Matéria ‘Novos meios da MB’ – correção e contribuições
Prezados Editores,
Gostaria de parabeniza-los pela matéria intitulada “NOVOS MEIOS PARA A MB” (https://www.naval.com.br/blog/2014/03/08/novos-meios-para-a-mb/)
Entretanto, sinto-me na obrigação de comunicar que há um erro com relação ao equipamento que a ARES vendeu para a Marinha, e creio seria muito interessante vocês corrigirem.
O que foi fornecido para a MB são as 14 alças eletro-ópticas ATENA. Não houve até o presente momento nenhuma negociação com a Estação de Armas REMAX para a MB, apesar de haver grande interesse do Corpo de Fuzileiros Navais em equipar seus veículos blindados com essa Estação de Armas.
Aproveito para contribuir com a questão do emprego dos ARP para o que chamamos “batimento” das margens. Tais ARP lançados de bordo são pequenos, de baixa autonomia e capacidade de carga, o que naturalmente limita o seu emprego tático.
A autonomia nem é tanto crítico, pois trata-se de emprego localizado e próximo. Entretanto, a baixa capacidade de carga não permite o emprego de sensores adequados, ficando limitados a câmeras de baixo desempenho e link de dados para transmissão de imagens limitados.
Além disso, não está sendo avaliado na matéria que o ambiente amazônico (assim como do pantanal) são caracterizados por situações de chuva e vento que limitam inclusive a operação de aeronaves de grande porte, como os helicópteros tradicionais. O que dizer então dos ARP.
O que se deve levar em consideração é o porque se faz o “batimento” das margens? Para prover segurança para a passagem dos navios ao longo da calha dos rios. Os ARP não possuem armamento e, portanto, não cumprem essa missão.
Somente embarcações remotamente pilotadas (ERP) tem capacidade de carga para levar sensores e armamento adequados, retirando o homem da área de perigo, permitindo a detecção, acompanhamento e engajamento com alvos, de forma remota, em qualquer situação climatológica, seja de dia como de noite.
Ainda em complemento à matéria, a ARES desenvolveu um outro produto adequado para o emprego naval. Trata-se de uma estação de armas maritimizada denominada CORCED. Essa estação de armas pode operar com dois tipos de armamentos, não simultaneamente: 0,50 polegadas (12,7mm) e 7,62mm (as armas podem ser trocadas fácil e rapidamente, dependendo da missão).
Por se tratar de estação de armas maritimizada, são adequadas para substituírem as já obsoletas 20mm, de controle local/manual.
O CORCED possui estabilização, câmeras de visão diurna e termal, com laser para telemetria, e sistema de acompanhamento automático, como base no vídeo do alvo. Tudo isso garante grande precisão ao tiro naval, especialmente contra alvos rápidos e fechando contra o navio.
Estou à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.
Fuad Gatti Kouri
Gerente de Sistemas Navais
Naval Systems Manager
ARES