C-3 Viking: proposta da LM para futura aeronave COD da USN
A Lockheed Martin está a entrar na briga para substituir a frota de aviões de transporte embarcado (COD – carrier onboard delivery) Northrop Grumman C-2 Greyhound da Marinha os EUA (USN).
A empresa se propõe a reformar e modificar os antigos jatos de guerra anti-submarina Lockheed S-3 Viking que atualmente encontram-se armazenados na Base Aérea da USAF de Davis-Monthan (AMARG), no Arizona – para preencher o requisito da Marinha. A aeronave reconstruída seria designada a C-3.
“Existem, na verdade, 91 [fuselagens de S-3 armazenadas], mas 87 são utilizáveis”, disse Jeffery Cramer, gerente do programa COD da Lockheed, para a USNI Notícias na terça-feira.
“Há cerca de 9000 horas de voo restantes em cada uma dessas células em média”.
Na verdade, isso só até a primeira inspeção, afirmou Cramer. De fato existem mais horas de voo disponíveis para esses aposentados S-3 que foram originalmente construídos para durar 18.750 horas. Cramer mencionou que a missão COD é muito menos severa para a estrutura do que o papel anti-submarino.
Para renovar o S-3 a Lockheed iria desmontar completamente a fuselagem, disse Cramer. A empresa tem a intenção de manter as asas, empenagem, motores e controles de voo. A fuselagem seria descartada. Em seu lugar, o S-3 receberia uma fuselagem maior propositadamente construída para a missão COD. A nova fuselagem será 22 centímetros mais larga e seis pés mais comprida e a aeronave ficaria cerca de três pés mais alta.
Cramer reconheceu que o C-3 teria que ser efetivamente ensaiado em voo como se fosse uma nova aeronave.
“Este é realmente um novo projeto de avião, no entanto você não terá o “sticker shock” porque podemos aproveitar o investimento anterior que a Marinha fez”, disse Cramer.
A vantagem para a Marinha é que o C-3 seria capaz de transportar um motor Pratt & Whitney F135, empregado pelo Lockheed F-35 Joint Strike Fighter, sem dividi-lo em módulos, disse Cramer.
O avião também reteria a sua capacidade de atuar como aeronave de reabastecimento aéreo como acontecia com os antigos S-3, mesmo que os tipos individuais como o Boeing F/A-18 tenham que ser recertificados. A atual frota de Hornet da Marinha queima cerca de cinco desses aviões por ano na missão de reabastecimento, disse Cramer.
O C-3 seria capaz de transportar 10.000 libras de carga ou 28 passageiros e disporia de um sistema de manuseio de carga avançado e rampa de carga muito semelhante ao do C-130 também produzido pela empresa, embora com algumas modificações.
Enquanto isso, a Northrop continua a oferecer um C-2 atualizado com base na tecnologia empregada no E-2D. A aeronave iria receber novos componentes, asas, novos motores e uma cabine semelhante ao do Advanced Hawkeye, e segundo a Northrop a aeronave poderia se beneficiar de economias de escala, como resultado da aquisição de vários anos de E-2D.
Como o C-3, o C-2 leva 10.000 libras ou 26 passageiros. A empresa está trabalhando em uma cabine reconfigurável, disse Steve Squires, diretor do programa C-2 da Northrop. Squires não informou se o C-2 poderia ser configurado como um reabastecedor aéreo.
O consórcio Bell-Boeing também está oferecendo uma variante do MV-22 Osprey para a missão COD. No ano passado a empresa financiou uma demonstração de reabastecimento aéreo usando um kit de roll-on/roll-off onde um F/A-18 posicionou-se para receber combustível.
Em fevereiro, o vice-almirante David Buss, comandante naval das Forças Aéreas Navais, disse que a Marinha estava cerca de um ano longe de tomar uma decisão sobre a substituição do avião COD e encontra-se no meio das análises de alternativas para o caso.
FONTE: USNI (tradução e adaptação do Poder Naval a partir do original em inglês)
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