Celso Amorim acaba de confirmar: Gripen NG é o novo caça da FAB
A escolha foi baseada no melhor equilíbrio entre três fatores, um deles a transferência de tecnologia (os outros dois foram performance e custo). O ministro deixou claro, porém, que agora se inicia um novo processo, que é de negociação do contrato (com duração prevista de 8 a 10 meses), cujo valor informado foi de 4,5 bilhões de dólares, o que não deverá impactar o orçamento de 2014.
Amorim também informou que a oferta sueca inclui total abertura dos códigos-fontes do sistema de armas, para integração de armamentos, como solicitado pela Força Aérea Brasileira (FAB) e que, na avaliação técnica da Aeronáutica, foi a melhor oferta. A transferência de tecnologia envolve a propriedade intelectual do que for transferido, dentro de um conceito de desenvolvimento conjunto, o que foi destacado como grande vantagem da proposta sueca, já que a aeronave ainda está em desenvolvimento, com um protótipo / demonstrador em voo.
Segundo o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Juniti Saito, quarenta e oito meses (4 anos) após a assinatura do contrato deverá ser recebida a primeira aeronave. A expectativa é a entrega de cerca de cerca de 12 aeronaves por ano. Até a entrega do primeiro Gripen de nova geração para a FAB, a Defesa Aérea deverá ser feita pelos caças F-5M da FAB, cujos últimos exemplares em serviço deverão dar baixa em 2025. Também se estuda a entrega antecipada de caças Gripen de versão anterior para cobrir a lacuna até a chegada das aeronaves novas de fábrica.
Haverá também, segundo Saito, participação da Embraer (principal contratada no Brasil) no desenvolvimento da versão de nova geração escolhida pela FAB, como já vem ocorrendo com a brasileira Akaer. Perguntado sobre o fato do Gripen ter componentes norte-americanos, como o motor, o comandante da Aeronáutica informou que o fornecimento dos mesmos (tanto os 36 que equiparão os caças quanto sobressalentes, além de peças) não é motivo de preocupação para a Força Aérea. A grande preocupação era a transferência de tecnologia de itens críticos como os citados códigos-fontes para integração de armas, que estariam garantidos na proposta sueca, que foi escolhida.
Quanto a novas parcerias, o ministro Amorim informou que o País continua aberto a discussões com outros fornecedores a respeito de caças de quinta geração, para o futuro.
O pronunciamento foi transmitido ao vivo pelo canal NBR no momento da edição desta matéria, na qual se atualizou “online” as informações da coletiva de imprensa.
Em resumo, caso a negociação do contrato ocorra dentro do prazo previsto (ao longo do ano de 2014), o primeiro Gripen de nova geração deverá ser entregue à FAB em 2019 (quatro anos depois da assinatura do contrato), conforme as informações disponibilizadas na coletiva.
Quanto ao valor divulgado, de 4,5 bilhões de dólares para um pacote de inclui as 36 aeronaves, caso esse custo se confirme após as negociações que deverão começar em breve, podemos comentar que se trata de um preço compatível com o divulgado sobre o contrato do Gripen E para a Suíça, que foi de 3,45 bilhões para 22 aeronaves – e até mesmo relativamente mais barato, quando se divide o valor total do pacote (que normalmente inclui diversos adendos) pela quantidade de caças, que no caso suíço dá um valor unitário próximo a 150 milhões de dólares, enquanto que no caso brasileiro esse valor se aproximaria de US$ 125 milhões. Reforçamos que este valor estaria dentro de um pacote, com informações ainda preliminares no caso brasileiro.