138° Aniversário da Diretoria de Hidrografia e Navegação

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A gênese da centenária Diretoria de Hidrografia e Navegação remonta ao dia 2 de fevereiro de 1876, data em que surgia, na história da hidrografia brasileira, a Repartição Hidrográfica.

Desde então, personalidades com invulgar competência profissional e destacadas qualidades morais impulsionaram as lides hidrográficas. Entre elas, sobressai o primeiro diretor e organizador da Repartição Hidrográfica, o então Capitão-de-Fragata Antonio Luiz Von Hoonholtz, o Barão de Teffé, ele próprio uma síntese das competências norteadoras da carreira do Oficial Hidrógrafo, pois, em meio às suas relevantes e profícuas atividades hidrográficas, provou também ser, quando a Pátria necessitou, um exemplar oficial combatente, tendo se tornado um dos heróis da Guerra da Tríplice Aliança.

Vinte anos após sua criação, em 1896, a Repartição Hidrográfica passou a chamar-se Superintendência da Carta Marítima. Em 1914, já com a denominação de Superintendência de Navegação, foi transferida para a Ilha Fiscal. Em 1924, o nome foi novamente mudado para Diretoria Geral de Navegação. Por fim, no ano de 1969, recebeu a atual denominação de Diretoria de Hidrografia e Navegação. Em 1983, na data de seu aniversário, 2 de fevereiro, foi realizada a transferência da DHN, da Ilha Fiscal para a Ponta da Armação, em Niterói, onde se encontra até hoje. A cerimônia de inauguração das suas instalações na Ponta da Armação foi presidida pelo então Ministro da Marinha e ilustre Oficial Hidrógrafo, Almirante-de-Esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca.

Neste momento em que nos perfilamos para render homenagens à Diretoria de Hidrografia e Navegação, motivados pelos exemplos de vultos históricos e de tantos outros anônimos, que nos antecederam e contribuíram com o trabalho desprendido e silencioso desta Diretoria, temos a alegria de constatar que perseveramos na busca incessante por oferecer produtos de alta confiabilidade à Marinha, no que se refere ao Poder Naval, e à sociedade brasileira, no que se relaciona ao Poder Marítimo.

Nesse contexto, é oportuno informar que, no próximo dia 17 de fevereiro, daremos início ao Ano Hidrográfico. Serão muitos, complexos e ambiciosos, os trabalhos e desafios para 2014 e eles nos servem de inspiração para que nos dediquemos, diuturnamente, a superá-los. Para isto, não nos faltará a tenacidade tão característica dos marinheiros do bode verde, em toda a sua gama de conhecimentos.

Concito minha tripulação a trabalhar com otimismo e alegria na certeza de que o esforço de todos escreverá em 2014 mais um interessante e proveitoso capítulo da exitosa e bela história da Hidrografia Brasileira.

Hidrografia! Hidrografia!

“Restará sempre muito o que fazer…”
ANTONIO REGINALDO PONTES LIMA
Vice-Almirante
Diretor

O Bode Verde

Bode VerdeCom a formação das primeiras turmas de Oficiais especializados em Hidrografia na Marinha brasileira a partir de 1933 constatou-se o nascimento de um novo “bode” , o Bode Verde !

O termo “bode” foi trazido e traduzido pelos nossos primeiros maquinistas formados pela Escola Naval a partir de 1905 e que buscaram na Inglaterra os primeiros encouraçados da Armada brasileira . Quando naquele país , aprenderam eles a expressão “body” com significado de “corpo, corporação, classe, comunidade, sociedade, etc”., fixando ou dividindo o pessoal. De volta ao Brasil , reuniram-se em uma confraria , em um “body” que passou a ser identificado como “bode preto” como referência às graxas e aos carvões que os envolvia e os lambuzava nas máquinas de então.

Criada a Diretoria Geral de Navegação em 1923 e desde a incorporação do Navio Hidrográfico Rio Branco em 1934 seus navios subordinados passaram a ser pintados de branco[2] e suas linhas d’água , de verde, e não de preto como os demais navios cinzas da Armada !

As primeiras Turmas de Hidrógrafos escolheram o verde para sua cor , o verde dos mares litorâneos , o verde das matas de seus ambientes de trabalhos topográficos , o verde das clareiras abertas para a construção de faróis .

E os Hidrógrafos se reuniram em um novo grupo , em grupo fechado de cursados em Hidrografia , verdadeiros navegadores , em um novo “body” .

Escolheram para seu símbolo um bode à semelhança de outro que já existia , mas que deram a cor verde . Nascia o Bode Verde ! E para lhe dar maior representatividade ao símbolo , desenharam seu perfil em atitude rampante , voltado para leste , para o mar brasileiro , erguido sobre as patas traseiras , empinado em atitude resoluta exibindo toda sua coragem !

Com o tempo, o Bode Verde rampante passou a ornar as lanchas hidrográficas e depois as asas de boreste e bombordo dos passadiços dos navios hidrográficos, o que se mantém até hoje, representando o indômito “espirito de corpo” dos hidrógrafos.

Desde 1933 como um símbolo não oficial da Hidrografia brasileira , somente em 21 de fevereiro de 1996, o Bode Verde foi reconhecido como “marca figurativa” e registrado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial como propriedade da Diretoria de Hidrografia e Navegação.

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