoas, segundo dados do Sinaval. Desse total, o Promef é responsável pela geração de 10.450 empregos diretos no País, o que representa 15% de todos os postos de trabalho diretos da indústria naval brasileira.
O Promef já entregou cinco navios à Transpetro: os de produtos Celso Furtado, Sérgio Buarque de Holanda e Rômulo Almeida; e os “Suezmax” João Cândido e Zumbi dos Palmares. Outras três embarcações estão em fase de acabamento: José Alencar (de produtos, com entrega até o fim de 2013), Anita Garibaldi (“Panamax”) e Dragão do Mar (Suezmax). Há ainda mais 12 em fase de construção. Além desses, três comboios hidroviários estão sendo construídos.
O Promef tem três pilares:
- construir navios no Brasil;
- alcançar índice de conteúdo nacional mínimo de 65% na primeira fase, e de 70% na segunda fase;
- atingir competitividade internacional, após a curva de aprendizado.
Os dois primeiros pilares já foram alcançados. E, com eles, o Promef ajudou a retirar a indústria naval brasileira do abandono em que se encontrava há décadas.
O terceiro pilar, a busca por competitividade internacional, é o atual foco. Para atingir este objetivo, a Transpetro criou o Sistema de Acompanhamento da Produção (SAP), que tem como função avaliar os processos produtivos dos estaleiros e sugerir alternativas para melhoria da produtividade.
Os principais players da indústria naval internacional, como Japão, Coréia do Sul e China levaram, respectivamente, 63, 53 e 23 anos para atingir a maturidade do setor. Em apenas 13 anos, o Brasil já obteve resultados comparáveis aos do mercado chinês.
Oscar Niemeyer
Oscar Niemeyer é considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Visionário e decidido, acreditou em projetos que mudaram a cara de cidades e até mesmo do Brasil, como a construção de Brasília, na virada da década de 50 para a de 60. Identificada pelas curvas que a caracterizam e pelas formas abstratas, a sua arquitetura está presente em diversos países e é comumente considerada obra de arte.
Ficha técnica do navio Oscar Niemeyer:
- Tipo: Gaseiro
- Capacidade de transporte: 7 mil metros cúbicos
- Comprimento total: 117,63 metros
- Largura: 19,20 metros
- Altura: 34,0 metros
- Calado: 5,80 metros
- Pontal (distância entre o fundo e o convés): 8,60 metros
- Velocidade: 15,0 nós
- Autonomia: 11.000 mil milhas náuticas
- Número de tanques: 2 (dois)